Aplicar piso vinílico sobre cerâmica é prática possível, mas pede cuidados
As peças tendem a “fotografar” juntas e qualquer textura do revestimento existente, o que é resolvido com uma camada de nata preparada com cola, cimento e água
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
(Foto: Tarkett/Divulgação)
Mais do que uma tendência, a aplicação de piso vinílico sobre revestimentos cerâmicos, como o porcelanato, é prática consolidada em reformas, principalmente de residências. A solução proporciona uma obra limpa e reduz custos com mão de obra e com aquisição e aplicação de novo piso, além de evitar inúmeros transtornos para a remoção do existente. Outra vantagem é que o vinílico tem preços competitivos e é de fácil instalação sobre o revestimento cerâmico.
“Tecnicamente, não há problema algum nesse procedimento. Porém, é preciso adotar alguns cuidados, pois o vinílico tem baixa espessura, entre 0,3 e 0,5 mm, e acaba ‘fotografando’ as juntas do piso que fica embaixo”, alerta o arquiteto Arthur Grangeia, diretor Criativo da Colormix Revestimentos.
Fator interessante dessa baixa espessura é que o material permite a instalação sobre outros revestimentos, sem interferências no ambiente, como na abertura das portas.
A recomendação do profissional é nivelar o revestimento previamente. Há várias formas, sendo a mais usual o preparo de uma nata com cola, cimento e água, ou comprar a solução pronta, oferecida pelos fabricantes. Basta espalhar uma camada fina sobre toda a superfície. “É fundamental não deixar nenhuma textura ou imperfeição. Qualquer irregularidade vai marcar e se tornar visível no piso vinílico”, ensina o arquiteto.
É fundamental não deixar nenhuma textura ou imperfeição. Qualquer irregularidade vai marcar e se tornar visível no piso vinílicoArthur Grangeia
Depois da secagem, basta colar o revestimento. O rodapé cerâmico deve ser retirado e instalado outro em qualquer tipo de material, do PVC à madeira, do EPS ao gesso ou metal.
Cada tipo, uma instalação diferente
No mercado, há dois tipos de pisos vinílicos para uso residencial: as placas e as réguas, ambas para instalação colada ou clicada. Outra opção é a manta, geralmente empregada em ambientes que exigem máxima assepsia, como clínicas e hospitais.
Hoje, os mais vendidos por Grangeia são os vinílicos em placa de 0,90 x 0,90 m, com padrões de concreto e marmorizados, que completam a linha das réguas com aspecto de madeiras variadas.
“Não importa se a instalação sobre piso existente é feita com peças em placas ou réguas. O diferencial que vai determinar o bom aspecto visual é a espessura do vinílico”, comenta. Ainda assim, os cuidados e os resultados dependem da marca e da qualidade do produto.
“Por isso, é importante consultar a revenda ou o próprio fabricante para saber quanto o material vai ou não marcar, e se será necessário tratar o revestimento cerâmico”, complementa, lembrando que vinílicos de qualidade inferior podem ter seus clicks danificados, soltando as peças depois de dois ou três anos.
Onde usar
A preferência dos consumidores, segundo Grangeia, é aplicar o vinílico nas áreas íntimas da casa, principalmente dormitórios. “De todos os tipos de revestimentos que comercializamos, o produto responde por 40% das vendas para dormitórios. Mas ainda tem participação pequena quando se fala em áreas sociais, não passando de 15%”, conta.
A superfície do material é impermeável, mas lavar interfere com a cola à base de água que está sob o piso, que pode soltar. Por isso, a recomendação é não jogar água. Seguindo essa orientação, o consumidor pode aplicar as peças coladas em cozinhas e, se for o vinílico click, também em banheiros – exceto no box. “É mais raro o uso nos ambientes molhados, por uma questão cultural do brasileiro de lavar essas áreas”, diz.
É mais raro o uso nos ambientes molhados, por uma questão cultural do brasileiro de lavar essas áreasArthur Grangeia
Do mais frágil ao mais resistente
A vida útil dos vinílicos de alta qualidade é longa e se reflete na garantia. “Nós damos garantia de 25 anos, mesmo para áreas de alto tráfego de produtos específicos para esses locais”, diz Grangeia, observando que essa é uma pergunta que o consumidor deve fazer na hora da compra. Até porque, estão disponíveis nas lojas vinílicos que vão dos mais frágeis aos mais resistentes, dependendo da camada de proteção.
Boa parte das marcas no mercado é de fabricação nacional. A evolução do produto, nos últimos anos, além da qualidade, está diretamente relacionada à fidelidade de impressão e texturas ao reproduzir materiais naturais, como a madeira e as pedras. “Hoje, temos peças com dimensões e réguas maiores”, fala.
Entre as vantagens do piso vinílico se comparado ao laminado, o profissional destaca a resistência à água e umidade, o isolamento térmico e acústico. “É um material que não produz som de calçados, por exemplo, conhecido como toc-toc”, destaca.
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Colaboração técnica
- Arthur Grangeia – É Arquiteto e Urbanista formado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Exerce a função de diretor Criativo na Colormix Revestimentos