Argamassa: preço, tipos, como usar e mais
Veja o preço do saco da argamassa em 2024, conheça quais são os diferentes tipos, entenda quando usar cada um deles e muito mais
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A argamassa é composta por uma mistura homogênea de agregados miúdos, aglomerantes inorgânicos e água, sendo indicada para o assentamento de tijolos e o acabamento de superfícies. Pode ou não conter aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento – dosadas na obra ou através de processos industriais.
Os materiais que compõem a mistura são cimento, cal hidratada e areia natural. Porém, o mercado oferece diferentes tipos de argamassa. Conhecer cada um e em quais situações aplicá-los é fundamental para atingir o resultado esperado.
Preço do saco de argamassa em 2024
O preço do saco de argamassa em abril de 2024 é R$ 25,31 (argamassa AC-II saco de 20 kg). Esse valor médio foi calculado com base nas cotações realizadas no Portal AECweb e no Construcompras. Considerando os últimos três meses, a média do valor é R$ 25,62.
Confira, também, como o preço do saco de argamassa variou ao longo dos últimos 12 meses.
Mês | Preço saco argamassa |
Abril de 2024 | R$ 25,31 |
Março de 2024 | R$ 25,63 |
Fevereiro de 2024 | R$ 25,93 |
Janeiro de 2024 | R$ 26,76 |
Dezembro de 2023 | R$ 26,81 |
Novembro de 2023 | R$ 30,02 |
Outubro de 2023 | R$ 27,41 |
Setembro de 2023 | R$ 44,38 |
Agosto de 2023 | R$ 31,40 |
Julho de 2023 | R$ 25,88 |
Junho de 2023 | R$ 26,54 |
Maio de 2023 | R$ 26,62 |
Tipos de argamassa
Os tipos de argamassa principais são:
- Argamassa pronta
- Argamassa virada
- Argamassa colantes
“Existe argamassa específica para rejuntamento, revestimento, assentamento, contrapiso, impermeabilização e grauteamento, entre outros”, afirma Luiz Carlos Gonçalves Junior, gerente de Produto da Weber Saint-Gobain. A determinação do produto ideal passa por algumas análises, envolvendo o tipo de base em que será aplicado, o modelo da peça, se é em ambiente externo ou interno e em qual fase da obra será utilizado. Mesmo existindo ampla quantidade de soluções, é possível separá-las em três macro categorias, conforme suas características.
O engenheiro Marcio Matsumoto, coordenador Comercial na Votorantim Cimentos, explica que a argamassa pode ser dividida entre as prontas, as viradas em obra e as colantes.
Argamassa pronta
Como o nome diz, ela já vem pronta. É necessária somente a aplicação de água. “A argamassa pronta é aquela composta por cimento, areia e aditivos com funções de retenção de água, para não secar e fissurar, e de incorporação de ar, que cria bolhas dentro da massa, o que a torna mais macia e fácil de ser misturada. Esse tipo de argamassa serve para execução do assentamento de revestimentos cerâmicos e também para o reboco”, diz Matsumoto.
“O único cuidado em relação à argamassa pronta é não bater muito ou errar a quantidade de água. Se exagerar na mistura, o incorporador de ar vai criar muitas bolhas e quando a massa for aplicada na parede podem ocorrer problemas de esfarelamento”, adverte o engenheiro.
Argamassa virada
A argamassa virada em obra é o famoso cimento, cal e areia. “Esse é o tipo que pode sofrer mais alterações devido às qualidades das variáveis e, por isso, o que está mais sujeito a patologias. Normalmente, é utilizada também para assentamento e reboco”, fala Matsumoto. Na preparação da argamassa virada em obra, é utilizada betoneira e a qualidade do produto final depende dessa mistura, sendo possível alcançar massa mais dura ou mole.
“Para assentamento, geralmente, é usada a massa mais firme e para reboco, um pouco mais mole”, explica o engenheiro. Para esta tipologia, é possível a construtora comprar cimento, cal e areia, ou então, pode optar por adquirir em usinas de concreto que misturam cal e areia e mandam para obra, sendo necessário somente acrescentar o cimento.
Essa segunda possibilidade é a chamada massa usinada. Desvantagem deste produto é a dificuldade para dosar a quantidade certa dos componentes. Se não houver cuidado, a cada novo preparo se chega a um traço diferente.
Argamassa colante
A argamassa colante tem a função de colar o revestimento. “Para essa tipologia, existem três perguntas fundamentais: o tipo de argamassa que será utilizado, qual o tamanho da peça do revestimento e onde será aplicada - área interna ou externa, por exemplo”, indica Matsumoto.
Na argamassa colante, o produto também é entregue pronto e já contando com cimento, areia e aditivos. “É necessário somente adicionar água, misturar e está pronta para aplicação”, completa.
Argamassa piso sobre piso e para porcelanato
A argamassa colante pode ser usada para assentar piso sobre piso e também para porcelanato. “O piso sobre piso tem colagem (ancoragem) química com aditivos mais robustos, porque a argamassa precisa aderir em uma superfície esmaltada, para fixar e cumprir sua função”, detalha Gonçalves. Já o porcelanato é diferente: utiliza argamassa colante específica, por se tratar de peça com baixa absorção. Como referência, um porcelanato bom absorve 0,5% de água.
Como usar argamassa
Para usar argamassa, o procedimento depende do tipo de produto. Entretanto, o preparo segue alguns passos:
- A superfície deve estar limpa, íntegra, sem desagregações ou contaminantes, como óleos e graxas.
- É recomendada a lavagem prévia com jato de água ou areia.
- Caso haja trincas ou fissuras, é preciso providenciar correções prévias. As cavidades ou nichos existentes na superfície do concreto necessitam ser preenchidas com impermeabilizante de camada grossa.
- No caso de blocos de concreto, as juntas de assentamento devem ser preenchidas de maneira a regularizar a base.
- A passagem de elementos através da impermeabilização deve ser evitada. Quando existir, é recomendável executar cuidadosamente todos os detalhes, como ralos, rodapés, passagem de tubulações, entre outros.
- Cantos e arestas precisam ser arredondados com impermeabilizante camada grossa, com raio mínimo de 8 cm.
- As juntas de movimentação devem ser previstas com espaçamento correto e executadas para superfícies planas e paralelas.
- A quantidade necessária de água normalmente está indicada na embalagem de cada produto. “Em alguns casos, após a mistura, deve-se deixar a massa descansando por 15 minutos para os aditivos reagirem”, lembra Matsumoto, destacando que todo produto à base de cimento deve ser utilizado entre 2h e 2h30 após seu preparo, desde que não sejam utilizados aditivos. “Após esse período, a argamassa tem que ser descartada”, adverte Matsumoto.
- Durante a aplicação, a argamassa colante necessita de atenção especial, pois é subdividida em duas categorias: a simples e a dupla. “A colagem simples acontece quando a peça tem tamanho máximo de 30x30. Nesse caso, a argamassa pode ser aplicada na parede ou na peça. Em peças maiores, a dupla colagem se torna necessária: e nada mais é do que aplicar a argamassa na peça e também na superfície onde será aplicada”, afirma Matsumoto.
Traço e rendimento da argamassa
É comum que grandes construtoras comprem argamassa diretamente das indústrias. “Já o preço varia muito, não sendo possível calcular uma média”, avalia Gonçalves. O cálculo do consumo da argamassa é feito por kg/m² para revestimentos cerâmicos e em gramas/m² para rejuntamento
“Para a argamassa pronta, são necessários 17 kg/m² com 1 cm de espessura. Já para as colantes, na colagem simples são gastos de 4 a 5 kg/m² de argamassa e na dupla são necessários de 8 a 9 kg/m²”, finaliza Matsumoto.
O traço da argamassa é outra informação difícil de ser determinada. “A qualidade da água e da areia utilizadas é muito variável de uma obra para outra”, completa Matsumoto.
Colaboração técnica
- Luiz Carlos Gonçalves Junior – Formado em Administração de Empresas e com MBA em Marketing pela Universidade de São Paulo (USP), é gerente de produto da linha Quartzolit de argamassa colante e rejuntamentos. Atua na Weber há 5 anos. Anteriormente, ocupou diversas funções na área Comercial da Saint-Gobain Brasilit.
- Marcio Matsumoto – Coordenador comercial na Votorantim Cimentos. Com mais de 15 anos de atuação como consultor técnico de produtos, é formado em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá. Possui experiência em obras, com atuação específica em cimentos e argamassa, tendo atuado também como responsável pela especificação de produtos em portfólios.