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4 mitos relacionados ao comportamento das paredes de drywall em incêndios

Sistemas de vedação compostos por chapas de gesso podem garantir resistência ao fogo de 30 a 120 minutos, a depender da necessidade de cada projeto

Publicado em: 07/07/2021Atualizado em: 20/07/2021

Texto: Juliana Nakamura

Drywall em caso de incêndios
As paredes de drywall não liberam fumaça tóxica em caso de incêndio (Foto: ungvar/Shutterstock)

O comportamento em caso de incêndios é um dos critérios mais importantes a considerar na hora de especificar materiais e sistemas construtivos. Tal análise deve contemplar tanto o tempo de resistência ao fogo (TRRF), necessário para garantir a fuga dos ocupantes em segurança, quanto a geração de fumaça.

No caso das paredes de drywall, cada vez mais presentes em projetos residenciais e comerciais, a leveza pode ser confundida com falta de robustez para resistir a altas temperaturas. Esse é um entre vários desconhecimentos relacionados a esse sistema de vedação interna, como mostramos a seguir:

Mito 1 — Paredes de drywall emitem fumaça tóxica em caso de incêndio

Essa característica garante a qualidade do produto classificado como Classe II — A (IT nº 10 – corpo de Bombeiros), com relação à densidade ótica de fumaça e índice de propagação superficial de chama
Tamara Serrano

As placas de drywall são fabricadas por processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão. Cerca de 20% do peso do drywall é água que, sob a ação de fogo, é liberada na forma de vapor retardando a ação das chamas em caso de incêndio. “Essa característica garante a qualidade do produto classificado como Classe II — A (IT nº 10 – corpo de Bombeiros), com relação à densidade ótica de fumaça e índice de propagação superficial de chama”, explica Tamara Serrano, chefe de produto da linha de drywall da Placo.

Mito 2 — Somente as chapas RF resistem ao fogo

Segundo Rosângela Arnandes, responsável pelo departamento técnico da Trevo Drywall, a configuração mais simples de paredes de drywall oferece meia hora de resistência ao fogo. A depender das necessidades do projeto, podem ser configuradas paredes com resistência de até 120 minutos, utilizando-se uma estrutura com 70 mm e duas chapas especiais de 15 mm resistentes ao fogo (RF).

As chapas RF (de cor rosa) contém retardantes de chama (vermiculita e fibra de vidro). Por isso mesmo, são indicadas para uso em rotas de fuga, saídas de emergência, paredes de compartimentação e depósitos de materiais em unidades industriais e comerciais. As placas RF podem ser utilizadas, também, em projetos que não podem prescindir de área útil para acomodar paredes mais espessas para atender a requisitos mais rigorosos de desempenho.

Mito 3 — O drywall não pode ser utilizado em núcleos de escadas e elevadores

Na verdade, é possível utilizar paredes de drywall em escadas enclausuradas e em núcleo de elevadores. Nesses casos, porém, as vedações devem ter resistência ao fogo de 120 minutos. Elas também precisam ser projetadas de forma a resistir a cargas transmitidas por corrimãos fixados nelas ou serem dimensionadas para resistir a uma força horizontal de 730 N/m.

Mito 4 — A especificação de paredes de drywall robustas garante alto desempenho

Não adianta comprar produtos de qualidade e certificados, se o processo de montagem do sistema não for realizado da maneira correta, seguindo as exigências da norma ABNT 15.758 -1
Tamara Serrano

A especificação dos componentes da parede é muito importante para garantir resistência ao fogo pelo tempo necessário. No entanto, falhas no momento da instalação também impactam o desempenho desse sistema construtivo perante o fogo.

“Não adianta comprar produtos de qualidade e certificados, se o processo de montagem do sistema não for realizado da maneira correta, seguindo as exigências da norma ABNT 15.758 -1: Sistemas construtivos em chapa de gesso para drywall — Projetos e procedimentos executivos de montagem e das e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros”, salienta Tamara Serrano. Segundo ela, “é necessário seguir todas as recomendações para se ter um sistema de parede íntegro, que apresente propriedades de resistência (integridade mecânica a impactos), estanqueidade e isolamento térmico.

Normas técnicas relacionadas às paredes de drywall

• ABNT NBR 15.758-1:2009 – Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Projeto e procedimentos executivos para montagem — Parte 1: Requisitos para sistemas usados como paredes
• ABNT NBR 15.217:2009 — Perfis de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall – Requisitos e métodos de ensaio
• ABNT NBR 14.715-1:2010 — Chapas de gesso para drywall – Parte 1: Requisitos
• ABNT NBR 14.715-2:2010 — Chapas de gesso para drywall – Parte 2: Métodos de ensaio
• ABNT NBR 9077:2001 — Saídas de emergência em edifícios – Procedimento
• ABNT NBR 14.432:2001 — Exigência de resistência ao fogo de elementos de construção de edificações — Procedimento.

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Colaboração técnica

 
Tamara Serrano — Arquiteta e urbanista pós-graduada em gerenciamento de projetos. Atuou por cinco anos na equipe de especificação de drywall e soluções acústicas para o mercado de construção civil. Atualmente é chefe de produto da linha de drywall da Placo.
 
Rosângela Arnandes — Técnica em edificações, graduada em marketing, com MBA em gestão empresarial. Atua no mercado de drywall há quase vinte anos. Atualmente é responsável pelo departamento técnico da Trevo Drywall.