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5 cuidados para a aplicação bem-sucedida de argamassa projetada

Aplicação mecanizada de revestimento agrega produtividade e qualidade à obra. No entanto, deve ser acompanhada de boas práticas de execução. Veja a seguir

Publicado em: 08/08/2019Atualizado em: 14/01/2021

Texto: Juliana Nakamura

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A execução de um sistema com argamassa projetada divide-se, de modo simplificado, em três atividades principais: preparo da argamassa, transporte até o local de aplicação e lançamento sobre a base  (Foto: maskalin Shutterstock)

Recomendada para revestimentos internos e fachadas, a argamassa projetada promete maior previsibilidade sobre qualidade, produtividade e índices de perdas na aplicação de revestimentos argamassados.

A solução consiste na substituição da colher de pedreiro por um equipamento de projeção. No entanto, a simples troca não garante as vantagens decorrentes da mecanização. Para tanto, são necessários cuidados, especialmente relacionados ao planejamento e à execução no canteiro. Confira a seguir.

Mistura da argamassa

A execução de um sistema com argamassa projetada divide-se, de modo simplificado, em três atividades principais: preparo da argamassa, transporte até o local de aplicação e lançamento sobre a base.

Com relação à primeira etapa, o mercado dispõe de argamassas industrializadas específicas para cada tipo de projeção. É necessário verificar cuidadosamente as especificações do fabricante com relação ao teor correto de água. Essa adição deve ser controlada rigorosamente no momento da produção da argamassa.

A melhor logística a ser adotada é a que diminui distâncias, otimizando o serviço
Cristiana Furlan Caporrino

Logística no canteiro

Um aspecto crítico na aplicação de argamassas é o transporte do material e de insumos. “A melhor logística a ser adotada é a que diminui distâncias, otimizando o serviço”, resume a engenheira Cristiana Furlan Caporrino, perita judicial e consultora em engenharia de estruturas.

Segundo ela, para se ter ganhos significativos de produtividade com o uso da argamassa projetada, é importante proporcionar condições favoráveis à produção. Os sacos de argamassa e a água devem ser dispostos próximos do misturador, já acoplado à bomba de projeção, para evitar movimentações desnecessárias. Isso também evita o carregamento de peso pelos operários por longos trajetos enquanto o equipamento estiver em operação.

Planejamento da aplicação

Um bom planejamento é vital para o sucesso da projeção de argamassa. O misturador, por exemplo, deve estar sempre abastecido. Alguns equipamentos não podem ficar parados muito tempo sem projetar, sob o risco de entupimento do mangote. Deve-se fazer a lavagem do equipamento sempre que for necessário interromper o serviço de forma mais prolongada ou encerrar a jornada de trabalho.

Aplicação da argamassa

Para Cristiana Caporrino, um cuidado importante no momento da aplicação da argamassa projetada é garantir que a pistola não fique inclinada para baixo. A aplicação deve ser sempre contínua, feita horizontalmente ou um pouco inclinada para cima.

Deve-se aplicar a argamassa em ‘cordas’ horizontais, fazendo um movimento lateral com a pistola, garantindo uma maior aderência da argamassa à base
Cristiana Furlan Caporrino

“Além disso, deve-se aplicar a argamassa em ‘cordas’ horizontais, fazendo um movimento lateral com a pistola, garantindo uma maior aderência da argamassa à base”, ensina a engenheira.

Atenção especial deve ser dada ao tempo de aplicação. Isso porque o traço da argamassa para projeção costuma apresentar cura mais rápida.

Como escolher a tecnologia de projeção?

Há dois sistemas principais para projeção de argamassa. A escolha por uma ou outra tecnologia deve levar em conta o porte e necessidade de cada obra.

O sistema spray, popularmente conhecido como canequinha, é bastante prático de operar. Possui um recipiente acoplado ao projetor e é menos suscetível a entupimentos. Esse equipamento, no entanto, exige realimentação após cada ciclo de aplicação.

Há, também, o sistema por bomba, que permite o fluxo contínuo da projeção e chega a uma produção diária de até 150 m². Esses equipamentos exigem manutenção adequada e têm problemas com entupimento reduzidos com o uso de argamassas corretamente formuladas para projeção.

Normas técnicas

As seguintes normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) orientam o uso de argamassa projetada:

• NBR 7200 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento
• NBR 13.276 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Preparo da mistura e determinação do índice de consistência
• NBR 13.277 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da retenção de água
• NBR 13.278 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado
• NBR 13.279 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão
• NBR 13.280 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido
• NBR 13.281 – Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos
• NBR 13528 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Determinação da resistência de aderência à tração
• NBR 13.529 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Terminologia
• NBR 13.530 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Classificação
• NBR 13.749 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação
• NBR 15.258 – Argamassa para revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência potencial de aderência à tração

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Colaboração técnica

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Cristiana Furlan Caporrino – Engenheira civil, mestre em engenharia de estruturas pela Universidade de São Paulo, doutoranda na mesma área e instituição. É diretora da Furlan Engenharia, especializada em projetos, laudos e consultoria em engenharia de estruturas. Também é perita judicial e autora do livro “Patologias em Alvenarias”, publicado pela Oficina de Textos.