5 tipos de telhas metálicas e suas características técnicas
Elas podem ser empregadas em qualquer tipo de obra, desde as residenciais até as mais complexas coberturas arquitetônicas, inclusive, para o fechamento lateral
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Entre as vantagens das telhas metálicas está a facilidade em identificar mão de obra para realizar a instalação (Foto: Sirisak_baokaew/Shutterstock)
As telhas metálicas garantem, ainda, durabilidade excepcional e agregam benefícios que vão muito além de uma simples coberturaJames Mauro Fuck
Telhas metálicas são coberturas dinâmicas, que diminuem o volume de serviços in loco, resultando em obras mais industrializadas e modernas. Devem ser especificadas levando em consideração o tipo de revestimento, espessura, pintura e tratamento. “Elas garantem, ainda, durabilidade excepcional e agregam benefícios que vão muito além de uma simples cobertura”, diz James Mauro Fuck, vice-presidente de Coberturas Metálicas da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem). Os tipos de telhas disponíveis no mercado são as metálicas, termoisolantes (sanduíche), autoportantes, zipadas e roll-on.
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Telhas metálicas
O item é produzido, principalmente, em aço galvalume pré-pintado ou galvalume natural. A telha metálica fabricada em alumínio é utilizada para coberturas e fechamentos laterais.
Suas vantagens vão do baixo custo à grande facilidade em identificar mão de obra para realizar as instalações. Por outro lado, tem a desvantagem de possuir baixíssimo fator de isolamento térmico, além de aumentar o fator de propagação de calor da cobertura para os ambientes internos. Com isso, é preciso dotar a edificação de maior volume de climatização ou de soluções em ventilação.
As telhas metálicas são de fácil instalação, o que simplifica o acesso e a contratação do serviço. James Mauro Fuck chama a atenção para o caso de instalações malconduzidas, sem o devido cuidado com a limpeza dos fixadores e utilização de equipamentos não conservados. Esse tipo de negligência pode causar vazamentos e oxidação.
As telhas metálicas também são desenvolvidas com revestimento em alumínio, utilizadas onde os sistemas de cobertura exigem contato direto com agentes químicos ou corrosivos, garantindo maior durabilidade à coberturaJames Mauro Fuck
“As telhas metálicas também são desenvolvidas com revestimento em alumínio, utilizadas onde os sistemas de cobertura exigem contato direto com agentes químicos ou corrosivos, garantindo maior durabilidade à cobertura”, explica.
Telhas termoisolantes
Essa solução é recomendada para quem busca conforto térmico com economia de energia e consequente redução de investimento nos equipamentos de climatização. As telhas termoisolantes, comumente chamadas de telhas ‘sanduíche’, são constituídas de uma camada superior em aço galvalume natural ou pré-pintado, núcleo isolante em EPS (poliestireno expandido) ou PIR (poli-isocianurato), somadas a um revestimento inferior em aço ou filme de alumínio.
Além da vantagem de atuar no isolamento térmico dos ambientes, esse produto possui um bom acabamento e vence grandes vãos, diminuído o volume de estruturas para sua instalação. “No entanto, o mercado brasileiro possui pouco interesse em fatores ambientes, o que fortalece o custo do produto e diminui seus benefícios agregados à cobertura”, indica Fuck, acrescentando outra desvantagem das termoisolantes, que é a exigência de mão de obra qualificada para sua instalação.
Telhas autoportantes
É um sistema construtivo que dispensa estrutura de apoio para as telhas, pois são feitas em aço e capazes de vencer grandes vãos. Isso é possível devido a sua resistência à tração e leveza. “Com o cálculo adequado são capazes de vencer vãos de até 40m sem necessidade de vigas intermediárias”, expõe.
Fabricadas no local da obra e sob medida, são produzidas em sistema de telhas contínuas perfiladas em chapa de aço carbono, com espessuras entre 0,65 mm e 1,55 mm. “As telhas são solidizadas umas às outras, formando um conjunto único e monobloco, no qual, além de elevada resistência mecânica, as telhas podem ser aplicadas em coberturas curvas e planas”, fala.
Entre as vantagens das telhas autoportantes está a rapidez com que são aplicadas na obra e a redução do desperdício de material. Fuck destaca, ainda, a utilização racional e programada do uso do material; o ganho interno de espaço devido à ausência de estrutura metálica; o alívio das fundações; e o visual mais limpo da obra. As desvantagens vão do baixo desempenho térmico e acústico à facilidade com que as telhas podem quebrar, devido ao seu comprimento. Além disso, as autoportantes exigem maior dimensionamento dos pilares e vigas principais, em decorrência de seu peso.
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Telhas zipadas
As telhas zipadas são perfiladas em obra de forma contínua e permitem inclinação a partir de 2,5%, sendo recomendadas para coberturas com grandes águas e baixa inclinação. A instalação das telhas é feita através de clips fixos e deslizantes, o que garante a perfeita união entre telhas e terças e a movimentação do telhado, acomodando-se às variações climáticas, garantindo a integridade da cobertura. São, geralmente, desenvolvidas em aço galvalume, mas também podem ser perfiladas em alumínio.
Apresentam a vantagem do desenvolvimento da cobertura sem furações, evitando vazamentos e garantindo melhor estanqueidade. Também permitem a dilatação longitudinal sem comprometer a fixação. Porém, têm a desvantagem de exigir extensa mão de obra desenvolvida in loco. “E, para garantir isolamento térmico, é necessário contar com recursos distintos, geralmente fornecidos por vários fornecedores, o que dificulta o projeto e a instalação”, comenta.
No momento da instalação, por serem perfiladas, as telhas zipadas vencem grandes vãos e dispensam transpasses. “A dificuldade é a necessidade de uso de equipamentos específicos como a perfiladeira”, diz Fuck, acrescentando que o material não possui fator de isolamento térmico. Assim, deve ser construído com sistemas de camadas e núcleo isolante instalado em obra, para agregar o fator à cobertura.
Telhas roll-on
Trata-se de sistema integrado de estrutura e cobertura metálica, onde as treliças são paralelamente dispostas de forma modular. Sobre elas são desenroladas as bobinas contínuas de aço revestido, podendo ser aplicado em coberturas com até 1% de inclinação.
A principal vantagem é a integração da telha com a estrutura metálica formando um único conjunto, além de atender coberturas com baixa inclinação. O peso do sistema é sua desvantagem, pois pede estrutura metálica mais robusta, além da complexidade na montagem.
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Colaboração técnica
- James Mauro Fuck – É vice-presidente de Coberturas Metálicas da Associação Brasileira da Construção Metálica (Abcem) e diretor Nacional de Vendas na multinacional Kingspan Isoeste. Tem mais de 30 anos de experiência, com vivências no mercado de metalurgia, aço, indústrias e construção civil, assumindo funções de diretoria e gestão de negócios em grandes empresas do País. Com uma visão ampla do mercado da construção civil diretamente associada à utilização do aço, busca soluções cada vez mais limpas e sustentáveis para uma construção mais moderna e industrializada.