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Aprenda a prevenir a aparição de mofo e bolor em quartos

Embora ambos os problemas sejam causados por fungos, eles apresentam algumas diferenças. Veja quais são e como preveni-los, começando por ventilação adequada e impermeabilização das superfícies

Publicado em: 29/10/2018Atualizado em: 27/03/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Surgimento de bolor ou mofo não é motivo para pânico (Crédito: shutterstock.com / Burdun Iliya)

É comum vermos manchas acinzentadas e escuras em paredes de ambientes fechados com pouca ventilação e baixa iluminação natural. Isso ocorre graças à presença de fungos, que se proliferam com enorme facilidade sob essas condições e causam dois problemas bastante comuns em quartos: mofo e bolor.

Apesar de serem causados por fatores parecidos, o mofo e o bolor apresentam algumas diferenças. A seguir, vamos aprender a diferenciá-los e a realizar ações corretivas e preventivas para evitar novas aparições em dormitórios.

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MOFO E BOLOR

Apesar de apresentarem características semelhantes, eles podem ser classificados como estágios diferentes. O bolor é o estágio inicial da ação dos fungos. É facilmente identificado por apresentar uma textura em alto relevo na cor cinza e sua remoção é simples e fácil. Já o mofo é um estágio mais avançado, no qual apresenta uma coloração mais escura, maior dificuldade para ser removido e chances de maiores danos à estrutura.

Ambos são igualmente prejudiciais à saúde, pois favorecem a transmissão de bactérias causadoras de infecções além de aumentar os sintomas de pessoas com problemas respiratórios. “O risco é ainda maior em idosos, bebês, crianças, mulheres grávidas e pessoas com asma”, afirma Ricardo Martins de Sá, instrutor da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo.

A principal diferença, no entanto, é que o mofo é extremamente prejudicial às estruturas, podendo corroer completamente a superfície. “Quanto maior o tempo para reparar a superfície, maior será o estrago. O mofo penetra na película da tinta, corroendo-a e pode até mesmo atingir o acabamento de massa e, posteriormente, o reboco. Isso deixa a superfície úmida e fraca. O reboco também acaba ficando fraco e esfarelando”, explica Sá.

Quanto maior o tempo para reparar a superfície, maior será o estrago
Ricardo Martins de Sá 

PREVENÇÃO

A presença de umidade no ambiente também facilita o surgimento dos fungos. Assim, uma das principais ações para prevenir o aparecimento de mofo e bolor é a impermeabilização da estrutura. “Antes mesmo da construção da edificação, é essencial a impermeabilização do solo. Outra solução é a impermeabilização de lajes com produtos que, depois de aplicados conforme orientação do fabricante, produzem uma membrana emborrachada evitando que a umidade passe para dentro do ambiente”, reforça Sá.

Outro ponto a ser considerado é a ventilação do local. “Os cômodos devem ser constantemente ventilados, mesmo nas estações mais frias. É preciso escolher um momento do dia para deixar janelas e portas abertas”, recomenda João Pedro Lúcio, coordenador técnico da Maria Brasileira.

Também é recomendado deixar um espaço de aproximadamente cinco centímetros entre os móveis e a parede, a fim de aumentar a circulação do ar. “Se o vapor não encontrar uma saída, ele condensa e a água pode ficar impregnada no teto ou nas paredes quando não existir revestimentos, ou nos rejuntes se não tiverem fungicidas”, destaca Sá.

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LIMPEZA E REMOÇÃO

Caso o mofo e o bolor já estejam instalados no ambiente, o ideal é realizar a limpeza do local afetado. Existem diversos produtos específicos no mercado para esse tipo de higienização. No entanto, também é possível preparar soluções caseiras, mas sempre lembrando que, para ambos os casos, qualquer limpeza é superficial.

Os cômodos devem ser constantemente ventilados, mesmo nas estações mais frias. É preciso escolher um momento do dia para deixar janelas e portas abertas
João Pedro Lúcio 

• Para ambientes externos: duas partes de água sanitária para uma parte de água e detergente neutro para produzir espuma para limpeza.

• Para ambientes internos e externos: duas partes de água para uma parte de vinagre de álcool (contém ácido acético) e 5% de água oxigenada volume 10. Essa solução auxilia na remoção dos problemas.

Em ambas as situações, a limpeza deve ser realizada com o lado abrasivo da esponja e utilizando um pano para remover a solução. Nos casos que o mofo ou o bolor estiverem mais intensos, é necessário deixar o produto agir por cerca de cinco minutos antes de removê-lo.

Deve-se evitar remover o mofo ou bolor com um lixamento antes de realizar a limpeza, pois pode ocasionar o levantamento das partículas de mofo no ar. O uso de EPIs (como máscara de respiro, óculos de proteção e luva) é essencial para evitar contaminação.

CUIDADOS

• É essencial garantir a remoção de mofo ou bolor antes de realizar qualquer pintura em uma área contaminada. O rolo de pintura pode espalhar os fungos por toda a superfície da parede ou teto.

• Existem tintas antimofo que poderão ser utilizadas em superfícies com pequenos focos de mofo.

• Nos casos em que a superfície está corroída, é preciso remover a tinta e a argamassa com uma espátula e realizar novamente todo o acabamento, além da aplicação de um impermeabilizante.

• Não deixar a mesma pintura antimofo por mais de 4 anos sem uma nova aplicação.

• Para casos onde a ventilação não é possível, recomenda-se o uso de um desumidificador elétrico.

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Colaboração técnica

Ricardo Martins de Sá  – instrutor de formação profissional da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo.
João Pedro Lúcio  – coordenador técnico da Maria Brasileira.