Autoconcreteira é solução para obras em locais de difícil acesso
O equipamento com características off road pode ser alugado ou comprado. Substitui o fornecimento convencional de concreto das centrais, produzindo in loco e com controle de qualidade
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
As autoconcreteiras são verdadeiras centrais móveis de concreto (Foto: luca pbl/Shutterstock)
Em canteiros de difícil acesso onde as autobetoneiras não conseguem chegar, a solução é se dirigir até onde for possível e bombear o concreto até a obra. O mercado oferece, porém, a opção de locar ou comprar as autoconcreteiras. “Trata-se de usinas móveis de concreto que carregam, produzem, pesam, transportam e descarregam o concreto no local desejado pelo cliente”, explica Marco Aurélio Carmacio, diretor Comercial da GMAC Locadora.
Enquanto os caminhões betoneira são concebidos apenas para o transporte do concreto usinado, as autoconcreteiras são verdadeiras centrais móveis de concreto autocarregáveis e autopropelidasAntonio Grisci
“Enquanto os caminhões betoneira são concebidos apenas para o transporte do concreto usinado, as autoconcreteiras são verdadeiras centrais móveis de concreto autocarregáveis e autopropelidas”, acrescenta o engenheiro Antonio Grisci, diretor Geral da Fiori do Brasil, que aluga esses equipamentos através da DBMAXX.
As autoconcreterias possuem dimensões menores e com diversas capacidades volumétricas, podendo produzir até 14 m³ de concreto por hora. “São equipamentos preparados para trabalhar em cenários adversos, com acesso restrito, onde uma betoneira montada sob chassi do caminhão normalmente não chega. Possuem tração 4x4, com diversos modos de direcionamento, permitindo que se desloque em locais confinados”, resume Carmacio.
Diferentemente das convencionais, as autoconcreteiras operam apenas no canteiro, portanto, off road. “São inigualáveis em terrenos de difícil acesso, áreas montanhosas, ilhas, terrenos com lama e em centros urbanos de tráfego congestionado”, aponta Grisci. Entre os segmentos de obras onde se mostram insubstituíveis, destacam-se a construção de túneis, ferrovias, bases de linhas de transmissão, eletrodutos, gasodutos e dutos de cabo óptico, fundações, pontes e viadutos, canais de irrigação, canalizações e drenagens.
Argumento empregado pelos locadores é que, a partir de certa distância entre a central fixa de concreto e o canteiro de obras, esse tipo de fornecimento pode se tornar oneroso e tecnicamente inviável. “Estudos comparativos provam que o custo do concreto adquirido das centrais fixas tradicionais é cerca de 30% mais alto do que daquele produzido pelas autoconcreteiras. Este fato, por si só, valida o sistema”, ressalta Grisci.
Características técnicas
As autoconcreteiras oferecidas pela GMAC são importadas, assim como as da Fiori, que oferece, também, um modelo fabricado no Rio Grande do Sul. De acordo com Carmacio, os produtos da empresa possuem pá de abastecimento (pá autocarregável), que é acionada pelo operador de dentro da cabine, coletando os insumos para produzir concreto. “Toda a produção é registrada e impressa através de um dispositivo acoplado no equipamento, que informa, ao final do turno de trabalho, o total de concreto produzido/processado”, expõe.
Os modelos da GMAC são equipados com motor a diesel de 124 HP; transmissão hidrostática, que permite trafegar em qualquer tipo de terreno e nas mais adversas condições de trabalho; e tração permanente 4x4x4, multidirecional. O cilindro de concreto tem rotação de 270º e bomba de sucção de água para o preenchimento de 700 litros – utilizada para o processamento do concreto e, também, para lavagem do equipamento no final do dia.
As autoconcreteiras da Fiori são, de acordo com Grisci, as únicas que permitem a certificação e rastreabilidade do concreto produzido, pois pesam os insumos antes de serem inseridos no balão misturador. “Portanto, ao perceber qualquer excesso de carga, o operador recebe um aviso visual e sonoro e, através do recurso de esvaziamento da caçamba, corrige o peso até a quantidade determinada no traço do concreto”, explica, acrescentando que o sistema de controle do traço oferece um relatório completo ao final de cada betonada. Controlam a quantidade de água com precisão de um fluxômetro digital e oferecem um dosador de aditivos e um sensor de umidade dinâmico, que corrige o fator água cimento a cada fase do carregamento dos agregados.
“Além disso é possível carregar o cimento através de sacos, de um dispensador de big-bags ou de um silo horizontal móvel de última geração, com comunicação wireless entre os sistemas de pesagem. Tudo automatizado, controlado e de alta produtividade”, completa Grisci. Há modelos de carregamento traseiro e giro do balão, ou com carregamento frontal. A cabine é fechada e dotada de ar-condicionado e rops/fops. O equipamento tem esterçamento nas quatro rodas; torre de comando; e assento reversível em 180°, além de lança de lavagem de alta pressão para a limpeza.
Alugar ou comprar?
Antonio Grisci fala que, para projetos de longa duração, a opção recai sobre a compra, inclusive com a opção de financiamento pelo Finame – agência do BNDES – e outras linhas de longo prazo. “Uma opção é o nosso modelo nacional DB X35, com balão de 3,5m3 e produtividade de até 14 m³/hora”, diz. Já para obras mais curtas ou consorciadas, a opção da locação é cada vez mais utilizada.
Marco Carmacio defende que a locação se mostra mais viável para as empreiteiras e construtoras, pois além de preservar o valor do investimento para aquisição, o locatário pode conhecer exatamente o valor dos serviços/das prestações da locação que será pago. “Além disso, o usuário não se preocupa com os custos de manutenção preventiva e corretiva, e com a depreciação do patrimônio, geralmente muito alta em função da agressividade em trabalhar nesses locais de difícil acesso. Todos esses custos já estão incorporados no valor da locação. Ao final da obra/contrato, o usuário simplesmente devolve o equipamento”, comenta.
Critérios para locação
A escolha, segundo Grisci, deve recair sobre equipamentos atualizados tecnologicamente, novos ou seminovos, que atendam as normativas de segurança e permitam a certificação e rastreabilidade do produto final, com histórico de sucesso e bom atendimento. “É importante, também, que a frota seja segurada. E que faça parte do escopo a entrega técnica com capacitação e certificação dos operadores”, orienta, informando que as autoconcreteiras da empresa têm a cabine montada no lado esquerdo, com os comandos através de joystick de multifunção. A interface homem-máquina é extremamente amigável, podendo ser operada por operadores de máquinas, motoristas de caminhão ou até mesmo por principiantes, que recebam a carga de treinamento e capacitação oferecida pela Fiori.
As autoconcreteiras, seguramente, trazem muitos benefícios e otimização dos processos em qualquer situaçãoMarco Aurélio Carmacio
Carmacio complementa, dizendo que a empreiteira ou construtora deve comparar todos os custos envolvidos dos sistemas convencionais de centrais de concreto/betoneira com os valores das autoconcreteiras, ao longo de determinada obra ou somatória de várias. Outra variável a ser considerada é a questão do prazo, ou seja, em quanto tempo a obra dispõe do concreto demandado x sistema de autobetoneira. “As autoconcreteiras, seguramente, trazem muitos benefícios e otimização dos processos em qualquer situação”, ressalta.
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Colaboração técnica
- Antonio Grisci – É Engenheiro de Mineração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), com MBA em Finanças e Investimentos pela Pontifícia Universidade Católica – RS (PUC RS). Diretor geral da Fiori do Brasil e CEO da Konatec Participações, também ocupa a vice-presidência da Câmara de Comércio Italiana do RGS, desde 2017.
- Marco Aurélio Carmacio – É Engenheiro Mecânico pela Universidade São Francisco (USF), com MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Atua desde 1989 no segmento de máquinas e equipamentos, acumulando experiências, tanto na rede de distribuidores autorizados, como em fabricantes. Ocupa a diretoria Comercial da GMAC Locadora.