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Barras de apoio para banheiros: saiba especificar

Essencial para garantir a acessibilidade dos ambientes, a solução deve ser planejada levando em conta o peso que irá suportar, sua dimensão e posicionamento

Publicado em: 01/12/2016Atualizado em: 02/12/2016

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Barras de apoioBarras de apoio devem ser especificadas de acordo com a NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (Foto: Marcel Derweduwen / shutterstock)

Quando o assunto é acessibilidade, os banheiros – tanto públicos quanto privados – necessitam de atenção redobrada. Para que esses espaços possam ser usados com segurança, independentemente de idade, estatura ou condições físicas, uma série de materiais deve constar no projeto, com destaque para as barras de apoio.

“O elemento deve estar sempre presente, entretanto, sua simples existência não torna o banheiro acessível. É preciso, por exemplo, cuidado com o posicionamento, evitando delimitar o espaço onde acontece a transferência da cadeira de rodas para o assento sanitário”, destaca a arquiteta Silvana Cambiaghi, autora do livro Desenho Universal – Métodos e Técnicas para Arquitetos e Urbanistas.

Para evitar problemas no momento de especificar e posicionar as barras de apoio, os arquitetos têm à disposição a ABNT NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. A norma, que está em vigor desde 2004, traz todas as informações necessárias para a correta elaboração do projeto. “O documento apresenta as características técnicas e dimensionais da solução, além de desenhos mostrando a altura e o posicionamento ideal”, afirma Cambiaghi.

O elemento deve estar sempre presente, entretanto, sua simples existência não torna o banheiro acessível
Silvana Cambiaghi

Em 2015, a ABNT NBR 9050 foi atualizada, trazendo diversas mudanças. Na norma anterior havia, por exemplo, a recomendação de não instalar vasos sanitários com caixa acoplada, pois existia um conflito na área de fixação da barra de apoio e do reservatório. “Foram realizados diferentes testes, e ficou comprovado que é possível ter a bacia acoplada, com a barra instalada a, no mínimo, 6 cm sobre a caixa”, informa a arquiteta. Já ao lado do assento tem de existir uma barra horizontal, a 75 cm de altura do piso, e outra vertical para auxiliar a pessoa a se levantar.

Outra novidade presente na norma atualizada é a retirada da barra de apoio que ficava em torno da pia. A antiga solução, que circulava toda a cuba, acabava distanciando o usuário da torneira. “Existem diversos outros posicionamentos previstos na ABNT NBR 9050 para a barra próxima da pia”, diz a profissional.

ESPECIFICAÇÃO

Nos sanitários de uso coletivo, como em shopping centers ou restaurantes, o arquiteto precisa desenvolver um projeto que esteja apto a atender os mais variados públicos. “O ambiente deve seguir as diretrizes do desenho universal, assim poderá ser usado por todos”, recomenda a arquiteta. Por outro lado, o trabalho é facilitado nas residências, já que o banheiro será planejado para receber um grupo restrito de ocupantes.

Ao especificar a barra de apoio, os principais fatores que precisam ser avaliados são o peso que a solução aguenta, sua dimensão e o posicionamento. “Todos esses itens são detalhados na norma”, relembra Cambiaghi. O mercado disponibiliza produtos fabricados a partir de diferentes materiais. A recomendação da arquiteta é optar por barras que sejam fáceis de limpar, como as de aço inoxidável, e que tenham proteção contra oxidação.

Não adianta ter uma barra maravilhosa e instalá-la em parede de drywall simples
Silvana Cambiaghi

Apesar de o arquiteto ter seu projeto pautado pela ABNT NBR 9050, isso não quer dizer que o trabalho estará constantemente engessado. “Nada impede que o profissional especifique uma quantidade maior de barras do que a prevista na norma, quando necessário”, fala Cambiaghi.

A arquiteta ressalta, ainda, que o material escolhido tem de estar em harmonia com a estética do banheiro, fazendo parte do conjunto. “O espaço pode ser bonito, com design adequado e planejado para ser usado por todos”, afirma. Há revestimentos em pintura epóxi que podem ser usados e que proporcionam visual bastante agradável.

INSTALAÇÃO

A instalação da barra de apoio deve seguir fielmente o projeto. “Não são raros os casos em que a fixação ocorre em locais diferentes daqueles previstos”, comenta Cambiaghi. Um dos principais cuidados no procedimento é com o sistema hidráulico, pois qualquer desvio, por menor que seja, pode causar a perfuração do encanamento. “É sempre interessante ter um arquiteto especializado participando do processo”, recomenda.

As paredes que recebem os materiais têm de estar preparadas para suportar as forças excessivas. “Não adianta ter uma barra maravilhosa e instalá-la em parede de drywall simples”, adverte a profissional. Qualquer estrutura pode acomodar o equipamento, desde que tenha algum tipo de reforço. O produto não pode ser posicionado em paredes de divisórias. Já os parafusos responsáveis pela fixação precisam receber proteção contra ferrugem.

É BOM SABER

Um tipo interessante de barra de apoio que pode ser especificada é a retrátil, desde que toda a ferragem seja de qualidade para que não ofereça riscos aos usuários. “Esse material tem espaço, por exemplo, em banheiros onde não há uma parede de canto lateral e o sanitário fique no centro do ambiente”, finaliza Cambiaghi.


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Colaboração técnica

Silvana Serafino Cambiaghi
Silvana Serafino Cambiaghi – Arquiteta, mestre em desenho universal pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU-USP), fundadora da Comissão Permanente de Acessibilidade de São Paulo (CPA) e membro do grupo de trabalho da revisão da ABNT NBR 9050 e demais normas técnicas de acessibilidade. É docente dos cursos de mestrado em Design da Universidade Estácio de SÁ. Foi Comentarista da Rádio Eldorado sobre desenho universal. Ministra palestras no Brasil e exterior, tendo ganhado, em 2000, o prêmio internacional “Horizontes que convergem”, conferido pela Universidad de Guanajuato (México). Ganhou o 22º Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira, em 2008, com a primeira edição do livro: “Desenho Universal: Métodos e Técnicas para arquitetos e Urbanistas”. Ocupa os cargos de conselheira estadual do CAU/SP e coordenadora do GT Acessibilidade.