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Bombeamento de água em edifícios requer plano detalhado

As bombas devem ser especificadas conforme a necessidade do consumo de água no prédio, seguindo norma da ABNT

Publicado em: 16/06/2017Atualizado em: 01/08/2017

Texto: Redação PE

As bombas d’água são utilizadas em edifícios residenciais e comerciais para possibilitar eficiência de fluxo hídrico em várias funções, a começar pela parte hídrica subterrânea, bombeando água de poço artesiano para encher os reservatórios. Em seguida, esses equipamentos fazem a drenagem para outros sistemas, como abastecimento de água para consumo, bombeamento para a descarga em banheiros, suprimento dos sistemas de incêndio (sprinklers), jardinagem, climatização de ambientes, abastecimento e drenagem de piscinas.

O planejamento dos modelos e capacidades das bombas d’água que serão utilizadas para atender ao consumo de um prédio deve ser feito em consonância com o projeto de engenharia da obra e estar em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A NBR 5626 estipula que, para a instalação predial de água fria, os reservatórios de uma edificação tenham capacidade para atender ao padrão de consumo de água no edifício.

Além disso, o planejamento deve ser feito por uma empresa de engenharia, que fará o cálculo da estimativa de consumo do empreendimento tendo como base a norma vigente.

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Bombas d’água possuem modelos diferenciados para aplicação em prédios (Divulgação/ KSB)

Tiago Niero, especialista do Centro de Treinamento da KSB Bombas Hidráulicas, lembra que o volume de água reservado para uso doméstico precisa atender, 24 horas, o consumo normal dos usuários no prédio, sem incluir o volume destinado para combate a incêndio. Mas é preciso considerar que, dependendo do porte e das necessidades, um prédio necessita de modelos diferenciados de sistemas de bombeamento, cada um com funções específicas.

O trabalho de instalação das bombas precisa seguir a norma 5410/2008 da ABNT, específica para instalações elétricas de baixa tensão, e a NR 10 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que orienta sobre trabalhos com geração, transmissão e consumo de energia elétrica. As bombas d’água não possuem legislação específica no âmbito federal, estadual ou municipal.

A bomba d’água só deve ser selecionada e adquirida depois que o sistema de bombeamento for dimensionado, definido e calculado conforme as necessidades da edificação
Tiago Niero

DIMENSIONAMENTO

Tiago Niero destaca alguns sistemas de bombeamento utilizados em edificações, como as bombas monobloco, constituídas de ferro fundido, nodular, aço carbono, aço inox, bronze e ligas especiais. Também são comuns as bombas acopladas ao motor, com rápida resposta de desempenho de bombeamento, e os sistemas booster, que fazem a elevação e pressurização constante nas tubulações hídricas.

“Antes da especificação de um modelo de bomba, é necessário conhecer o seu local de instalação e o tipo de serviço que será realizado, como drenagem, incêndio ou refrigeração”, exemplifica Niero. Além desses aspectos, ele acrescenta que vazão, altura manométrica, rotação do motor e consumo de energia são pontos importantes para a escolha adequada do modelo e tamanho desses equipamentos.

“A bomba d’água só deve ser selecionada e adquirida depois que o sistema de bombeamento for dimensionado, definido e calculado conforme as necessidades da edificação”, alerta. De acordo com Niero, o sistema de bombeamento de recalque é o mais comum nos prédios, utilizado para bombear água limpa para o alto do edifício.

MANUTENÇÃO

Niero explica que a manutenção das bombas deve ser feita por profissionais treinados e habilitados. “As assistências técnicas autorizadas ou o próprio fabricante são as melhores opções, tanto pela garantia como pelo uso de peças originais. Para evitar falhas indesejáveis, recomenda-se que as bombas sejam acionadas pelo menos uma vez por mês, ou a cada 15 dias, com alternância entre bomba reserva e principal”, diz.

É recomendável que o condomínio disponha de uma bomba reserva para substituir a bomba em uso quando houver necessidade, ao invés de removê-la para manutenção
Wilson Plaza

Wilson Plaza, supervisor comercial da linha giro da Anauger, contudo, desaconselha as manutenções preventivas em bombas instaladas em poço artesiano, ou seja, as motobombas, devido aos custos elevados para desinstalação e instalação. “É recomendável que o condomínio disponha de uma bomba reserva para substituir a bomba em uso quando houver necessidade, ao invés de removê-la para manutenção”, diz.

De acordo com ele, uma bomba que trabalha 24 horas ininterruptas tem vida útil aproximada de cinco anos sem precisar de manutenção. “As condições de trabalho do equipamento podem ser avaliadas pelo painel de comando do sistema. Alguns defeitos podem indicar a necessidade de substituição, como baixa vazão ou amperagem elevada, por exemplo”, explica Plaza.

Para Niero, da KSB, a manutenção preventiva é importante nos demais sistemas de bombeamento predial para o bom funcionamento dos componentes elétricos e hidráulicos das bombas, como averiguação dos dispositivos de acionamento do motor, limpeza, troca de fiação e reaperto de parafusos.

Leia também: Entenda as diferenças de aplicação de bombas hidráulicas

Colaboração técnica

 
Tiago Niero – especialista do Centro de treinamento da KSB Bombas Hidráulicas
 
Wilson Plaza – supervisor comercial da linha giro da Anauger