Cabines de equipamentos devem garantir integridade física do operador
Certificações ROPS e FOPS asseguram a resistência da cabine contra danos causados por capotamento, quedas de materiais e outras situações
A cabine protege o operador de situações como capotamentos e quedas de materiais (Divulgação/ Case)
Os equipamentos de construção, mineração, dos setores agrícola e florestal tiveram suas estruturas reconfiguradas ao longo dos anos para melhorar a segurança do operador. A cabine foi o principal alvo dessas mudanças, já que é o compartimento da máquina capaz de proteger o operador em situações de capotamento, quedas de material e outros acidentes.
As melhorias culminaram com duas importantes certificações: ROPS – Roll Over Protective Structure (estrutura de proteção contra rolamento e capotamento) e FOPS – Falling Objects Protective Structure(estrutura protetora para objetos que possam cair). Enquanto a ROPS garante que a estrutura da cabine preservará o habitáculo do operador no caso de capotamento da máquina, a FOPS certifica que o teto da cabine suportará a queda de objetos como galhos, pedras ou troncos a uma certa altura, sem deformar, evitando atingir a cabeça do operador.
Se o operador estiver fixo em seu assento através do cinto de segurança, os traumas decorrentes de um capotamento, por exemplo, serão nulos ou mínimos. Embora as normas não especifiquem exatamente quais itens devem ser reforçados no equipamento – como membros estruturais, subestrutura, suporte, soquete, parafusos, pinos, suspensão ou outros –, ela determina o que cada um dos níveis deve suportar.
“Existem dois níveis de certificação FOPS: o nível I, que suporta um objeto de 46 quilos caindo de uma altura de 3 metros; e o nível II, que suporta 227 quilos em queda de 5,2 metros de altura”, informa Carlos França, gerente de marketing da Case Construction Equipment para a América Latina.
CLASSIFICAÇÕES ADICIONAIS
Há outras classificações para a estrutura de segurança de cabines, como a OPS (Operator Protective Structure), que protege o operador da inalação de particulados suspensos durante trabalhos expostos a essas condições, e o COPS (Cabin Operator Protective Structure), um conjunto de diferentes tipos de proteção estrutural de cabine, com o objetivo de garantir a integridade física do operador.
França acrescenta que o TOPS (Tip Over Protective System) é um desmembramento da proteção ROPS, porém utilizado em máquinas nas quais a chance de capotamento é menor, como no caso das escavadeiras de grande porte ou miniescavadeiras. “Em caso de acidente, é provável que essas máquinas apenas tombem de lado, não sendo necessário que a cabine sustente todo o peso da máquina sobre ela, mas que resistam ao impacto no solo”, informa.
Por fim, o FOGS (Falling Objective Guard System) é basicamente uma grade fixada sobre a cabine para proteção do operador em caso de queda de objetos, podendo ser acompanhado de uma grade adicional, para montagem à frente do para-brisa. Normalmente, essa grade é utilizada em aplicações de movimentação de material e demolição.
NORMATIZAÇÃO
De acordo com França, diversas normas regulamentares, como a NR12 (Segurança em Máquinas), NR18 (Máquinas em Construção Civil), NR22 (Máquinas em Mineração) e NR31 (Máquinas em Aplicação Agro-florestal), determinam quais são os itens de segurança mandatórios em cada aplicação. “Como geralmente os equipamentos podem ser utilizados em diferentes aplicações ao longo de sua vida útil, as montadoras deveriam procurar atender à maioria das normas e padronizar esses itens de segurança direto de fábrica”, sugere.
Existem dois níveis de certificação FOPS: o nível I, que suporta um objeto de 46 quilos caindo de uma altura de 3 metros; e o nível II, que suporta 227 quilos em queda de 5,2 metros de alturaCarlos França
As normas ISO 12.117 e 3.471 regulamentam a certificação ROPS para equipamentos de construção, enquanto a FOPS é regulamentada pelas normas 3.449 e 10.262. A ISO exige, ainda, que uma plaqueta seja fixada nas cabines certificadas.
Paula Araújo, gerente de marketing de produto da New Holland Construction para a América Latina, esclarece que essas certificações não são obrigatórias, embora existam vários equipamentos que possuem algumas como itens de série. “Além disso, muitos clientes já não aceitam adquirir um equipamento que tenha no mínimo as certificações ROPS e FOPS, exigindo da indústria uma adaptação para atender à demanda do mercado”, revela.
SEGURANÇA COMPLEMENTAR
Outros itens de segurança, como cinto de três pontos e grades de proteção frontal e lateral, também são recursos que valorizam a integridade do operador e evitam colisões do equipamento durante o trabalho. Paula salienta que a segurança não depende apenas da cabine, mas de vários outros fatores.
Muitos clientes já não aceitam adquirir um equipamento que tenha no mínimo as certificações ROPS e FOPS, exigindo da indústria uma adaptação para atender à demanda do mercadoPaula Araújo
“Treinamento é muito importante, por mostrar ao operador como e onde trabalhar de forma segura, além de outros itens de tecnologia, como câmera traseira, que proporcionam confiabilidade nas manobras”, exemplifica.
De acordo com as fontes, ainda há fabricantes que não se adaptaram de forma parcial ou total no fornecimento de equipamentos com cabine ROPS/ FOPS. As marcas Case e a New Holland fornecem essa proteção como item de série na linha de equipamentos.
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COLABORAÇÃO TÉCNICA
Carlos França, gerente de marketing da Case Construction Equipment para a América Latina
Paula Araújo, gerente de marketing de produto da New Holland Construction para a América Latina