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Caçamba de construção pesada e mineração deve ser reforçada

Sensores e sistemas antiaderentes são duas das tecnologias que evitam acidentes, como tombamentos, otimizam o trabalho e garantem a produtividade das caçambas

Publicado em: 13/07/2015Atualizado em: 23/07/2019

Texto: Redação PE

Uma coisa é fato: utilizar caçambas reforçadas, com recursos que otimizem o trabalho e não elevem custos faz parte do checklist obrigatório para quem precisa de produtividade na construção pesada e mineração. Atualmente, além de estarem mais preparadas para receber material de alto teor abrasivo, as caçambas trazem recursos para evitar perdas de material e agregar segurança aos caminhões durante as operações de descarregamento.

Para se ter ideia, a maioria dos tombamentos de caminhões ocorre nas operações de descarregamento, quando a caçamba está levantada e parte do material em escoamento fica preso em sua parte frontal, no alto. O descarregado de um minério argiloso, pode ter aproximadamente 20% de material grudado que não desliza da caçamba. Essa camada de argila se torna peso morto após o descarregamento e, quando o caminhão sair com a caçamba erguida, ela se desequilibra e causa acidentes.

Para evitar esses transtornos, são utilizadas algumas soluções como sistemas antiaderentes, que além de minimizarem riscos de tombamento, reduzem volume de carga morta transportada.

Investimento em tecnologia

A Rossetti desenvolveu a caçamba com articulação extralarga e tampa de corrente standard no modelo meia-cana. O item opcional conta com uma tampa hidráulica que abre completamente e deixa livre o escoamento de material.

“Quanto mais baixo for o centro de gravidade, maior estabilidade no escoamento do material e também durante o deslocamento do caminhão em trânsito, já que a tendência é o veículo balançar”, explica o gerente de marketing da Rossetti, Daniel Rossetti. “O ‘inclinômetro’, ou sistema de segurança para basculamento da Rossetti (SSBR) faz a leitura da inclinação traseira da caçamba e informa ao operador se há riscos na operação”.

Outro item para limpar o resto de material que fica grudado no fundo da caçamba é o canhão de ar, acionado automaticamente quando a caçamba atinge a inclinação de até 55º. “Esse recurso é muito utilizado no modelo meia cana nos trabalhos de mineração porque, dependendo do minério ou das intempéries climáticas, há muita dificuldade de escoar o material durante o basculamento”, diz Daniel.

A Randon, em parceria com a Wabco Freios – Brasil, fornece o Trailer Eletronic Brake System – Roll Stability Support (TEBS RSS), sistema de segurança antitombamento voltado para as composições veiculares tipo bitrem. Essa tecnologia permite aplicação inclusive em equipamentos que não possuem ABS ou controle de estabilidade no cavalo mecânico.

O sistema é composto por uma unidade eletrônica, cabos de alimentação e diagnóstico, rodas dentadas e sensores. O dispositivo controla, por meio de um software, toda a parametrização e análise de falhas.

Resistência de escavação

É importante observar se a caçamba recebe os devidos cuidados durante a operação e nas manutenções. O gerente de vendas e marketing da Komatsu KBI, Agnaldo Lopes, informa que diariamente o operador ou mecânico deve inspecionar visualmente a caçamba antes de iniciar os trabalhos, para identificar e adotar ações proativas que aumentem a vida útil do componente.

“As ferramentas de penetração de solo, ou dentes, devem ser trocados quando apresentarem desgaste acentuado ou perderem eficiência. A falta de troca no momento certo ocasiona sobrecarga de tensões não apenas na caçamba, mas principalmente na lança e nos braços. Isso reduz consideravelmente a durabilidade do equipamento”, informa Agnaldo.

Os cortadores laterais ou protetores das bordas também devem ser inspecionados e substituídos em casos de desgaste acentuado. Quando a caçamba estiver instalada com as chapas de proteção entre dentes, é essencial a inspeção e troca em caso de desgaste. Esses cuidados garantem a proteção da borda.

Outra manutenção recomendada é a troca das chapas de desgastes. “É muito importante pois evita que as chapas de aço estruturais sejam submetidas a operações as quais não foram projetadas”, explica Agnaldo.

Para as aplicações de alta abrasividade, Agnaldo recomenda a instalação prévia de chapas de aço de elevada dureza, chamadas de laminates. São chapas compostas por três camadas: uma de aço suave, ideal para solda, que facilita a montagem na caçamba; outra camada intermediária de cobre e, por último, o aço com dureza em torno de 700 brinell. Ele terá contato com a terra e garante proteção, além de prolongar a vida útil em aplicações extremas.

“Unhas e dentes” perfeitos

A escolha correta das ferramentas de penetração de solo (FPS) deve levar em conta o tipo de máquina em que será usada e o material trabalhado. A seleção criteriosa resulta em ganhos relacionados à economia de combustível, ciclos de trabalho mais rápidos, preservação de máquina - principalmente do sistema hidráulico – e menores custos de manutenção.

O gerente de marketing da Metalúrgica Ecoplan, Roberto Cardia de Oliveira, explica que a escolha correta deve levar em conta fatores como sistema operacional do equipamento de penetração de solo, potência e capacidade, ângulo e velocidade de ataque, forma geométrica da peça e qualidade do aço empregado na fabricação da ferramenta.

“Características como a abrasividade do material a ser trabalhado, dureza e grau de impacto no solo, bem como o tamanho, fluidez, escoamento e peso específico do material devem ser consideradas. Além disso, é preciso considerar a penetração e desagregação, principalmente nos trabalhos com rocha e minerais”, diz.

As elevadas temperaturas provocadas pelo atrito, o alto e repetitivo impacto em que as ferramentas são submetidas, assim como a abrasividade dos materiais estão entre os principais agentes responsáveis pelo desgaste das FPS. Na hora de definir a ferramenta adequada em relação ao equipamento e terreno, algumas opções se destacam para escavadeiras e carregadeiras, como pontas reforçadas para abrasão ou penetração.

 

Colaboraram para esta matéria

Agnaldo Lopes – gerente de vendas e marketing da Komatsu KBI

Daniel Rossetti – gerente de marketing da Rossetti

Roberto Cardia de Oliveira – gerente de marketing da Metalúrgica Ecoplan

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