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Carpetes para ambientes corporativos: dicas de especificação e compra

Grande aliado da acústica, o material pode ser aplicado em áreas de trabalho e reuniões. Já as áreas de descompressão podem receber peças mais divertidas e que remetem à natureza

Publicado em: 10/05/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

A escolha do carpete deve levar em conta a identidade corporativa do cliente (Crédito: Studio BR Arquitetos: Edson Ferreira)

Há mais de uma década, a indústria nacional de carpetes investe em tecnologia, na busca por maior durabilidade das peças. “Algumas linhas de produtos possuem fios aos quais a sujeira não adere e que marcam muito pouco com o alto tráfego de pessoas”, afirma a arquiteta Bruna de Lucca, diretora do Studio BR Arquitetura.

Visando ao bem-estar do usuário, diversas coleções são produzidas com maquinário que desenha texturas orgânicas, com diversas espessuras e composições em uma mesma placa. Nos ambientes corporativos, os carpetes lisos e neutros são os mais comuns, assim como os de cores claras.

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PROJETOS PERSONALIZADOS

Cada etapa do desenvolvimento de um projeto de interiores deve ser pensada levando em conta a identidade corporativa do cliente, não apenas a estética. O carpete preenche grande parte do espaço projetado e pesa no resultado final. “Sempre realizamos estudos de paginação e tridimensionais especializados para fazer a melhor escolha em parceria com nossos clientes, envolvendo setores da empresa como o marketing, os recursos humanos e o de infraestrutura”, informa Lucca.

O carpete, como qualquer intervenção em um espaço corporativo, imprime a marca do cliente em um ambiente físico, podendo elevar o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores, além de comunicar os valores da empresa.

Além da identidade corporativa, a escolha do carpete está ligada às diferentes atividades praticadas em cada área. O ideal é alinhar o budget do cliente com a criatividade dos profissionais contratados para identificar a melhor composição com placas neutras, coloridas, geométricas ou especiais. Porém, não é todo espaço que necessita de carpete. É comum o erro de investir em carpetes muito estampados – que costumam ser mais caros – em ambientes que receberão móveis fixos. “Em espaços que exigem maior concentração dos ocupantes, não se pode abusar de cores ou geometrias, pois isso atrapalha”, ensina a arquiteta.

Grande aliado da acústica, o material pode ser aplicado em áreas de trabalho e reuniões. Já as áreas de descompressão podem receber peças mais divertidas, orgânicas e que remetem à natureza, fazendo alusão ao ambiente externo e proporcionando conforto e tranquilidade. Nos ambientes e empresas com perfil criativo, são bem-vindos formas e composés dinâmicos.

OPÇÕES DIVERSAS

Todas as marcas especificadas pela BR Arquitetura atendem às normas técnicas mínimas para retardo de chamas. Além disso, praticamente todos os grandes fabricantes possuem uma linha de carpetes hipoalergênicos.

“A face superior dos carpetes, de tecido, é antiderrapante. Como muitos projetos, hoje, usam carpete sobre outros pisos, a base desse produto também tem evoluído, conferindo maior aderência, ainda que sem cola embaixo. O carpete vira, então, um tapete flexível e seguro para caminhar em cima”, observa Lucca.

Os carpetes em placas apresentam vantagens em relação aos produzidos com mantas. As placas são facilmente substituídas em caso de mancha que não possa ser removida, bem como para a manutenção da infraestrutura do escritório. “É possível remover e colar novamente cada placa em vez de fazer a troca completa de uma manta única”, comenta a arquiteta, indicando as composições sintéticas com náilon 6.0, no mínimo, por sua durabilidade maior e limpeza fácil.

SUSTENTABILIDADE

“A maioria das marcas que usamos em nossos projetos possuem, no mínimo, 40% de suas peças feitas com material reciclado”, conta a arquiteta, ressaltando que usar matéria-prima reciclada comum é o básico em sustentabilidade.

Várias empresas já usam as placas antigas, para trocar por um novo carpete, poupando o meio ambiente. “A Interface usa redes de pescadores da Indonésia que seriam descartadas no oceano em uma de suas coleções”, exemplifica Lucca.

A redução das emissões de gases de efeito estufa é uma das preocupações do setor, que visa à sustentabilidade em todas as fases do ciclo de vida de um carpete, inclusive com a implantação de programas de compensação de carbono atrelada à produção cada vez maior de peças produzidas com material reciclado, “A tendência é que esse tipo de atitude seja a regra dentro de alguns anos”, prevê a diretora do Studio BR Arquitetura.

INSTALAÇÃO: CUIDADO COM A COLA

A instalação deve ser feita com cola livre de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs); hoje, há no mercado, alternativas 100% livres de COVs, que permitem a remoção e a reinstalação das peças. Dessa forma, a contratação de mão de obra especializada é essencial. Ou seja, deve-se evitar instaladores não indicados pelo fabricante e que não tenham conhecimento sobre colas. “A escolha errada da cola pode causar danos às peças e às pessoas, uma vez que os COVs são nocivos à saúde e à atmosfera”, alerta Lucca.

Carpetes nacionais e importados

Apesar dos avanços da indústria nacional de carpetes, como eles ainda dependem muito de maquinários, ainda ficam aquém das marcas internacionais. Os importados, por sua vez, tendem a custar mais caro, pois são cotados em dólar ou euro. “Observamos que a área da arquitetura e de interiores no Brasil acaba seguindo padrões, tendências e lançamentos do exterior. A boa notícia é que as empresas estão correndo atrás dessas soluções com maior velocidade”, finaliza Lucca.

Colaboração técnica

bruna-de-lucca
Bruna de Lucca – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com especialização em Arquitetura Contemporânea pelo Instituto Europeu de Design. É técnica em acessibilidade pela prefeitura de São Paulo (SP). Especialista em projetos corporativos, compatibilização de projetos e projetos de alto padrão, atua desde 2008 nos mercados corporativo e residencial de alto padrão. Fundou a Studio BR Arquitetura, onde assinou projetos corporativos, residenciais e educacionais que somam mais de 12 mil m². Em 2012, Rodrigo Mancini tornou-se sócio, para atender à crescente demanda de projetos corporativos com expertise em branding aplicado à arquitetura. Os profissionais criaram a marca registrada Workxperience (metodologia especializada em qualidade e alta performance do espaço corporativo). Hoje, ela dirige a área de projetos e o laboratório criativo da Studio BR.