Carregadeiras: a força adicional em terraplenagem
Confira um panorama comparativo desses equipamentos com peso operacional entre 10 e 12 toneladas
As retroescavadeiras e escavadeiras hidráulicas dividem a fama de maior “popularidade” nos canteiros de obra pelo mundo, e principalmente no Brasil. Segundo especialistas do setor, essas máquinas são tradicionalmente as campeãs de venda. As “retros”, devido à versatilidade de utilização, estão entre as mais vendidas mesmo em épocas de crise, e as escavadeiras, por serem essenciais em terraplenagem. Em terceiro lugar no pódio surgem as pás carregadeiras, em especial as de 10 toneladas. Os modelos nessa faixa de peso são considerados mais enxutos que os de maior peso, utilizados em mineração, e têm força no mercado devido à grande demanda de obras dos últimos anos.
As pás carregadeiras são projetadas originalmente para trabalhos duros e pesados. Trata-se de um equipamento de construção especializado no carregamento, no transporte e na movimentação de diferentes tipos de material. Produtividade, potência, durabilidade, segurança e capacidade para grandes cargas são premissas fundamentais para considerar na aquisição de um desses equipamentos.
Representantes de peso
A Case possui em seu portfólio oito modelos de pás carregadeiras disponíveis no mercado brasileiro. Destaques para a versão mais compacta, 521D, as robustas W20E e 621D, e as de potência flexível das Séries E e F. Segundo a fabricante, a W20E Turbo, de 10 toneladas, vem se tornando uma vedete nos canteiros pela versatilidade do equipamento, a potência do motor e o acabamento com a versão fertilizante (Special Protection), projetada para ambientes corrosivos, com pintura especial, componentes e circuitos elétricos protegidos e cabine fechada com ar-condicionado.
A New Holland também “turbinou” a versão de 10 toneladas do modelo 12C. A empresa destaca o sistema hidráulico, a agilidade de manobra e a praticidade de operação e manutenção do produto. De acordo com os representantes da marca, a direção hidráulica é servoassistida hidraulicamente e alimentada por uma das seções da bomba dupla de engrenagens do sistema hidráulico. O contrapeso com extremidades chanfradas e o reduzido raio de giro facilitam as operações em espaços restritos.
A norte-americana John Deere também aparece como forte representante nesse segmento, e recentemente apresentou ao mercado brasileiro o modelo sobre rodas 524K. A empresa destaca a tecnologia embarcada em seus produtos. Esse equipamento conta com um sistema de diagnóstico de manutenção exibido ao operador em tela de LCD colorida, detecção de objetos por radar e câmera retrovisora para ampliar o campo de visão do operador.
A pá carregadeira sobre rodas John Deere 524K vem equipada com motor turbo pós-arrefecido John Deere / PowerTech 6068H de seis cilindros e 6,8 litros que rende 146 hp a 2.000 RPM à máquina. A transmissão é do tipo powerShift, com cinco velocidades e controle de mudança modulado eletronicamente, adaptável, dependendo da carga e da velocidade de deslocamento. Os freios são hidráulicos de discos úmidos e se ajustam automaticamente em todos os modelos.
Já a Volvo preza pelo design e pelo refinamento dos produtos que lhe renderam até premiações.
Em 2012, a carregadeira L220G da Volvo Construction Equipment amealhou o Red Dot Design, o prêmio mundial de qualidade em design industrial. Em terraplenagem, o modelo L60F de 10.600 quilos é o que a fabricante diz ser mais popular em canteiros brasileiros. A Volvo destaca a cabine como o diferencial para isso. As carregadeiras sobre rodas da marca estão equipadas com a cabine care cab, com um exclusivo sistema de filtragem e ventilação. Também possuem amplas janelas, esguios pilares e um capô com novo desenho. O isolamento de ruídos foi aprimorado e as cabines figuram entre as mais silenciosas do mercado.
A britânica JCB ressalta a tradição e a estabilidade no mercado brasileiro também atribuídas à qualidade das carregadeiras. São seis modelos ao todo, sendo o 416HT, de peso operacional de 10.308 quilos, o mais utilizado em terraplenagem. A empresa destaca a maleabilidade de operação do equipamento aliada à força com um sistema hidráulico sensível à carga.
Diferenciais como o sistema antipatinagem são opcionais em todos os modelos, para uma transmissão eficiente de potência para a roda em condições severas. O operador também pode optar pelo sistema smooth ride, que melhora a produtividade ao possibilitar que a máquina trabalhe mais rápido em um terreno irregular.
A Caterpillar começou a história com as pás carregadeiras em dezembro de 1959, quando a primeira produção foi despachada da linha de produção da fábrica da Caterpillar em Aurora, no estado norte-americano de Illinois. Durante mais de cinquenta anos, a Caterpillar desenvolveu e atualizou um total de 83 modelos. Hoje, as pás carregadeiras da fabricante norte-americana oferecem uma linha inteira de produtos que consistem em dezenove equipamentos. A potência do motor varia de 39 quilowatts (52 hp) a 1.092 quilowatts (1.463 hp), e a capacidade da caçamba varia de 0,6 (0,78 jardas cúbicas) a 31 metros cúbicos (41 jardas cúbicas).
Para terraplenagem, os modelos 924H e 924Hz, de 11.632 quilos, conquistaram diversos apreciadores no setor de locação devido à grande popularidade e ao serviço de pós-venda personalizado que a fabricante oferece. O primeiro conta com o exclusivo projeto VersaLink, que, segundo a CAT, oferece facilidade de controle de carregadeiras de múltiplas aplicações, versatilidade e levantamento em paralelo com resistência, durabilidade e velocidade de uma articulação em “Z”. Já o modelo 924Hz conta com uma caçamba de 2,5 metros cúbicos (3,5 jardas cúbicas) para manejo de material em condições severas, construída com placas de desgaste adicionais no fundo e nas laterais, que é projetada para aplicações com betoneiras ou para a preparação de concreto, com capacidade na usina de 200 toneladas por hora.
Ascensão dos modelos orientais
Muitos fabricantes orientais resolveram arregaçar as mangas para aproveitar a oportunidade próspera desse nicho de mercado e investiram pesado na fabricação e na distribuição de máquinas em todo o território brasileiro. A frente chinesa conta com uma forte representação no segmento de carregadeiras com a marca LiuGong que, segundo a empresa, possui uma das maiores linhas de produção de pás carregadeiras do mundo, já que consegue fabricar, em média, na China, uma carregadeira a cada sete minutos.
As pás carregadeiras da marca sul-coreana Doosan são representadas pelos modelos DL 200 e DL 300, que têm, respectivamente, 11,3 e 17,3 toneladas de peso e operam com caçamba de 2 e 3,5 metros cúbicos. Pelas estimativas da empresa, as duas famílias (escavadeiras e carregadeiras) totalizaram a venda de cerca de 3.500 unidades, desde 2008 até o primeiro trimestre deste ano, posicionando a empresa como um importante competidor no ramo de máquinas de escavação e carregamento.
A representante mais recente da Hyundai nesse segmento é a HL770, voltada para os setores de mineração, indústria extrativa, construção pesada e serviços de terraplenagem. A fabricante destaca nessa máquina a transmissão tipo powerShift, que trabalha com válvulas proporcionais, controla as marchas eletronicamente e é acionada hidraulicamente. Adicionalmente, o operador pode optar por realizar a calibragem dos pacotes de transmissão por meio do painel, na cabine de operação.
Já a linha de frente japonesa quem comanda é a Komatsu. A carregadeira de rodas WA200-5 vem equipada com um potente motor a diesel Komatsu SAA6D102E-2-A, nacional, turboalimentado com pós-arrefecimento do tipo ar/ar com potência de 127 hp (95 quilowatts). “Graças ao motor de elevado torque e à transmissão hidrostática (HST), há uma redução de até 15%no consumo de combustível com a maximização da eficiência nas baixas velocidades”, diz Agnaldo Lopes, gerente comercial da Komatsu no Brasil. O carregamento em “V”, com tempo de ciclo de 25 segundos, também é um diferencial destacado pela empresa.