Churrasqueira pré-moldada: conheça os principais revestimentos
Conheça quais são os melhores materiais para o revestimento da coifa, braseiro e parte externa de churrasqueiras pré-moldadas
As churrasqueiras pré-moldadas são produzidas na indústria, geralmente, em concreto. Elas chegam na obra em módulos constituídos por pés, braseiro, coifa e chaminé. A montagem dessas peças é simples e fácil, feita com argamassa. Há, no mercado, diversos modelos, especificações e tamanhos, e todas podem receber vários tipos de revestimentos. São utilizadas em áreas de lazer, no térreo de residências ou edifícios, e nas varandas gourmet.
“Porém, tanto as churrasqueiras pré-moldadas quanto as construídas in loco exigem atenção com a carga estrutural, principalmente em varandas de apartamentos, por se tratar de um peso pontual mais elevado sobre a laje. O ideal é validar a instalação previamente com a construtora ou o engenheiro responsável pela edificação”, diz o arquiteto Gabriel Mazorra, titular do escritório Mazorra Studio.
Revestimento para braseiro de churrasqueira pré-moldada
Considerando que o braseiro é elemento fundamental da churrasqueira pré-moldada, o arquiteto recomenda aquelas que já vêm de fábrica com o braseiro revestido com materiais isolantes térmicos, que reduzem a troca de calor com a área externa.
“Caso contrário, há risco de danos na marcenaria que compõem a bancada e no próprio revestimento externo da churrasqueira pré-moldada. Ao mesmo tempo, esse isolamento concentra o calor no braseiro potencializando a queima, consequentemente, economizando carvão ou lenha”, explica.
O isolamento térmico do braseiro é feito com materiais como lã de rocha ou isopor, entre outros, protegidos por chapa de aço galvanizado, por exemplo. O arquiteto também sugere um mix de sistemas, ou seja, construir a churrasqueira in loco, em alvenaria, e adotar apenas o braseiro pré-moldado com isolante térmico. “É mais difícil executar esse tipo de braseiro em obra”, comenta.
Internamente, o revestimento mais indicado é o tijolo refratário, que preserva melhor o calor e dá maior eficiência à queima, funcionando como isolante térmico. “Claro que os braseiros que já são dotados de isolamento térmico, executado com materiais e de maneira mais técnica, são superiores”, comenta.
Muitos fabricantes de churrasqueiras pré-moldadas entregam o produto com o braseiro revestido com refratário. Mas, se necessário, ele pode ser aplicado na obra. “O tijolo deve ser assentado a uma altura mínima de 40 cm, utilizando argamassa também refratária”, ensina, observando que, sem o revestimento, não é possível estimar a vida útil do concreto da churrasqueira.
Revestimento externo para churrasqueira pré-moldada
Resistência ao calor e baixa porosidade, são requisitos fundamentais dos materiais de revestimento externo das churrasqueiras. O porcelanato e o granito atendem perfeitamente aos dois critérios, além da facilidade de limpeza, o que os tornam passíveis de aplicação, inclusive, no fundo da churrasqueira.
“Mas, atenção, o assentamento do porcelanato e de qualquer outro tipo de revestimento é feito, obrigatoriamente, com argamassa AC3, que garante maior aderência das peças. Além disso, diante do calor, os materiais têm maior deformabilidade, que é acompanhada pela AC3”, informa.
Sempre adotando a linguagem do projeto do apartamento ou da área de lazer, podem ser usadas externamente plaquetas de cerâmica rústica ou ladrilho hidráulico, lembrando, no entanto, que são mais porosos. “Já usei porcelanato, granito e ardósia – essa pedra é escura e funciona muito bem. Se o projeto pede material mais contemporâneo, o aço inox é interessante”, sugere.
Solução mais simples, porém, de bom resultado estético, é a textura acrílica aplicada sobre argamassa refratária. Ou pintura, de preferência epóxi, que é impermeável e de fácil limpeza.
Mazorra desaconselha aplicar revestimentos brancos ou em tons mais claros. “Afinal, por mais que se limpe a churrasqueira depois do uso, com o passar do tempo eles vão apresentar manchas feias”, comenta. Mas, se o projeto pede uma churrasqueira branca, há materiais sintéticos mais resistentes, como as lâminas ultracompactas ou quartzito.
Quando o projeto não renuncia a revestimentos muito porosos, como o mármore e as plaquetas de tijolinho que são muito porosos, é preciso selar com resina hidro óleo fugante. “Ela não altera a aparência do material, protegendo contra gordura e líquidos. Deve ser reaplicada anualmente”, diz.
Revestimento para coifa de churrasqueira pré-moldada
De acordo com o arquiteto, não há diferenças entre os revestimentos ideais para churrasqueiras pré-moldadas e as executadas na obra. A coifa piramidal, comum a todas, tem a função de possibilitar melhor exaustão.
No entanto, se a estética desse elemento não agrada, é possível criar um fechamento em drywall (placa rosa, resistente ao fogo) ou alvenaria, por exemplo, escondendo o desenho piramidal. Posteriormente, aplica-se o revestimento escolhido.
Colaboração técnica
- Gabriel Mazorra – É formado Arquiteto Urbanista pela Universidade Mackenzie (2004) com pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas (2012) no MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil. Atua em escritório próprio desde 2006, após ter acumulado experiência profissional com arquitetos renomados das áreas de arquitetura, paisagismo e interiores residenciais e corporativos desde 2002. Tomou a frente no desenvolvimento de projetos 3D com a tecnologia BIM já a partir de 2009, quando este método de construção virtual ainda estava longe de suplantar a tecnologia CAD.