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Coberturas de vidro permitem liberdade estética sem perda de segurança

Com uma ampla variedade de soluções, o vidro garante adaptação aos mais variados estilos de projeto. Também pode auxiliar na obtenção de certificados sustentáveis

Publicado em: 28/03/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Coberturas de vidro agregam valor estético aos projetos (crédito: Evannovostro / Shutterstock)

As coberturas de vidro possuem diversas soluções e características que permitem atender às demandas de todos os tipos de projeto, de residências a indústrias. Embora ainda encontre resistência por serem consideradas frágeis, atendem a todos os tipos de projeto – desde que especificadas corretamente. “Qualquer cobertura pode receber vidro, de claraboias, átrios, marquises, sheds e pergolados a grandes coberturas, como as de shoppings, por exemplo”, explica Rebeca Andrade, especificadora técnica da PKO do Brasil.

Apesar de auxiliar na redução de gastos com energia elétrica, ao permitir a entrada de iluminação natural, e no controle de temperatura, o principal destaque dessa solução é o diferencial estético. Andrade explica que o vidro permite a criação de espaços modernos e diferenciados, integrando o ambiente e aproveitando melhor a luz natural. No entanto, o custo é mais alto em comparação às soluções comuns, devido aos cuidados necessários para garantir o conforto. “Um dos assuntos mais delicados ao falar sobre telhados de vidro é o isolamento. A estrutura e o vidro custarão mais caro do que uma cobertura tradicional com isolamento termoacústico eficiente”, afirma o arquiteto Nir Sivan, fundador e presidente do Nir Sivan Architects.

LIBERDADE

O vidro proporciona uma liberdade criativa ao projetista, pois permite uma cobertura totalmente personalizada, com características, dimensões e até formatos únicos. “Eu gosto de ‘esculpir’ quando sou chamado para projetar uma cobertura de vidro. Acreditamos no valor estético agregado, por isso utilizamos aço e vidro em diversos projetos para introduzir algo que contribuirá ao prédio enquanto interage com os arredores”, comenta Sivan.

Qualquer cobertura pode receber vidro, de claraboias, átrios, marquises, sheds e pergolados a grandes coberturas, como as de shoppings
Rebeca Andrade

Além da estética, o material também garante uma vasta variedade de desempenho, pois existem diversos tipos de vidro, cada um com características diferentes, que podem proporcionar exatamente aquilo de que o projeto precisa. Por exemplo: para proteção termoacústica, recomenda-se o uso de vidro insulado; para maior segurança, vidro laminado ou aramado. Para atender às demandas de cada projeto, ainda é possível combinar mais de um tipo de vidro, agregando características à cobertura.

TIPOS DE VIDRO

Resistentes às intempéries, os vidros possuem durabilidade superior a 30 anos. Veja alguns dos tipos mais utilizados:

Laminado

Sua principal característica é, em caso de quebra, evitar que ele estilhace e machuque as pessoas que estejam abaixo da cobertura.

Insulado

Garante o conforto termoacústico, isolando o ambiente interno do externo.

Aramado

Também conhecido como vidro de segurança, impede o estilhaçamento do vidro em caso de rompimento da placa.

Temperado-laminado

Altamente resistente, garante a segurança em caso de quebra. É ideal para as coberturas que necessitam furos ou acessórios durante a aplicação.

Autolimpante

Utiliza os raios UV (ultravioleta) e a água para combater os resíduos acumulados em sua superfície.

Controle Solar

Garante maior conforto térmico aos ambientes e melhor controle da luminosidade.

 

Existem instrumentos, ciclos e aspectos particulares em cada projeto, por isso o arquiteto sempre deve contatar o fornecedor e solicitar o manual de uso para entregar ao cliente
Nir Sivan

ESTRUTURA

A estrutura, aliada ao tipo de vidro escolhido, é quem garante a resistência e a durabilidade do conjunto. É essencial garantir a estanqueidade da estrutura, para evitar possíveis infiltrações e vazamentos, e que ela não tenha contato direto com o vidro, para prevenir possíveis desgastes e até mesmo quebras do vidro. E isso deve ser feito se atentando aos calços para apoio das peças de vidro, a fixação, que deve ser feita com borrachas ou outros materiais que criem uma barreira entre o vidro e a estrutura. “Também é necessário observar as folgas para que, na dilatação do edifício, não haja o contato entre as peças de vidro e nem do vidro com parafusos, por exemplo. A vedação destas folgas entre as peças deve ser feita com silicone próprio resistente às intempéries”, explica Andrade.

Respeitando a inclinação, folgas, calço e fixação – conforme a NBR 7199 –, as coberturas de vidro podem ser aplicadas em diversas estruturas, sem comprometer o seu desempenho. Sua correta instalação ainda garante a sua eficiência. “As folgas e a previsão de trabalhabilidade da estrutura devem ser consideradas e a utilização de silicones próprios é necessário para garantir a estanqueidade do conjunto”, explica Andrade.

As borrachas que ficam na parte superior da instalação podem ressecar de acordo com as variações climáticas
Ana Zamora

MANUTENÇÃO

Ana Zamora, especialista técnica da PS do Vidro, recomenda que seja feita uma manutenção periódica na estrutura. “A manutenção deve ser feita a cada 6 ou 8 meses, pois as borrachas que ficam na parte superior da instalação podem ressecar de acordo com as variações climáticas – a exposição intensa ao sol é o principal fator”, alerta a especialista.

No entanto, cada projeto pode requerer manutenção específica, conforme explica Sivan. “Existem instrumentos, ciclos e aspectos particulares em cada projeto, por isso o arquiteto sempre deve contatar o fornecedor e solicitar o manual de uso para entregar ao cliente”.

NORMAS E CERTIFICADOS

A norma técnica que regulamenta a construção de coberturas em vidro é a NBR 7199 - Vidros na construção civil: projeto, execução e aplicações. Ela determina a utilização de vidros laminados, aramados ou insulados. “A norma também indica o uso do vidro aramado. Porém este está em maior desuso devido a questões estéticas e a falta de flexibilidade, pois não permite a associação com outros materiais como o uso de vidro de controle solar”, explica Andrade.

Se devidamente especificadas para tal finalidade, as coberturas de vidro podem, inclusive, auxiliar na obtenção de certificados sustentáveis. “Quando associado ao uso de vidros de controle solar, poderá ser gerada pontuação graças à economia de energia elétrica com uso de ar condicionado e iluminação artificial, maior conforto aos usuários do edifício (térmico e luminoso), uso de produtos de inovação tecnológica e também o uso de materiais sustentáveis (já que o vidro é 100% reciclável)”, finaliza Andrade.

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Colaboração técnica

Nir Sivan – Graduado em arquitetura e com mestrado em planejamento de projeto em Roma, o arquiteto israelita ampliou sua experiência internacional ao trabalhar com o renomado arquiteto Massimiliano Fuksas entre 2008 e 2011. Em 2012, alterou o nome do escritório para Nir Sivan Architects.
Rebeca Andrade – Arquiteta, especialista na área de Especificação Técnica PKO do Brasil.
Ana Zamora – Especialista técnica da PS do Vidro.