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Como aplicar textura acrílica em fachadas de edifícios

Os métodos variam bastante, assim como os acabamentos. Escolha depende do efeito desejado, da experiência do profissional aplicador e das recomendações do fabricante

Publicado em: 29/06/2018Atualizado em: 15/08/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Solução apresenta alta durabilidade (crédito: shutterstock.com / s_Oleg)

A textura acrílica é conhecida por seu acabamento diferenciado, que parece ranhuras. Bastante utilizada em ambientes residenciais e comerciais, também pode ser utilizada para acabamento de fachadas de edifícios. No entanto, para essa finalidade, a textura precisa atender a alguns requisitos. “Ela deve contribuir para a estanqueidade da água de chuva, apresentar capacidade de dissimular fissuras existentes no substrato ou de origem térmica e resistir a intempéries, de modo a obter a durabilidade prevista”, explica Osmar Hamilton Becere, pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção Civil do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

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A textura acrílica deve contribuir para a estanqueidade da água de chuva, apresentar capacidade de dissimular fissuras no substrato ou de origem térmica e resistir a intempéries, de modo a obter a durabilidade prevista
Osmar Hamilton Becere

PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE

A preparação da base é fundamental para a aplicação perfeita da textura acrílica. Normalmente, ela é aplicada em emboços novos. Para esse tipo de substrato, Becere listou alguns pré-requisitos que devem ser atendidos:

• Estar devidamente curado (mínimo de 28 dias);
• Estar seco, sem partículas soltas e/ou pulverulência;
• Apresentar resistência superficial a riscos (dureza adequada);
• Apresentar superfície lisa e isenta de rachaduras, reentrâncias e outras irregularidades impossíveis de serem corrigidas por conta da espessura do revestimento.

A análise da superfície é importante para buscar possíveis imperfeições no substrato. Dependendo do caso, a textura acrílica pode compensar algumas falhas, pois são capazes de corrigir irregularidades superficiais do substrato. Em caso de dúvida, Leandro Augusto, assistente de pesquisa do Laboratório de Materiais de Construção Civil do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e professor da Universidade Nove de Julho, recomenda a realização de um teste em uma região representativa do substrato para validar a necessidade de correção.

Para correções mais simples, uma camada de massa niveladora (base acrílica) já resolve o problema. Caso a recuperação seja mais difícil, é preciso utilizar argamassas inorgânicas. “Dessa forma, recomenda-se consultar o fabricante e/ou profissionais especializados para definição do procedimento mais adequado à correção das irregularidades do substrato”, reforça Augusto.

Também é fundamental proteger pisos (forrá-los para evitar respingos e manchas), além de portas, janelas e rodapés (proteger com fita adesiva tipo “fita crepe”).

APLICAÇÃO

A textura acrílica pode ser aplicada de três maneiras, conforme o efeito decorativo desejado. Segundo o professor da Universidade Nove de Julho, os fabricantes recomendam o método de aplicação conforme as características do produto.

Com rolo

A aplicação com rolo é simples e exige um rolo de lã, para aplicação do selador ou fundo preparador, e um rolo de espuma alveolar, para aplicação da textura acrílica.

A aplicação deve ser feita de cima para baixo e das extremidades para o meio, da mesma maneira que se aplica massa niveladora. O acabamento decorativo é obtido com a aplicação do rolo alveolar, sempre na vertical, de cima para baixo, de modo que a rugosidade final facilite o escoamento da água sobre a superfície e reduza a fixação de sujidades.

Com desempenadeira

Essa aplicação requer aplicadores mais experientes para melhor resultado. A massa deve ser aplicada de cima para baixo e das extremidades para o centro, assim como é feito com a massa niveladora. O efeito decorativo é obtido com a textura acrílica ainda fresca, ou seja, logo após ter sido aplicada. Por isso, Becere recomenda realizar o procedimento em uma área pequena, de 3 m² a 5 m², pois como a cura é rápida, o material pode endurecer antes da aplicação em toda a superfície. “Essa área pode variar para mais ou menos dependendo da habilidade do aplicador e das condições climáticas no momento da aplicação”, ele diz.

Projeção

Esse talvez seja o método que permite mais criatividade na decoração. “Pode-se aplicar o fundo selador de uma cor e a textura acrílica de outra, e a aplicação pode ser feita de forma continua, em uma camada, ou em flocos, para obter o efeito travertino por meio do amassamento desses flocos com desempenadeira. São diversas possibilidades, cabe ao usuário definir com o aplicador o efeito decorativo desejado e adquirir a textura acrílica compatível”, afirma Becere.

Recomenda-se consultar o fabricante e/ou profissionais especializados para definição do procedimento mais adequado à correção das irregularidades do substrato
Leandro Augusto 

Com a utilização de compressor de ar; mangueiras com extensão adequada; engates rápidos; caneca de projeção plástica ou de alumínio e respectivos bicos; a projeção é realizada de cima para baixo, de maneira contínua, evitando-se parar sobre um mesmo local. Deve-se manter um único sentido (por exemplo, da esquerda para a direita, de cima para baixo etc.) e é preciso auxílio de outros profissionais. “Outras pessoas devem apoiar [o aplicador] durante a movimentação de andaimes, alimentação da caneca com a textura acrílica e também realização do acabamento decorativo, normalmente com auxílio de espátulas”, orienta o pesquisador do IPT.

 

MANUTENÇÃO

Uma das principais características da textura acrílica é a alta durabilidade. Mas para que sua vida útil seja longa, ela deve receber alguns cuidados, como limpeza periódica. “A lavagem é feita por hidrojateamento com pressão máxima de 1.000 psi que pode ser combinado, quando necessário, com a utilização de sabão neutro”, explica Leandro Augusto. Dependendo do grau de exposição à sujeira e do tipo de acabamento da fachada, a higienização deve ser feita a cada dois ou três anos.

No caso de patologias, geralmente decorrentes de umidade excessiva, recomenda-se demarcar a região, protegendo o entorno com um filme plástico ou papel, e remover o revestimento da parte degradada. “Após a limpeza do substrato, aplicar o novo revestimento de acordo com as recomendações do fabricante do produto”, finaliza Augusto.

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Colaboração técnica

Osmar Hamilton Becere  – Possui graduação em Tecnologia em Construção Civil pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e mestrado profissionalizante em Habitação: Planejamento e Tecnologia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Atualmente, é pesquisador do Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em construção civil.
Leandro Augusto  – Graduado em Tecnologia em Construção Civil pela Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC)e mestre em Habitação: Planejamento e Tecnologia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Atualmente, é assistente de pesquisa do Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT e professor da Universidade Nove de Julho, em São Paulo (SP).