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Como calcular o preço de locação do equipamento para a obra?

Valor da locação de um equipamento pode sofrer variações de acordo com os riscos de operações em terrenos mais inóspitos. Entenda o que deve ser considerado

Publicado em: 16/09/2013Atualizado em: 12/08/2019

Texto: Redação PE

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O preço para locação deve considerar o tipo de serviço e o local onde a máquina será utilizada (foto: fuyu liu/shutterstock)

A depreciação de um equipamento ocorre em todo tipo de operação. Ela varia de acordo com o ambiente onde ficará exposto e o material com que irá trabalhar. Há casos em que a agressão é tanta que provoca o fim da vida útil do equipamento e não há manutenção que consiga recuperar o estrago. Mas como calcular corretamente tudo isso para formatar o preço da locação?

Cada tipo de máquina está sujeita a sofrer agressividade de maneira diferente, de acordo com o tipo de material com que trabalha. A areia, por exemplo, é leve e aparentemente pouco nociva, mas agride profundamente o equipamento. Sua penetração nos pinos e buchas prejudica o funcionamento das articulações e danificar o material rodante dos equipamentos sobre esteiras.

Já no caso do transporte de materiais mais pesados, materiais como o rachão, é um dos mais agressivos. Nesse tipo de operação o desgaste do equipamento é intenso. A caçamba de uma carregadeira sofre um atrito muito forte para penetrar no material a ser transportado e a força necessária para içá-lo é maior.

Os pneus também sofrem um desgaste intenso em função da alta tração. De uma forma geral, as peças ligadas ao sistema hidráulico são as que são danificadas nas operações e necessitam de manutenção com maior frequência.

REGIÕES LITORÂNEAS

O ambiente de operação também é determinante na depreciação da máquina. O litoral, por exemplo, é altamente agressivo em função da maresia, já que o ar litorâneo contém quantidade muito maior de cloreto de sódio, provoca a corrosão e a oxidação do aço, fazendo com que algumas peças apresentem danos mais rapidamente.

Esse tipo de ação corrosiva é bem conhecida, mas não é prerrogativa das cidades do litoral. As indústrias químicas e aterros sanitários também agridem o equipamento dessa forma, em especial tratores de esteiras com lâminas que trabalham em aterros.

Diversos ambientes submetem as máquinas à corrosão e, para evitá-los, ou pelo menos retardá-los, a dica é banhar o equipamento em óleo e manter os pinos sempre engraxados, além de uma lavagem periódica, de preferência semanal, quando estiver em operações nesses locais.

DEBAIXO DA TERRA

O ambiente subterrâneo é extremamente nocivo aos equipamentos. Por se tratar de local fechado, as operações realizadas abaixo da terra expõem as máquinas a danos relacionados ao próprio ar, que mesmo com auxílio de exaustores para intensificar seu fluxo, fica relativamente sujo, e pode rapidamente danificar os filtros da máquina.

Outro fator importante quando se trabalha em ambientes fechados é a saúde do operador, que pode ficar seriamente comprometida, uma vez que respira as impurezas liberadas com a queima do combustível. O impacto também insere sobre os custos e é necessário, inclusive, pagar a insalubridade ao operador.

IMPACTO NOS VALORES

A variação no valor da locação do equipamento existe, e muitas vezes pode sofrer alteração de 20% a 30%, dependendo das condições do trabalho. Não há, porém, uma fórmula exata, ela é estabelecida de acordo como cada empresa avalia se determinada operação vai agredir seus equipamentos, e também da importância do negócio para a empresa.

Além de estarem em contato com ambientes e materiais danosos, as máquinas são também reféns dos operadores, grandes responsáveis pela eficiência na utilização do equipamento, mas muitas vezes sua displicência e/ou negligência fazem com que ela sofra danos desnecessários.

O profissional despreparado reduz, e muito, o tempo de vida do equipamento, movimentos bruscos, trancos, ou até mesmo ir além da capacidade da máquina pode causar problemas a longo prazo.

Para os especialistas, somente a manutenção periódica garante que equipamentos com oito anos de uso, por exemplo, apresentem o mesmo desempenho de um novo, se tratando do mesmo modelo, com as mesmas características.

A Odebrecht, por exemplo, trabalha com as vidas úteis dos equipamentos relativamente curtas, realizando as vendas antes que sejam necessárias intervenções nos componentes do trem de força. Já no caso das locadoras, a recomendação é que as vidas úteis sejam ainda menores, pois as exigências dos clientes quanto ao desempenho das máquinas são bem maiores.

Colaboração técnica

Paulo Oscar Auler Neto — Superintendente de Aquisição de Equipamentos da Odebrecht
Joaquim Marcelino Filho — diretor da Rolink Tractors
Eurimilson Daniel — diretor da Escad Rental