Como comprar fôrmas metálicas para paredes de concreto?
Moldes são decisivos para o sucesso de obras com esse sistema construtivo. Conheça principais aspectos a serem considerados na seleção
As paredes de concreto são um sistema construtivo racionalizado no qual a estrutura e a vedação são formadas por um único elemento moldado in loco. Normalmente competitiva em obras com alto grau de repetição, essa solução é utilizada na construção de casas térreas, sobrados e edifícios de até cinco pavimentos.
Graças à eliminação de etapas como alvenaria, reboco e cortes para embutimentos, é possível construir até três vezes mais rápido com esse sistema em comparação ao método convencional, com pilares, vigas e blocos para fechamento. Alguns construtores relatam, ainda, redução de até 80% na geração de resíduos e maior controle de qualidade com as paredes de concreto.
Ajudou a consolidar essa solução construtiva a publicação, em 2012, da ABNT NBR 16.055 - Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações - Requisitos e Procedimentos.
A construção com paredes de concreto pressupõe a montagem de fôrmas no local da obra, preenchidas com concreto, após o embutimento das instalações hidráulicas e elétricas. A escolha da melhor tipologia de molde é um ponto decisivo para o sucesso do sistema.
Do mesmo modo, é bastante crítica a decisão entre comprar ou alugar um sistema de fôrmas. Segundo o engenheiro Danilo Lorenceto, especialista neste sistema construtivo, a tomada de decisão depende diretamente das características de cada projeto, levando em consideração a quantidade de unidades a serem construídas, o custo do concreto na região de implantação e o prazo de obra.
Como escolher fôrmas para paredes de concreto?
O mercado disponibiliza algumas tecnologias para moldar paredes de concreto. Entre as opções estão as fôrmas de alumínio, que garantem boa qualidade superficial ao concreto e alta produtividade, e as fôrmas plásticas, que evoluíram nos últimos anos, tornando-se mais robustas. Há, ainda, os moldes que utilizam estrutura metálica e chapas de compensado para o contato com o concreto, viáveis sobretudo em construções verticais que contam com grua para o transporte dos conjuntos. Menos utilizadas, as fôrmas trepantes costumam ser indicadas para edifícios com múltiplos pavimentos.
Bastante utilizadas, as fôrmas de alumínio utilizam quadros e chapas de alumínio, tanto para estruturação dos painéis como para dar acabamento à peça concretada. Esses moldes têm entre seus atributos o fato de serem recicláveis, leves e oferecerem ótimo acabamento superficial ao concreto.
Já as fôrmas metálicas mistas são compostas por quadros metálicos e chapas de madeira compensada. Essa tecnologia tem como vantagem a flexibilidade para se ajustar às medidas de cada projeto. No entanto, os painéis são mais pesados do que os inteiramente em alumínio e exigem a troca das chapas de compensado a cada ciclo de 30 usos, aproximadamente.
Ao avaliar as alternativas, é necessário considerar fatores como a quantidade de unidades a serem construídas, o custo e o prazo da obra a ser cumprido. "É preciso analisar as características do empreendimento (se casas térreas, sobrados, prédios altos ou baixos), a quantidade de unidades, a logística do canteiro e a disponibilidade de equipamentos pesados de montagem", comenta o engenheiro Arnoldo Wendler, consultor especializado em paredes de concreto.
Ele explica que canteiros de grande extensão horizontal necessitam de equipamentos móveis ou fôrmas manoportáveis. Já obras de prédios altos inevitavelmente exigirão gruas. Nesses casos, a facilidade de carregamento das fôrmas torna-se um fator menos importante. Para ser manoportável, a fôrma deve pesar até 60 quilos.
Projeto de fôrmas
Independentemente da tecnologia escolhida, os melhores resultados ocorrem quando há um projeto de fôrmas bem compatibilizado, que inclua o detalhamento de painéis, equipamentos auxiliares, peças de travamento e aprumo, bem como do escoramento (inclusive escoramento residual permanente). O projeto deve apontar, ainda, o correto posicionamento dos painéis e a sequência executiva de montagem e desmontagem.
Além do projeto, a viabilidade financeira dos moldes para paredes de concreto depende, também, da durabilidade da forma que, por sua vez, varia em função das condições de utilização e manejo. “Já vi formas de alumínio durarem 100 usos, enquanto outras duraram 1000 usos”, diz Lorenceto, ressaltando a importância de boas práticas de uso e manutenção. “Em vez de raspar as laterais dos painéis para tirar os excessos de concreto, a recomendação é passar uma esponja de aço. Da mesma forma, deve-se utilizar o desmoldante adequado ao tipo de molde”, exemplifica.
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Colaboração técnica
- Danilo Lorenceto - Engenheiro civil com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV. É especialista em paredes de concreto moldadas in loco, consultor técnico e palestrante.
- Arnoldo Wendler - Engenheiro civil, é diretor da Wendler Projetos e Sistemas Estruturais. Coordenou o grupo de estudos da ABNT NBR 16.055 (Paredes de Concreto).