Como e por que fazer um sistema de drenagem para rodovias
Imperceptível visualmente aos usuários, a drenagem é essencial para garantir a boa durabilidade da estrada e prevenir acidentes decorrentes do acúmulo de água
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Para que as rodovias sejam seguras para o tráfego de veículos é necessário que a drenagem das pistas seja de alto nível. Isso porque ela é a principal responsável por evitar o acúmulo de água que prejudica o desempenho da estrutura do pavimento, ocasionando acidentes graves. Segundo Demetrius Guimarães, gerente de vendas da Bidim, o dreno direciona corretamente a água, mantendo as características de resistência do subleito, da sub-base e da base da estrada, garantindo a vida útil da estrada por mais tempo. “É ele, também, que evita o excesso de água na superfície da rodovia bem como o rebaixamento do lençol freático”, finaliza o especialista.
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Um sistema de drenagem bem projetado, construído e conservado, portanto, garante tanto a segurança dos usuários da rodovia, reduzindo consideravelmente o número de acidentes, quanto o aumento da durabilidade do pavimento, de elementos estruturais e da integridade dos taludes de corte e aterro, como lembra Heber Pereira, engenheiro da Concessionária SPMAR.
Como fazer
Um sistema de drenagem bem projetado, construído e conservado garante tanto a segurança dos usuários da rodovia, reduzindo consideravelmente o número de acidentes, quanto o aumento da durabilidade do pavimento, de elementos estruturais e da integridade dos taludes de corte e aterro
Um sistema de drenagem, apesar de extremamente necessário, requer investimentos elevados e esforços constantes, sendo constituído pela Drenagem Superficial e pela Drenagem Profunda. “A primeira é formada pelo conjunto de elementos que têm como objetivo afastar as águas que escoam sobre a superfície da rodovia ou nas suas proximidades, enquanto a segunda é o conjunto de dispositivos subterrâneos executados com a finalidade de evitar que as águas profundas atinjam o pavimento ou a superfície da estrada”, explica Pereira.
No pavimento da estrada, a drenagem é feita primeiramente com a trincheira drenante, que pode variar de profundidade entre 40 cm até 2 ou 3 m, dependendo do projeto. Em seguida, é colocada a manta, que tem a função de filtro, dentro da trincheira e, somente depois, é usada uma brita cuja função é atuar como um meio mais permeável de captação da água para formar o leito. Na sequência, vem o tubo dreno, que conduz a água, o restante da brita e, por fim, novamente a manta, que fecha a estrutura e garante que nenhum solo entre no dreno.
Vale ressaltar que, devido à grande complexidade do sistema, é necessário realizar trabalhos preventivos para identificação de possíveis problemas, como o surgimento de erosão de grande dimensão.
Atenção dobrada!
O dreno é elemento fundamental para garantir a vida útil de um pavimento. Quando uma concessionária ganha a concessão de uma nova rodovia, uma das primeiras obras realizadas envolvem a colocação de drenos na pista. “Sem um dreno eficiente não adianta recapear o asfalto, pois o mesmo volta a se degradar em pouco tempo”, revela Demetrius.
Para que não haja erro no projeto, prejudicando a estrada, é preciso seguir a norma brasileira sobre Instalação de Trincheiras Drenantes, que determina que tipo de Bidim usar em função da profundidade do dreno. As recomendações previstas nos manuais, assim como as normas técnicas vigentes, dentre eles o Manual de Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006) também devem ser levados em consideração.
Algumas soluções
A fabricante Bidim possui o Bidim CC-10, produto criado especialmente para cura de concreto que consiste em uma manta para cura úmida de concreto com base de não tecido exclusivo 100% poliéster com um filme de polietileno aderido e perfurado, na medida certa. Entre suas vantagens estão a alta durabilidade, podendo ser usado mais de quatro vezes, a diminuição da quantidade de resíduos gerados pela obra, além do fato de não criar mofo por ser 100% sintético, auxiliando na preservação do meio ambiente.
O Ecodreno, da Ecotelhado, é um sistema de retenção, drenagem e infiltração da água da chuva, que funciona como cisterna modular subterrânea. Retém temporariamente o volume de água das chuvas captado nas superfícies impermeáveis, diminuindo a magnitude das enchentes. O objetivo é formar um reservatório de água da chuva para impedir que ela saia do terreno em forma de enxurrada, levando poluentes para os rios e lagoas. “Recentes pesquisas mostram que até 70% da contaminação de rios e arroios provêm de águas pluviais que lavam a cidade e descarregam os poluentes na água. Em muitos municípios, já existem leis que regulamentam a retenção e o tratamento do pluvial”, explica João Manuel Feijó, engenheiro agrônomo.
Feito principalmente de plástico pós-consumo que funciona como colunas, estruturando o dreno urbano e impedindo seu desmoronamento, uma de suas vantagens é a redução da possibilidade de enchentes em rodovias e outros ambientes que sejam favoráveis a esse tipo de situação. “Além do reuso da água captada, que pode ser utilizada como reservatório contra incêndio e de água industrial, é possível direcioná-la para irrigação de paisagismo, por exemplo”, completa Feijó.
José Cattani, diretor-geral da Tigre ADS, fala sobre os tubos corrugados de dupla parede: internamente liso e, por fora, ondulado. Feito em polietileno de alta densidade (PEAD), garante o sistema de drenagem em rodovias com as seguintes vantagens: redução da manutenção, maior vida útil do empreendimento (em média, 75 anos), redução de equipamentos pesados, menor custo de transporte, redução do risco de acidentes durante a instalação, maior agilidade de instalação e menos transtornos aos usuários. “No caso de rodovias, a utilização desses tubos faz com que exista maior controle de compactação lateral e possível aumento de material inadequado (também chamado de bota-fora), que necessita ser transportado para um local de descarte, além de ter vida útil comprovada de 100 anos”, esclarece.
O produto segue as normas rodoviárias americanas AASHTO M294 e Instalação ASTM 2321.
Colaboraram para esta matéria
- João Manuel Feijó – Engenheiro agrônomo da Ecotelhado
- Demetrius Guimaraes – Gerente de Vendas da Bidim
- José Cattani – Diretor-geral da TIGRE ADS
- Heber Pereira – Engenheiro da Concessionária SPMAR, responsável pela administração Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas e pela gestão da construção e futura administração do Trecho Leste.