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Como escolher lixadeiras, usá-las corretamente e evitar acidentes

Apesar da portabilidade e fácil operação, as lixadeiras demandam cuidados especiais para melhor eficiência no trabalho, sem danificar a saúde e minimizar acidentes

Publicado em: 30/09/2014Atualizado em: 27/06/2019

Texto: Redação PE

Lixadeira é uma ferramenta portátil, elétrica ou pneumática, de uso muito popular na construção civil, indústria, marcenaria, oficinas mecânicas, entre outras aplicações. É comum serem confundidas com esmerilhadeiras e politrizes, pois se diferenciam dessas três máquinas pela rotação, mais especificamente pelo sistema de engrenagem e pinhão.

A fim de não provocar queimaduras nas superfícies lixadas, as lixadeiras possuem rotação de até no máximo 5.500 rpm. São indicadas para trabalhos de acabamento e preparação de superfícies como madeira, metal, plástico, fibras, resinas, etc. Já uma esmerilhadeira tem rotação alta, geralmente de 6.500 a 11.000 rpm, indicada para serviços de desbastes e cortes de materiais metálicos.

Tipos mais populares de lixadeiras

Orbital: são utilizadas para acabamentos finos e profissionais. Existem diversos modelos com base retangular, quadrada, lixadeira de canto etc. Não são indicadas para lixar grandes superfícies e não servem para zonas com ângulos. Como todas as lixadeiras, o desbaste pode ser feito com grão fino, médio ou grosso. Outra aplicação típica dessas máquinas é na área automotiva (funilaria e pintura).

A Bosch é uma das principais marcas do mercado de lixadeiras orbitais e oferece os modelos GEX 125-1 AE e GEX 125-150 AVE, que contam com o sistema softgrip para menor índice de vibração.

Cinta: é recomendada para o tratamento das superfícies como metal, madeira ou plástico. Ela retira grandes quantidades de material, serve por isso, para os trabalhos mais difíceis (decapagem de um assoalho ou de uma porta por exemplo).

O rolamento exato da cinta é garantido pelo ajuste integrado dos rolos guia na lixadeira de cinta. Possui rotações em média 5.500 rpm, portanto, muito indicada para trabalhos de lixamento, ou seja, acabamento e preparação de superfícies como madeira, metal, plástico, fibras, resinas, etc.

A lixadeira de cinta 7640 da Skil, por exemplo, possui motor de 900 W de potência, lixa em forma de cinta e punho auxiliar ajustável, além de velocidade variável. "As lixadeiras Skil atendem às demandas dos profissionais mais exigentes.  A robustez, o alto desempenho e a ergonomia das ferramentas são diferenciais que garantem máxima agilidade e desempenho nas atividades", enfatiza Danielle Chiarello, responsável pela marca Skil no Brasil.

A série PRO da marca sueca Atlas Copco conta com dois representantes dessa categoria de lixadeiras com os modelos G2403 e G2404. Segundo a empresa, elas são ideais para o lixamento preciso e eficiente de áreas com espaço limitado, como superfícies esféricas e tubos, que são difíceis de acessar com equipamentos convencionais. Elas também são ideais em aplicações para remoção de rebarbas.

Roto-orbital: Caracteriza-se por ter um piso redondo e girar ao redor de seu eixo. São especialmente eficazes para a operação de lixar, ainda que não sirvam para áreas com ângulos. Este tipo de lixadeira possui um sistema de controle de velocidade. Destaque nessa categoria para o modelo D26451 da fabricante americana DeWalt, de 275 watts de potência, que possui um sistema de contra peso para a redução da fadiga do usuário, além de contar com velocidade máxima para acabamentos finos.

Orbital Delta: possui um formato triangular que lembra o “delta” do alfabeto grego. Compacta, realiza trabalhos onde outras lixadeiras não podem chegar, como cantos, arestas, interstícios ou outros locais de difícil acesso. O modelo BO4565 da Makita do Brasil faz jus à “fama”.

Trata-se de um equipamento elétrico de 200 watts com 14.000 oscilações por minuto. De acordo com a empresa, a base triangular serve para otimizar lixamentos em cantos, quinas ou locais mais apertados. Essa lixadeira também conta com dupla isolação, sistema de coleta de pó, baixa vibração.

Cuidados operacionais

A operação com lixadeiras expõe trabalhadores à vibração em mãos e braços. Por isso, Seu uso requer cuidados especiais. A utilização prolongada dessas ferramentas durante a jornada diária e ao longo dos anos pode ocasionar problemas de ordem vascular, neurológica, ósteoarticular, muscular, entre outros efeitos.

“Os serviços com o uso de lixadeira devem se protegidos com biombos, tapume ou cabana de lona incombustível para evitar a projeção de fagulhas que podem alcançar um raio de quatro metros, ou até fagulhas que venham atingir pessoas”, diz Leonardo Pastre, treinador da Bosch para a América Latina.

Os acidentes envolvendo esse tipo de equipamento podem causar alguns danos. A fim de evitá-los, a área de trabalho deve permitir aos operadores ampla liberdade para se movimentar em torno da máquina. O operador nunca deve ficar confinado ou ter sua passagem limitada por qualquer material. Veja algumas recomendações:

1- É conveniente que seja sobre uma superfície nivelada, seca, não escorregadia, principalmente para operações manuais.

2- Para operações com ferramentas portáteis, deve-se imobilizar a peça obra com dispositivos apropriados.

3- No caso de lixamento úmido, é necessário um sistema de escoamento da água, cavacos e outros materiais

4- O local de trabalho deve ser equipado com um sistema de ventilação exaustora e equipamento para retenção de particulados (cavacos e poeiras).

5 - Jamais utilizar a ferramenta com um cabo danificado

6- O uso de empunhadeira auxiliar durante todos os trabalhos com a ferramenta é obrigatório

7- Não deixar produtos inflamáveis próximos a área de trabalho

 

Colaboraram para esta matéria

 
Natália Gonçalves – responsável pela linha de medição da Bosch
 
Danielle Chiarello – responsável pela marca Skil no Brasil
 
Leonardo Pastre – treinador da Bosch para a América Latina