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Como escolher o gerador ideal?

Dimensionar a necessidade de energia da obra, a voltagem e amperagem necessárias para operação, e a tensão (monofásica ou trifásica) são alguns dos cuidados

Publicado em: 14/12/2016Atualizado em: 21/02/2017

Texto: Redação PE

A utilização de geradores de energia em canteiros de obras muitas vezes é imperativa. Em alguns casos não há fornecimento de eletricidade pelas concessionárias, em outros, é preciso aumentar a oferta de energia disponível para a operação dos equipamentos. Também há construtoras que optam por locar grupos geradores preocupadas em garantir o fornecimento de energia de forma constante, sem risco de interrupções que comprometam sua produtividade.

Gerador - Energia
Com 55 a 225 KvA de capacidade, os geradores
costumam ter autonomia de até 8 horas (Foto: N-sky /
shutterstock.com)

Entre os modelos disponíveis no mercado, os mais procurados são os de pequeno e médio porte, movidos a gasolina ou a diesel, com capacidade suficiente para abastecer o administrativo da obra e para alimentação parcial do canteiro em caso de apagão da companhia fornecedora. Com 55 a 225 KvA de capacidade, esses geradores costumam ter autonomia de, aproximadamente, 8 horas, baixo consumo de combustível e permitem a operação em paralelo. Os equipamentos maiores, com mais de 500 KVA, são adequados para suprir obras com grandes demandas de energia, em locais remotos, por exemplo.

GERADORES PARA CANTEIROS DE OBRAS

Para acertar na escolha de um gerador de energia, o construtor deve ter em mãos uma série de informações, comenta Murilo Farias Santos, membro da Alec (Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis). Ele destaca entre os dados mais importantes o real dimensionamento da necessidade de energia da obra, a voltagem e amperagem necessárias para operação, se a tensão será monofásica ou trifásica e, finalmente, por quanto tempo o gerador deverá funcionar diariamente.

“Outro ponto a ser considerado é se o equipamento possui atenuador de ruído”, acrescenta o engenheiro Leandro Caruso, coordenador de obras da construtora MBigucci. Ele conta que em locais urbanos e densamente ocupados, esse é um cuidado importante para não incomodar a vizinhança. Outras características desejáveis aos geradores de energia são a facilidade de acesso para manutenções preventivas e corretivas e design compacto, uma vez que canteiros de obra, via de regra, têm espaços limitados.

Os fornecedores costumam oferecer um checklist com as condições de trabalho de cada máquina. Normalmente um grupo gerador de energia elétrica funciona em regime 8 por 4, o que significa oito horas de operação e quatro horas de descanso para a realização de inspeções e para a manutenção preventiva. Os fabricantes também recomendam que os geradores funcionem em regime de potência igual a 75% de sua capacidade nominal, para garantir um melhor funcionamento.

REQUISITOS DE INSTALAÇÃO

Uma vez determinadas as especificações técnicas do gerador, a etapa seguinte é definir o seu local de instalação. Um dos aspectos a considerar é se o equipamento ficará exposto às intempéries ou se estará protegido. Isso porque há modelos blindados, mais adequados para uso em áreas descobertas. O espaço mínimo para a instalação depende da capacidade do gerador, uma vez que as dimensões aumentam de forma proporcional à potência do equipamento.

Murilo Santos lembra que o local de instalação do gerador deve dispor de um ponto com contenção para o caso de eventual derramamento de líquidos combustíveis e lubrificantes. “Vale considerar, ainda, se o local de instalação permitirá o acesso de caminhões para a retirada do equipamento no futuro, quando o serviço estiver concluído”, adiciona Leandro Caruso.

Junto ao gerador, deverá ser instalada uma chave geral em caixa blindada com acionamento externo para desligar as linhas em caso de acidente. Além disso, toda a fiação das instalações deverá ter isolamento compatível com a classe de tensão utilizada.

GERADORES DE ENERGIA - COMPRAR OU ALUGAR?

A decisão entre comprar ou alugar um gerador de energia passa por um processo de avaliação de investimento que considera o fato de se tratar de um equipamento de alto custo, de tamanho considerável, que requer manutenções específicas, está sujeito à depreciação e que não faz parte da atividade principal de uma construtora.

Sob o aspecto financeiro, a locação se mostra mais competitiva quando a obra é breve ou mesmo em obras longas, quando a concessionária local demora para atender o pedido de ligação de energia. Segundo Leandro Caruso, em obras com cronograma mais extenso e em áreas sem infraestrutura de distribuição de energia, a compra do equipamento tende a ser mais vantajosa economicamente. É o caso de construtoras que trabalham com obras de infraestrutura rodoviária, por exemplo.

Para garantir a segurança do equipamento em sua posse, o construtor pode contratar seguro à parte, diretamente com empresas seguradoras. Além disso, algumas empresas locadoras oferecem máquinas com rastreadores que ajudam a minimizar prejuízos com eventuais furtos de equipamento.

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Leandro Caruso
Leandro Caruso – engenheiro civil, coordenador de obras da construtora MBigucci
Murilo Farias Santos – Diretor da Emit Brasil e associado da Alec (Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis).