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Como escolher o projeto de mobiliário para apartamentos compactos?

Uma das opções é contratar projetos de arquitetos que aproveitem ao máximo cada mínimo espaço e harmonizem mobiliário com o revestimento de pisos, paredes e iluminação

Publicado em: 16/07/2018Atualizado em: 18/07/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Projeto de mobiliário é essencial para apartamentos com pouco espaço (Foto: Arq° Caio Pelisson)

Dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) revelam que os apartamentos compactos representavam praticamente metade de todos os lançamentos imobiliários na capital paulista no primeiro semestre de 2017. Segundo a pesquisa, as unidades com até 45 m2 correspondiam a 42,6% do total de novos empreendimentos, enquanto em 2016, elas eram 30%, o que revela crescimento do setor.

Com a popularização dos compactos, os arquitetos têm sido cada vez mais acionados para elaborar projetos de mobiliário. A busca por um especialista justifica-se pela necessidade de aproveitar o espaço reduzido da melhor forma possível. “Qualquer obra precisa contar com um profissional especializado e registrado. Por menor que seja a unidade, o proprietário não pode fazer alterações sem a presença de alguém que emita a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O aumento da demanda também está associado a essa obrigatoriedade”, comenta o arquiteto Caio Pelisson, titular do escritório de Arquitetura & Design Caio Pelisson. Atualmente, grande parte dos condomínios tem respeitado com rigor essa determinação legal.

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Qualquer obra precisa contar com um profissional especializado e registrado. Por menor que seja a unidade, o proprietário não pode fazer alterações sem a presença de alguém que emita a ART
Caio Pelisson

ARQUITETO OU MÓVEIS PLANEJADOS?

Depois de comprar um apartamento compacto, muitos ficam em dúvida sobre como mobiliá-lo: com o auxílio de arquiteto ou de móveis planejados. “É senso comum pensar que a contratação de um profissional é financeiramente desinteressante, porém isso não é verdade. Ainda mais em unidades pequenas, onde qualquer erro acaba sendo bastante nítido e prejudicial”, avalia Pelisson. “Em empreendimentos maiores com espaço subaproveitado não há grandes problemas, isso porque existe a possibilidade de movimentar os móveis. No entanto, a realidade é diferente nos compactos, onde qualquer equívoco compromete o resultado”, compara o arquiteto, lembrando que o mobiliário sob medida é fabricado em marcenarias que trabalham com precisão milimétrica. “Assim, é possível elaborar soluções personalizadas e sem erros dimensionais”, completa.

Um especialista garante a harmonização de todos os projetos, conciliando o mobiliário com o revestimento de pisos e paredes, a iluminação, a posição de tomadas elétricas etc. “O planejamento deve ser global”, diz Pelisson. Já a principal desvantagem da contratação de um arquiteto está nos prazos de entrega da obra. Geralmente, os móveis planejados ficam prontos mais rapidamente. Isso porque elaborar um projeto personalizado demanda mais tempo do que usar soluções pré-estabelecidas. As empresas de planejados têm em seus computadores modelos de móveis que precisam somente ser encaixados no espaço, enquanto o arquiteto estuda os ambientes para elaborar soluções adequadas a cada imóvel.

A diferença no prazo de entrega é variável e depende do que o futuro morador deseja. “Em casos simples, o planejamento pode ser feito em uma semana. Entretanto, nos trabalhos mais elaborados, como uma cama que recolhe ou um sofá que vira cama, esse período pode subir para um ou dois meses”, informa o arquiteto.

ESPAÇOS VERTICAIS

É senso comum pensar que a contratação de um profissional é financeiramente desinteressante, porém isso não é verdade. Ainda mais em unidades pequenas, onde qualquer erro acaba sendo bastante nítido e prejudicial
Caio Pelisson

Como nos compactos a área útil é sempre reduzida, o aproveitamento dos espaços verticais é indispensável. “As construtoras costumam entregar unidades com 35 m2 e poucas paredes, tornando o ambiente quase um loft”, informa Pelisson. Por isso, são comuns pequenas obras para criação de estruturas divisórias, que aumentam a privacidade e multiplicam a área que pode ser aproveitada. “É possível encaixar nas paredes, elementos como aparadores ou nichos”, diz o especialista, que inicia o projeto pelo planejamento funcional e depois parte para o estético.

MATERIAIS MAIS USADOS

Os materiais mais indicados para projetos de mobiliário compacto são aqueles que apresentam resistência elevada, pois, muitas vezes, é necessária sobreposição de elementos ou parafusar uma peça sobre a outra. Com isso, metais e MDF são bastante empregados. Técnica recorrente nesses projetos é o uso de espelhos e vidros, que dão a sensação de que o ambiente é maior.

Por outro lado, móveis prontos e com dimensões incompatíveis com o espaço disponível precisam ser evitados. “A pessoa tem uma poltrona e quer levá-la para a nova moradia. Mas, geralmente, ela não se encaixa no projeto e ocupa espaço que poderia ser aproveitado de outra forma”, exemplifica o arquiteto. Também devem ser evitados pisos e revestimentos com grandes dimensões, como peças com 1 m x 1 m. “Esses acabamentos não têm bons resultados nos compactos”, afirma.

DESAFIOS

Ao trabalhar com projetos de apartamentos pequenos, o maior desafio para o profissional é adequar o desejo do cliente à realidade. “Quando a pessoa compra um apartamento, ela quer colocar muita coisa dentro do espaço, que é reduzido no caso dos compactos. A atuação do arquiteto começa justamente em mostrar a realidade, indicando o que é possível ou não”, comenta o especialista. “O ambiente mais complicado em unidades reduzidas é a cozinha. Os eletrodomésticos usados em uma casa grande têm o mesmo tamanho dos usados nos compactos. É preciso ser criativo para posicionar micro-ondas, geladeira, coifa etc. em um espaço bem menor”, finaliza Pelisson.

GERENCIAMENTO DA OBRA

É comum que o proprietário de um apartamento pequeno seja responsável por gerenciar toda a obra. “Depois que o arquiteto elabora o projeto, a pessoa terá de comprar materiais, contratar mão de obra, entre outras atividades”, ressalta Caio Pelisson. Para ajudar nessa etapa, o escritório disponibiliza gratuitamente um e-book com dicas para a administração dessas tarefas.

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Colaboração técnica

caio-pelisson
Caio Pelisson – Formou-se em 1999 como técnico de construção civil pela Universidade de Campinas (Unicamp) e como arquiteto, em 2005, pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). É pós-graduado em Design de Interiores pela Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas (Metrocamp). Titular do escritório de Arquitetura & Design Caio Pelisson, é autor de mais de 1 mil projetos e atende a clientes de todo o Brasil.