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Como especificar pastilhas de cerâmica e porcelana?

Com novas opções de pastilhas – até em Full HD, que simula madeira e pedra –, projeto deve escolher de acordo com as características técnicas dos revestimentos

Publicado em: 30/04/2013Atualizado em: 12/08/2019

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Pastilhas AtlasPastilhas Atlas - Linha Varanda

Em diversos materiais, cores e tamanhos, as pastilhas de revestimento que tanto fizeram sucesso nos projetos arquitetônicos nos anos de 1950 e 1960, voltaram à cena, porém, remodeladas. Aplicadas como detalhes para compor faixas e mosaicos ou, ainda, como revestimento de fachadas ou superfícies inteiras, as novas peças ganharam um perfil contemporâneo e até status de design. Assim como os demais revestimentos, têm características e custos diferenciados para atender a vários perfis de consumidores.

A evolução das pastilhas cerâmicas e de porcelanas se deve ao emprego de novas tecnologias no processo de fabricação, como a impressão Full HD e outras, que por vezes geram efeitos interessantes. “Atualmente, a tecnologia digital permite a reprodução de materiais naturais, como a madeira e a pedra, com a máxima fidelidade de suas características estéticas, incluindo veios, texturas e tonalidades”, afirma Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER).

Especificação

É certo que, na maioria das vezes, a escolha de um produto para acabamento se dá por seu grande apelo estético. E, no caso das pastilhas, mais ainda, diante da infinidade de efeitos plásticos por ela oferecidos. Apesar dessa diversidade de produtos disponíveis no mercado, é preciso entender que problemas ocorrem. Por isso, aconselha-se atenção às características técnicas dos revestimentos.

 

Pastilhas EsxternaPastilhas Área Externa

Os critérios básicos para a escolha certa são as propriedades dos materiais, bem como o local de utilização e o clima. “Para cada ambiente, seja interno ou externo, com baixo ou alto tráfego, com alta ou baixa insolação, com maior ou menor solicitação mecânica, haverá peças específicas e adequadas para tais condições”, alerta a engenheira Lilian Lima Dias, gerente de projetos do Centro Cerâmico do Brasil (CCB).

Em ambientes como cozinhas e banheiros, a capacidade de absorção de água das pastilhas é item fundamental, por exemplo, para se evitar manchas. No caso das pastilhas cerâmicas a taxa de absorção é superior a 0,5%, enquanto os modelos fabricados em porcelana são inferiores a 0,5%, o mesmo valor indicado para os porcelanatos, de acordo com a ABNT NBR 15463. Já os mosaicos de vidro apresentam absorção menor que 0,05%, isto é, são completamente impermeáveis, por isso sua indicação em piscinas.

Os mesmo cuidados se estendem às áreas externas, sujeitas a alterações climáticas. “Estas características exigem que o material tenha baixa absorção de água e baixa expansão por umidade”, explica Lilian, que acrescenta: “Se o revestimento estiver sujeito a baixas temperaturas é importante que seja resistente ao congelamento”.

Pastilhas CozinhaPastilhas Cozinha - Acanto

A arquiteta Lisandra de Almeida Maio, da LAM Arquitetura | Interiores, revela sua preferência por pastilhas de porcelana nas áreas externas. “São resistentes e proporcionam um efeito bacana na superfície, devido à queima desigual do esmalte, que acaba por gerar uma discreta mescla de tons nas peças”.

Instalação

Pastilhas Banho“Da mesma forma que existem pastilhas apropriadas para cada situação, há também argamassas colantes e rejuntes adequados ao ambiente e tipo de produto que se deseja assentar”, destaca a engenheira Lílian. É importante lembrar que a especificação da argamassa, assim como os cuidados no seu preparo e aplicação são fatores que garantem a qualidade final do revestimento. Outra recomendação é o uso da argamassa correta para bases distintas de assentamento como, por exemplo, gesso. A instalação das pastilhas não deve ocorrer antes dos 28 dias de execução do contrapiso, assim como o tráfego só pode ser liberado após sete dias do rejuntamento.

Para descartar possíveis transtornos e desperdícios de materiais, o CCB aconselha a consulta das normas técnicas NBR 13.753: 1996; NBR 13.754:1996 e NBR 13.755:1996, referentes aos procedimentos para a instalação das placas em cerâmica e porcelana em áreas externas, internas, pisos e fachadas.

Manutenção

Na manutenção diária das pastilhas para revestimento, aconselha-se seguir as orientações do fabricante, descritas na embalagem do produto. Caso não tenha indicação, o ideal é utilizar somente água e detergente neutro durante a limpeza. De acordo com o CCB, nunca é demais ter cuidados extras com os revestimentos brilhantes, visto que estão sujeitos a riscos por partículas de areia.

É bom saber

Antes de iniciar o assentamento, é importante retirar as placas de pastilhas de várias embalagens a fim de verificar se há defeitos visíveis como diferenças de tamanho, curvaturas excessivas, trincas, além de falhas na coloração. A simples montagem do painel no chão também ajuda a averiguar se o efeito estético é, de fato, o desejado. Caso sejam encontradas imperfeições, o ideal é o contato com a empresa fabricante, que deverá realizar a troca das peças.

Colaboraram para esta matéria

Antônio Carlos Kieling – Economista e mestre em engenharia de produção. Com um vasto currículo, já atuou, por exemplo, como secretário municipal de turismo em Florianópolis (SC) e como superintendente do SEBRAE/SC. Atualmente é superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER).
Lilian Lima Dias – Formada em Engenharia e Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Além da experiência no desenvolvimento de produtos e processos de fabricação de placas cerâmicas, atua como professora de Gestão da Produção e Qualidade em Campinas. É, também, gerente de Projetos do Centro Cerâmico do Brasil – CCB.
Lisandra de Almeida Maio – Formada em Arquitetura pela Universidade São Judas Tadeu e especializada em Técnica em Design de Interiores pelo Senac. Também integrou o corpo docente da mesma instituição nos cursos livres de decoração e Técnico em Design de Interiores. Desde 2005 está à frente do escritório LAM Arquitetura | Interiores.