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Como fazer a impermeabilização correta de vigas baldrames? Entenda

Para evitar patologias provocadas pela ascensão da umidade do solo, alicerces podem receber argamassa impermeabilizante combinada com tinta asfáltica

Publicado em: 08/08/2018Atualizado em: 28/02/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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A impermeabilização de vigas baldrames deve considerar a geometria das peças, as características do local de aplicação, o nível do lençol freático e a qualificação da mão de obra (Ivan_Sabo / shutterstock)

Construídas em concreto ou em alvenaria, as vigas baldrames são elementos de fundação capazes de suportar pequenas cargas, como as de construções térreas, distribuídas de forma homogênea sobre um solo firme.

Embora seja muito popular e de simples execução, esse tipo de solução não pode prescindir de alguns cuidados executivos para evitar patologias. Entre eles, destaca-se a impermeabilização, necessária para impedir o avanço da umidade do solo por capilaridade até pilares, paredes e lajes.

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A umidade indesejada é causa de infiltrações, fissuras e destacamento de revestimentos. Também torna os ambientes insalubres, com o desenvolvimento de fungos e mofo, além de colocar em risco a durabilidade da estrutura.

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COMO ESCOLHER A MELHOR SOLUÇÃO?

A busca pelo sistema mais adequado para impermeabilização depende da análise de uma série de fatores, como a geometria das peças, as características do local de aplicação, o nível do lençol freático e a qualificação da mão de obra.

O custo para impermeabilizar uma edificação representa de 1% a 2% do custo de construção. Já os gastos e transtornos para corrigir problemas advindos da falta de impermeabilização são muito mais elevados
Marcos Storte

O preço do sistema também pode ser considerado, mas com uma ponderação. “O custo para impermeabilizar uma edificação representa de 1% a 2% do custo de construção. Já os gastos e transtornos para corrigir problemas advindos da falta de impermeabilização são muito mais elevados”, alerta o engenheiro Marcos Storte, consultor na área de patologias em construções. O ditado “melhor prevenir do que remediar” é aplicável, uma vez que os elementos de fundação ficam enterrados e, portanto, são difíceis de acessar para uma eventual correção de falhas.

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COMO IMPERMEABILIZAR BALDRAMES?

As normas técnicas da ABNT NBR 9574: Execução de impermeabilização – Procedimento e NBR 9575: Impermeabilização – Seleção e projeto determinam que a escolha por um sistema de impermeabilização deve ser precedida de um estudo preliminar. Esse projeto deve definir as áreas a serem tratadas e as alternativas técnicas possíveis.

Embora possam ser utilizados produtos como mantas asfálticas, a solução tradicionalmente utilizada para impermeabilizar vigas baldrames prevê a combinação de argamassa impermeável e tinta asfáltica. A facilidade de aplicação e o custo competitivo são motivos que induzem essa escolha por esse sistema na maior parte das vezes.

É fundamental recorrer sempre a aplicadores especializados, que sejam recomendados pelo fabricante da solução e ofereçam garantia dos serviços executados
Maria Amélia Adissy Silveira

A engenheira Maria Amélia Adissy Silveira, consultora nas áreas de impermeabilização e perícia técnica, alerta de que pouco adianta dispor de ótimos produtos impermeabilizantes, se a execução da impermeabilização for malfeita. “É fundamental recorrer sempre a aplicadores especializados, que sejam recomendados pelo fabricante da solução e ofereçam garantia dos serviços executados”, destaca.

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COMO APLICAR A ARGAMASSA IMPERMEÁVEL?

Um dos primeiros cuidados na execução de impermeabilização de elementos de fundação é o preparo da superfície. Antes de iniciar a aplicação da argamassa impermeabilizante, é necessário certificar-se de que o baldrame esteja firme, coeso e com as superfícies livres de resíduos de produtos desmoldantes. Os cantos devem ser arredondados, formando meia-cana.

O passo seguinte consiste em umedecer a superfície com uma brocha e aplicar uma camada de chapisco, que servirá como ponte de aderência entre a superfície e a argamassa com aditivo impermeabilizante.

A argamassa deve ser preparada in loco seguindo o traço indicado pelo fornecedor. Atenção especial deve ser dada à colocação do aditivo impermeabilizante, que precisa ser diluído previamente, de acordo com as orientações de seu fabricante.

Um ponto crítico da impermeabilização de baldrames é garantir a espessura da argamassa, que deve ser de, no mínimo, de 1,5 cm, estendendo-se por ao menos 15 cm de altura nas laterais da viga.

O produto deverá ser aplicado sempre de forma contínua. A primeira camada deve ter acabamento sarrafeado para oferecer superfície de ancoragem para camada posterior. Já a última, deve ter acabamento com uso de desempenadeira. Em todas as camadas a argamassa impermeável deve ser manualmente adensada contra a superfície para eliminar ao máximo o índice de vazios.

O tempo de cura da argamassa deve ser rigorosamente respeitado. Só então pode-se prosseguir, com a aplicação de duas demãos de tinta asfáltica.

As boas práticas orientam, ainda, que o revestimento das paredes (externo e interno) também seja realizado com argamassa impermeável até a altura de 1 metro. Além disso, para reforçar ainda mais a proteção contra infiltrações, recomenda-se que os blocos sejam assentados com argamassa impermeável até a terceira fiada acima do piso acabado.

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Colaboração técnica

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Marcos Storte – Engenheiro civil com mestrado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Membro do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), é consultor nas áreas de patologias e impermeabilização nas construções e diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.
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Maria Amélia Adissy Silveira – Engenheira civil formada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). É consultora nas áreas impermeabilização e perícia técnica.