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Compra de chuveiros e duchas deve ser feita com critérios. Entenda

Não é só conforto e economia de água. Pressão, vazão e temperatura são outros fatores a serem observados na hora de comprar o chuveiro ou a ducha ideal para o projeto

Publicado em: 25/06/2012Atualizado em: 31/01/2024

Texto: Hosana Pedroso

Redação AECweb / e-Construmarket

O universo dos chuveiros e duchas

Das duchinhas de R$ 30 até os chuveiros de R$ 50 mil desenhados por Philippe Starck, o que define um bom banho? De acordo com Giuliano Caterina, especialista em chuveiros de alto luxo, é fundamental considerar a pressão, vazão e a temperatura que o sistema oferece. “Porém, sempre dependerá do gosto do usuário, pois existem vários tipos de jatos d’água, como chuva, spray, massagem, cascata e fio contínuo”, comenta.

Para a professora doutora Lúcia Helena de Oliveira, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o conceito é subjetivo. Mas, em linhas gerais, um bom chuveiro é aquele que garante as condições de higiene e que revigora o usuário. “Tendo em vista uma pessoa conscientizada da necessidade de conservação dos recursos hídricos, um ‘bom banho’ é o que tem como requisitos pequena vazão e curta duração. Este conceito também é subjetivo, pois ‘pequeno valor de vazão’ e ‘curta duração’ variam entre os usuários”, diz ela, que considera adequadas vazões de 0,10 a 0,20 L/min e duração do banho de 5 a 10 minutos.

A temperatura ideal é, para ela, aquela que mais se aproxima da do corpo. Ainda assim, há usuários que preferem as mais elevadas e, outros, mais amenas. “Então um ‘bom chuveiro’ seria aquele que permite regular os valores de vazão e de temperatura”, diz.

ECONOMIA X CONFORTO

Já há alguns anos a atenção dos consumidores e da indústria do setor com o uso racional da água levou a introdução no mercado de vários modelos de chuveiros. “A escolha vai depender do padrão de conforto requerido pelo usuário e do quanto deseja economizar. Existem chuveiros que trabalham misturando ar e água e proporcionam sensação de volume de água maior que o gasto real. Por exemplo, consumo de 10 litros por minuto com sensação de vazão de 30 litros”, conta Giuliano.


Diante dos muitos modelos disponíveis, a professora recomenda que o consumidor consulte um especialista da área para uma aquisição correta. E lembra que é importante verificar se o chuveiro especificado está em conformidade com as normas técnicas, informação que pode ser encontrada no site do PBQP-H (www.cidades.gov.br/pbqp-h). “A venda de chuveiros é sempre técnica e dependerá de um questionário a ser respondido pelo comprador sobre sua expectativa de banho, tipo de ducha, pressão e vazão”, complementa o especialista.


ADAPTAÇÕES

Há soluções adequadas para equalizar a pressão com que a água chega nos vários pavimentos dos edifícios, do térreo à cobertura. Lúcia Helena sugere que para os dois casos – pressão baixa ou excessiva – é preciso contratar um profissional habilitado. “Deverão ser atendidas tanto a NBR 5626 – sistemas prediais de água fria – quanto às exigências dos fabricantes de chuveiros quanto à pressão mínima necessária no ponto de utilização”. Giuliano Caterina acrescenta que a norma limita a pressão em 40 mca. “Portanto, os edifícios de múltiplos andares dispõem de válvulas para controlar essa pressão, de modo a buscar a equalização do fluxo de entrada em todos os pavimentos”, explica.

 

A proximidade da caixa d’água com os chuveiros limita a pressão e vazão – situação típica de moradias horizontais –, resultando num banho desconfortável. A solução ideal é uma completa reforma do sistema. Porém, há adaptações possíveis para aumentar o fluxo de água. “O mercado oferece chuveiros elétricos com pressurizador integrado que, se de um lado oferece um banho mais agradável, de outro, aumenta o consumo de energia”, lembra o especialista.

O universo dos chuveiros e duchas

Outra possibilidade é a instalação de bomba de pressurização na coluna, para atender à demanda de duchas que exigem maior volume de água ou misturadores que utilizam aquecedores de passagem ou acumulação (a gás ou elétrico). “Quando o cliente escolhe determinado misturador e chuveiro, cada fabricante indica a pressão mínima necessária para o funcionamento do produto e o pressurizador adequado que atenderá à demanda projetada. Já a instalação de válvula de retenção na coluna, dispositivo usado para aumentar a pressão, aproveitando a força de entrada da água da rua, resulta num banho mais confortável, porém limitado à capacidade de aquecimento da resistência, pois os chuveiros elétricos não são projetados para trabalhar com alta pressão e vazão.

A partir de 10 mca já é necessário adotar chuveiros de alta pressão, que funcionam somente com aquecedores de água”, informa, acrescentando que fontes de energia como gás e coletores solares exigem tubulação específica, como cobre, plástico e PEX, resistentes à temperatura de até 70 ºC. Para a professora Lucia Helena, o sistema solar assistido com gás é o mais indicado sob o aspecto de eficiência energética.

Redação AECweb / e-Construmarket


COLABORARAM PARA ESTA MATÉRIA

O universo dos chuveiros e duchas Giuliano Caterina é titular da ONU – Louças e Metais – showroom conceito de alto padrão em artigos sanitários para banheiro e cozinha, voltados ao especificador em São Paulo.


O universo dos chuveiros e duchas Lucia Helena de Oliveira é graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Goiás, tem mestrado e doutorado em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (USP), e Livre-docente pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2010). Atualmente é professora associada do Departamento de Engenharia de Construção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Pesquisadora na área de Engenharia Civil, com ênfase em Sistemas Prediais, atuando principalmente em conservação, uso racional e gestão do uso da água em edifícios.