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Conheça as principais tipologias de telhas de alumínio

Estanques, coberturas metálicas podem atender a diferentes exigências de projeto com relação a conforto, sustentabilidade e durabilidade. Entenda

Publicado em: 07/07/2021Atualizado em: 04/08/2021

Texto: Juliana Nakamura

Telhas de alumínio
As telhas de alumínio podem atender diferentes projetos (Foto: Divulgação/Belmetal)

Aplicadas em múltiplas situações, de galpões industriais a residências, passando por aeroportos e edifícios comerciais, as telhas de alumínio se caracterizam por combinar baixo peso, capacidade de vencer grandes vãos, elevada resistência à corrosão e reciclabilidade.

Hoje, a indústria oferece uma ampla diversidade de produtos com diferentes geometrias e acabamentos, capazes de atender curvaturas e graus de inclinação variados. Isso adiciona complexidade à tarefa de identificar o modelo mais adequado a cada situação.

PRINCIPAIS TIPOLOGIAS DE TELHAS

As coberturas de alumínio podem ser pré-fabricadas ou montadas no local. No primeiro grupo estão as telhas onduladas, as trapezoidais e as trapezoidais com nervura, ambas produzidas com espessuras entre 0,4 a 1 mm. Há, também as telhas onduladas, de padrão econômico, com 0,2 mm de espessura.

As telhas onduladas geralmente são aplicadas em estruturas em forma de arco. As trapezoidais são indicadas para locais onde há solicitação de uma sobrecarga distribuída. As telhas trapezoidais com nervuras, por sua vez, são especialmente recomendadas para vencer grandes vãos e para fechamentos laterais
Magda Reis

“As telhas onduladas geralmente são aplicadas em estruturas em forma de arco. As trapezoidais são indicadas para locais onde há solicitação de uma sobrecarga distribuída. As telhas trapezoidais com nervuras, por sua vez, são especialmente recomendadas para vencer grandes vãos e para fechamentos laterais”, comenta a arquiteta Magda Reis, consultora da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).

Entre as peças montadas in loco, destacam-se os modelos zipados e contínuos, que se caracterizam pela rápida montagem. Esses sistemas não apresentam perfurações nas telhas, garantindo estanqueidade mesmo para baixos índices de inclinação da estrutura. Por conta dessas características, as telhas zipadas são muito aproveitadas em obras industriais, galpões logísticos e hipermercados

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DESEMPENHO TÉRMICO E ACÚSTICO

As telhas onduladas, trapezoidais e trapezoidais nervuradas podem compor coberturas simples. Elas também podem formar sistemas capazes de promover melhor desempenho térmico. Nesses casos, são empregadas, por exemplo, duas peças trapezoidais envolvendo um miolo injetado de espuma rígida de poliuretano. A face inferior pode ser de chapa plana de alumínio.

As telhas de alumínio podem fazer parte, ainda, de sistemas de coberturas que combinam propriedades térmicas e acústicas. Esses telhados usualmente são compostos por duas telhas onduladas ou trapezoidais espaçadas por um perfil e com miolo isolante de manta de lã de vidro, lã de rocha ou poliestireno expandido.

CRITÉRIOS DE ESPECIFICAÇÃO

Projetar um sistema de cobertura envolve a análise de muitos aspectos além da garantia de estanqueidade e vedação. É preciso garantir compatibilização com os projetos estruturais, de arquitetura e de instalações.

Segundo Magda Reis, os principais critérios a considerar na especificação das coberturas de alumínio são:

• Projeto arquitetônico — Design, uso da edificação, altura máxima, dimensões e tipologia da cobertura, acabamento superficial das telhas etc.
• Localização da obra — Características dos ventos incidentes visando a correta definição da espessura das telhas, método de instalação, a quantidade de parafusos, entre outros fatores;
• Índice pluviométrico — Importante para definir a inclinação adequada ao telhado e garantir a vazão do volume de água incidente;
• Características do terreno e do entorno da obra;
• Necessidades específicas do projeto, como exigências termoacústicas, por exemplo;
• Normas técnicas vigentes.

Em projetos de coberturas metálicas, o grau de inclinação do telhado é um dos aspectos mais críticos. Normalmente para as telhas com comprimento de água inferior a 12 metros e sem sobreposição, é recomendável declividade de 5% para escoamento da água das chuvas. Mas já há sistemas que podem ser executados com caimentos de 3%, como os zipados. Vale lembrar que a menor inclinação pode estar associada ao maior aproveitamento do espaço interno, a pés-diretos úteis mais amplos e à economia com estruturas e áreas de fechamento.

Outro erro a ser evitado é observar apenas as telhas e negligenciar os demais componentes do sistema de cobertura. Para a garantia de desempenho do sistema, é fundamental que o projeto detalhe as peças de arremate, como rufos, pingadeiras e cumeeiras.

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Normas técnicas

Os principais textos normativos a serem contemplados durante a elaboração de projetos de coberturas com telhas de alumínio são:

• ABNT NBR 15.575:2013 — Edificações Habitacionais — Desempenho;
• ABNT NBR 14.331: 2009 — Alumínio e suas ligas — Telhas e acessórios — Requisitos, projeto e instalação;
• ABNT NBR 16.373:2015 — Telhas e painéis termoacústicos — Requisitos de desempenho;
• ABNT NBR 6123:1988 — Ação dos ventos sobre edificações;
• ABNT NBR 10844:1989 — Instalações prediais de águas pluviais.

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Colaboração técnica

Magda Reis
Magda Reis — Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Mackenzie, é especialista em marketing pela ESPM, com mestrado e doutorado pela FAU-USP. Atuando há mais de trinta anos na indústria do alumínio, é consultora da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e do Instituto Tecnológico da Construção Civil (ITEC).