Conheça os revestimentos antiderrapantes mais indicados para áreas externas
Pedras naturais, cerâmica e pisos cimentícios oferecem segurança contra quedas e escorregamentos
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Fotos: Divulgação Solarium / Grupo Ivaí
Quintais, piscinas, churrasqueiras, garagens e outras áreas abertas exigem pavimentos que ofereçam segurança contra escorregamentos e quedas. Diversas opções de pisos atendem essa necessidade: são as pedras naturais, as cerâmicas e os pisos cimentícios.
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Para uma escolha bem-sucedida, o ideal é avaliar, além das qualidades antiderrapantes do revestimento, outras características técnicas, como a resistência ao tráfego, a durabilidade e o conforto térmico sob a exposição ao sol proporcionado pelo produto.
Pedras naturais
“Todas as pedras naturais possuem qualidades antiderrapantes, desde que a face de suas placas apresente alguma rugosidade”, afirma o geólogo Cid Chiodi Filho, consultor da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas). Pedras delaminadas por desplacamento natural, por exemplo, são resistentes ao escorregamento. Nessa categoria se encaixam a São Tomé e similares, a Paduana (ou Miracema), a Lagoa Santa e a Morisca.
“Nas placas serradas em teares e talha-blocos, a rugosidade pode ser conferida por acabamentos como os jateados, flameados, apicoados, escovados e levigados”, detalha o consultor.
A ardósia, amplamente utilizada em projetos de áreas externas em função do custo, não costuma apresentar boa performance no quesito resistência a escorregamento. A indicação de Cid para minimizar o risco de quedas para os transeuntes é reduzir o tamanho dos ladrilhos e aumentar a largura das juntas entre eles. A aplicação de produtos antiderrapantes disponíveis no mercado completa a operação. A sugestão vale para outras pedras com superfície polida.
“Além da resistência ao escorregamento, é necessário avaliar a resistência da rocha ao desgaste abrasivo, a partir do nível de tráfego de pedestres previsto para o local onde será aplicada”, ressalta o geólogo. A principal referência para a avaliação dessa característica em materiais rochosos é o teste de Amsler, normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR 12.042/92. Os valores recomendados são menores ou iguais a 3,0 mm para baixo tráfego (residências), a 1,5 mm para médio tráfego e a 0,7 mm para alto tráfego de pedestres (shopping centers, aeroportos e supermercados).
Resistência ao desgaste abrasivo – teste de Amsler
Local | Nível de desgaste tolerado |
---|---|
Áreas de baixo tráfego (geralmente residências) | 3,0 mm |
Áreas de médio tráfego | 1,5 mm |
Áreas de alto tráfego (por exemplo, shopping centers, aeroportos e supermercados) | 0,7 mm |
Conforto tÉrmico
No revestimento de áreas molhadas, como bordas de piscinas, outra característica que deve ser observada é o conforto térmico proporcionado pela pedra natural. Materiais mais claros, que refletem a luz solar e evitam aquecimento excessivo, são os mais indicados. Entre as opções, estão a pedra São Tomé e similares (mineira e pirenópolis, por exemplo), além de granitos e quartzitos maciços de coloração clara e com faces não-polidas.
Já áreas como churrasqueira e garagem, onde é desejável evitar manchas de gordura, óleos e graxas, o ideal, segundo o consultor da Abirochas, é optar por pedras com acabamentos polidos, menos absorventes que as de superfícies com faces rugosas. Para prevenir ainda mais eventuais processos de absorção e manchamento de pisos, Cid recomenda a aplicação de resinas, selantes hidrorrepelentes e óleorrepelentes, preferencialmente de base água.
CerÂmicas
De forma geral, ressalta Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), as cerâmicas para áreas externas devem possuir maior resistência e durabilidade em relação a fatores externos como umidade e alteração de temperatura, já que são produtos que ficam expostos.
Com relação à segurança contra escorregamentos proporcionada por esses revestimentos, a avaliação deve ter como base o Coeficiente de Atrito dinâmico (CA), índice firmado pela norma ABNT-NBR 13.818/97. Sua escala vai de 0 a 1 e, quanto maior o índice, mais antiderrapante é o piso.
Os valores de referência são de 0,8 para escadas, rampas e locais úmidos, que estejam em contato com água; 0,6 para áreas planas sujeitas a molhamento frequente, por exemplo, em áreas externas não abrigadas. Nos demais locais da casa, produtos com índice acima de 0,4 têm bom desempenho.
Coeficiente de Atrito (CA)
Local | Índice exigido |
---|---|
Pavimentos secos não-inclinados | 0,4 |
Áreas externas não-abrigadas sujeitas | 0,6 |
Pavimentos inclinados sujeitos a molhamento | 0,8 |
Grau de abrasÃo superficial deve ser considerado
Em áreas sujeitas a manchas de gordura e produtos químicos, como espaços de churrasqueira e garagem, a preferência deve ser para cerâmicas esmaltadas, que dificultam a impregnação de sujeira e facilitam sua higienização, indica Kieling, da Anfacer. Ele acrescenta: “Nesse caso, é preciso avaliar o índice PEI (Porcelain Enamel Institute), utilizado para definir o grau de abrasão superficial dos revestimentos esmaltados. A resistência à abrasão representa a resistência ao desgaste da superfície em relação ao tráfego de pessoas e objetos. Quanto maior o PEI, maior resistência ao desgaste o produto possui”.
A escala do índice PEI vai de 0 a 5, sendo que 0 se refere aos produtos de menor resistência à abrasão, recomendados para aplicação em locais de baixo ou nenhum tráfego (geralmente indicados para parede), e 5 para revestimentos que apresentam maior resistência à abrasão, indicados para ambientes com alto tráfego de pessoas, por exemplo, pisos de estabelecimentos comerciais.
Pisos cimentÍcios
Fabricados em concreto de alto desempenho, os pisos cimentícios apresentam boa resistência mecânica e alta durabilidade. Não à toa são ótimas opções para projetos externos. As principais marcas oferecem linhas específicas para essas áreas, com modelos antiderrapantes e também atérmicos.
A indicação da resistência ao escorregamento dos pisos cimentícios segue o mesmo princípio dos revestimento cerâmicos, ou seja, tem como base o Coeficiente de Atrito dinâmico. Os índices recomendados também são idênticos.
Para melhor desempenho e durabilidade dos pisos cimentícios, os fabricantes indicam a realização de tratamento de impermeabilização após a instalação. “É importante fazer a manutenção dessa impermeabilização conforme o tráfego e dependendo do uso”, destaca o gerente de Produção da Solarium Revestimentos, Alexandre Vieira. Em locais sujeitos a manchas, a profissional recomenda a utilização de resina de poliuretano, que garante película protetora mais resistente.