Conheça os tipos de macaco hidráulico para movimentação de carga
Equipamento é usado em qualquer situação onde se faz necessária a aplicação de forças importantes. Dimensionamento e escolha do modelo exigem conhecimento técnico e especializado
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
É importante analisar os serviços prestados pela empresa fabricante do equipamento (foto: divulgação / Protende)
O uso de macacos hidráulicos é particularmente indicado para a execução de serviços de movimentação de peças ou estruturas – por içamento, rebaixamento ou macaqueamento – e em situações em que há necessidade de aplicação de forças em cabos e barras, comum no método de protensão.
Esses equipamentos de pequeno porte são ideais para a movimentação de grandes cargas em obras com espaços confinados, sem acesso a guindastes. “Em obras de recuperação, por exemplo, onde não há pátio de manobra, o uso de macacos hidráulicos se mostra mais vantajoso, inclusive economicamente, pois são compactos e têm grande capacidade de carga”, explica o engenheiro Marcos Onishi, diretor industrial da Protende Sistemas e Métodos.
Outra vantagem dos macacos hidráulicos frente a outros equipamentos é a possibilidade de ser usado em conjunto para movimentação de grandes cargas, mas com operação e monitoramento centralizados, como aconteceu na obra do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha. Para içar a rede de cabos que sustenta a cobertura do estádio, foram empregados 48 macacos hidráulicos do tipo strand jacks com cordoalhas e capacidade para 4.800 toneladas. As máquinas atuaram simultaneamente e foram controladas a partir de um ponto único e com apenas um operador.
Em obras de recuperação, onde não há pátio de manobra, o uso de macacos hidráulicos se mostra mais vantajoso, inclusive economicamente, pois são compactos e têm grande capacidade de cargaMarcos Onishi
TIPOS DE EQUIPAMENTO
O mercado nacional oferece uma grande diversidade de macacos hidráulicos, com capacidades de carga e características diversas. São eles:
Tipo “Cunha” – tem cerca de 25 cm de altura e capacidade para até 250 toneladas. É fabricado, preferencialmente, com madeira, e posicionado sob a estrutura a ser descarregada. Normalmente, é usado para alívio de carga ou descimbramento de grandes estruturas.
Macaco de Areia – possui capacidade para mais de 2.500 toneladas. Posicionado sob a estrutura a ser descarregada, também é usado para alívio de carga ou descimbramento de grandes estruturas.
Tipo “Fogueira” – com capacidade para até 250 toneladas, é utilizado para levantamento de grandes cargas em alturas a partir de 4 metros. Durante o levantamento, serve como calço metálico passivo.
Tipo “garrafa” – conhecido como macaco de caminhão, tem capacidade para até 60 toneladas. Possui formato cilíndrico, com cerca de 30 cm de altura e 20 cm de diâmetro e conta com um pistão. É posicionado sob a peça a ser suspendida e, geralmente, utilizado para pequenos ajustes de cargas.
Macacos de protensão – tem capacidade para até 740 toneladas e Ø55 cm de diâmetro por 74 cm de altura. Conta com orifícios para passagem de cabos de aço CP 190 e mecanismos de tensionamento das cordoalhas.
Macaco de rosca – apresenta capacidade para até 250 toneladas e tem Ø29 cm de diâmetro por 49 cm de altura. Possui um pistão parcial em rosca grossa que, em conjunto com o anel, funciona como calço metálico. Recomendado para obras nas quais é necessário controle de altura no rebaixamento.
Macaco de levantamento – tem capacidade para até 500 toneladas, Ø45 cm de diâmetro por 29 cm altura e curso de 8 cm. Utilizado em trocas de aparelhos de apoio e outros serviços que exigem grande capacidade de levantamento.
Macaco Strand Jacks– também conhecido como macaco guincho, tem capacidade para até 250 toneladas e Ø385 mm de diâmetro por 1.570 cm de altura. Indicado para içamento e rebaixamento de grandes cargas com precisão de deslocamento e velocidade. No sistema Heavy Lifting, diversos macacos controlados por computador podem trabalhar simultaneamente.
QUAL USAR?
Apesar da grande variedade de modelos, é preciso considerar que cada tipo de macaco tem uma limitação de carga, de altura e de curso para realizar a movimentação de peças na obra.
O ideal é submeter a escolha do modelo e até mesmo dos métodos executivos a uma empresa especializada. Como lembra Onishi, a definição dos serviços de içamento e levantamento de estruturas é complexa. “Em projetos dessa natureza não há receita de bolo, por isso temos de direcionar o cliente para a melhor solução. Assessoramos o projetista e a construtora para que ofereçam uma solução tecnicamente segura, econômica e capaz de viabilizar a obra”, afirma.
DIMENSIONAMENTO
Geralmente, é o projetista estrutural quem indica a necessidade do uso do macaco hidráulico, de acordo com as aplicações de força exigidas em cada projeto e as condições da obra. Na hora de dimensionar, porém, é fundamental que o fornecedor tenha em mãos informações importantes como a força a ser aplicada, os deslocamentos previstos na movimentação, a geometria do canteiro (espaço disponível e a posição prevista para acomodação do equipamento) e a disponibilidade no mercado.
“Também é importante que o projetista forneça dados sobre a sequência de aplicação das forças e uma eventual necessidade de aplicação simultânea de diversos equipamentos. A informação deve estar no projeto, que vai para a construtora e para o fornecedor”, lembra o projetista Marcelo Waimberg, diretor da EGT Engenharia.
Quando subdimensionado, o macaco hidráulico pode não aguentar a carga prevista, resultando em acidentes sérios. Ou, no caso de aplicação de forças de protensão, não concluir a operação.
CONTRATAÇÃO
Geralmente, os equipamentos são alugados. A construtora deve estar atenta às empresas que são referência nesse tipo de solução e escolher, preferencialmente, uma que ofereça serviços de operação e manutenção e que possua atestado técnico de obras já executadas com macacos hidráulicos.
Todos os produtos devem ter certificação das ancoragens e das emendas. O equipamento deve chegar lacrado e ser revisado pelo fornecedor a fim de verificar as suas condições. Uma máquina com vazamento de óleos, por exemplo, pode não conseguir manter a carga aplicada pelo tempo necessário. Além de vazamentos, a falta de manutenção pode causar perda de pressão e acidentes como queda de peças, colocando o operário em risco. Por isso, as máquinas têm de passar por manutenção periódica, pelo menos a cada seis meses, feita por empresas e profissionais qualificados.
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Colaboração técnica
- Marcos Onishi – diretor industrial da Protende Sistemas e Métodos
- Marcelo Waimberg – diretor da EGT Engenharia