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Construsummit 2024: Corrente pela reconstrução do Rio Grande do Sul

Evento apoiou diversas entidades que estão na linha de frente da recuperação do estado que sofreu com as fortes chuvas no meio deste ano. Entenda!

Publicado em: 09/09/2024

Texto: Vinícius Veloso

(Foto: Agência J.Somensi)

(Foto: Agência J.Somensi)

Tradicionalmente, o Construsummit muda a realidade de uma família com a entrega de uma casa — ação realizada em conjunto com entidades parceiras e usando parte do valor arrecadado na venda de ingressos. Mas, em 2024, com a tragédia que assolou boa parte do estado do Rio Grande do Sul, o Grupo Softplan decidiu ir além para ajudar na difícil missão de recuperar a dignidade e a vida daqueles que foram prejudicados pelas devastadoras enchentes.

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“Nós somos negócios, mas lá na ponta, quem está comprando esses empreendimentos está realizando sonhos, transformando vidas, e esse é o papel da Construção Civil. Quando resolvemos os problemas e desafios que trouxeram vocês aqui, transformamos isso em oportunidades, o que transforma um segmento que, literalmente, muda a vida das pessoas de maneira definitiva. E não poderia ser diferente neste momento que estamos vivendo no Rio Grande do Sul”, iniciou Guilherme Quandt, diretor de Estratégia e Mercado da Softplan para a Indústria da Construção, na abertura da plenária “A reconstrução do Rio Grande do Sul”.

Mutirão de limpeza

Por meio do Construsummit, o Grupo Softplan apoiou em diferentes frentes a força-tarefa para reconstruir as comunidades gaúchas. Quando a água começou a baixar, não demorou para que os parceiros da Construide lotassem um ônibus de voluntários em São Paulo. Foram diversos profissionais especializados em obras em áreas de vulnerabilidade social transportados para um mutirão de limpeza na região de Porto Alegre — viagem que demorou cerca de 27 horas.

Palestra sobre a reconstrução do Rio Grande do Sul no Construsummit 2024(Foto: Agência J.Somensi)

“Não tem outra palavra que defina o que aconteceu, se não um cenário de guerra”, afirmou Flávia Figliolino, diretora de operações da ONG Construide, comentando que esteve em São Leopoldo, Canoas e Cruzeiro do Sul exatamente um mês depois que as chuvas começaram no Rio Grande do Sul. “Quando as águas estavam baixando, para qualquer lugar que você olhava, via destruição, tristeza e a vida das pessoas literalmente em escombros”, disse a profissional.

Os voluntários conseguiram limpar oito moradias em um dia — imóveis que não tinham sido abertos por nenhum morador por 60 dias e no final da noite estavam com o piso brilhando.

Construções rápidas

Enquanto isso, o Sinduscon-RS atuava para dar visibilidade a um projeto que tem o potencial de construir uma habitação definitiva em somente dois dias. “Nós buscamos as alternativas e fizemos conexões com todas as possibilidades que existiam no mercado. Realizamos uma espécie de licitação e conseguimos entender qual era a melhor solução técnica e econômica”, afirmou Rubem Piccoli, coordenador do grupo técnico Sinduscon SOS Chuvas | Enchentes-RS.

“Assim, chegamos em um sistema de Steel Frame com uma parte da construção em concreto armado. É uma casa que gera praticamente zero resíduos, o que é sustentável. Esse imóvel que vamos executar tem 44 m2, com dois quartos e banheiro. É uma casa digna, com bons acabamentos — todos atendendo às questões de normas”, detalhou Piccoli. Para iniciar a execução das primeiras habitações nesse modelo, o Sinduscon-RS aguarda os últimos detalhes. O objetivo do sindicato é entregar 50 casas do tipo para a população no período de 100 dias.

Palestra sobre a reconstrução do Rio Grande do Sul no Construsummit 2024(Foto: Agência J.Somensi)

Piccoli, porém, alertou para os processos que travam a execução dos imóveis. “A burocracia é o motivo pelo qual ainda não conseguimos colocar uma casa em pé em Porto Alegre, mesmo tendo os recursos disponíveis para fazermos 30 casas. Está tudo na conta do Sinduscon, doado por empresas e entidades”, lamentou o coordenador, destacando que não é possível jogar a culpa sobre o gestor público porque ele também é amarrado e deve cumprir certos ritos.

Qualificação de mão de obra

Outro elo dessa corrente é o Instituto Mulher em Construção, que está aumentando o número de turmas para capacitação em elétrica, hidráulica, pintura, reparos e outros serviços similares. “As pessoas que estão vindo até nós estão conseguindo mudar o seu contexto. E no momento em que muda o seu contexto, muda o do seu entorno. Recentemente, fizemos um curso de restauro que tinha 20 vagas e vieram mais de 1.550 mulheres se inscreverem”, destacou Roberta Anacleto, executiva de marketing voluntária do Instituto Mulher em Construção.

“Se hoje já existe falta mão de obra para as construções oficiais e com grandes investimentos, imagina para reconstruir todo um estado agora. Tínhamos certeza de que a mão de obra seria muito necessária e que diversas pessoas teriam que fazer a sua reforma com as suas próprias mãos. Assim, surgiu o projeto Regenera Rio Grande do Sul”, ressaltou Anacleto, agradecendo ao Construsummit, que possibilitou a formação de uma turma inteira no curso de elétrica.

Como ajudar?

• O Construide está com projeto para alcançar 20 famílias em Cruzeiro do Sul, uma das cidades mais impactadas pelas enchentes. Precisando da doação de insumos e materiais, a entidade tem como principal meio de comunicação as redes sociais.

• Por meio de seu site, o Instituto Mulher em Construção disponibiliza formulários para os interessados em receber a capacitação ou em contribuir com doações. A entidade também busca construtoras e empresas que podem contratar a mão de obra formada pelos cursos, oferecidos em 40 municípios espalhados pelo país.

• Em seu site e nas redes sociais, o Sinduscon-RS promove a campanha “SOS Rio Grande do Sul”, que pede apoio financeiro e doação de materiais correlatos à execução das casas. Para dar governança para todo o processo, o sindicato contratou uma auditoria.