Contra crise, aposta é em máquinas e equipamentos usados
Com a queda na venda de máquinas e equipamentos novos, empresas buscam peças de reposição de qualidade. Cuidados com a manutenção da frota também aumentam
O mercado de equipamentos não tem previsão de começar a reerguer. Além da falta de obras, as turbulências políticas e econômicas prejudicam ainda mais as vendas de máquinas. Com essa escassez de trabalho, o mercado de revenda de peças se desdobra para minimizar prejuízos e busca bons resultados nesse ano.
Com a impossibilidade de novas aquisições, a saída das empresas do setor é investir na frota já disponível para atender os poucos contratos em andamento. Para isso, dependem da qualidade das peças de reposição e um cuidado especial para manutenção.
“O primeiro trimestre está bem difícil”, diz o diretor da Ferquin, Rogério A. A. Ferraz. De acordo com o empresário, as vendas ainda estão devagar, principalmente porque as pequenas e médias construtoras e locadoras costumam ser subcontratadas por grandes construtoras, hoje indiciadas na operação Lava Jato. Isso tem refletido diretamente no trabalho com as frotas e na comercialização de peças de reposição.
“O grande problema é que não há oferta de trabalho nem para máquinas usadas, devido à falta de obras. Acreditamos que assim como as vendas de máquinas novas, as de peças também serão prejudicadas. Infelizmente, não temos boas perspectivas”, informa Rogério. A Ferquin revende peças multimarcas nacionais e importadas.
Melhores chances para mineração e britagem
De acordo com o gerente de marketing da Ecoplan, Roberto Cardia, as áreas que provavelmente terão os melhores resultados nas vendas são as de britagem e mineração. Já o setor de terraplenagem vai continuar em queda.
“A frota instalada tem perfeitas condições de atender bem aos setores de mineração de calcário, ouro, ferro, bauxita, principalmente agora com o fortalecimento de empresas como Gerdau e Usiminas nessa área”, diz ele.
Para a Ecoplan, especializada na fabricação de FPS (ferramentas de penetração de solo), os horizontes não são ruins. Por fornecerem linhas para aplicação na atividade de britagem, os negócios não serão abalados mesmo com a queda na terraplenagem. “Além disso, a mineração de calcário e fosfato deve continuar um terreno fértil. Vamos centralizar esforços de vendas para essa área”, informa Cardia.
Ele comenta que os problemas gerados pela corrupção na Petrobrás vão se espraiar por um longo período de prejuízos e provocar um efeito dominó em toda cadeia produtiva e de fornecedores da infraestrutura. “Hoje, os locadores de máquinas, por exemplo, estão com 40% do trabalho reduzido”, diz.
Roberto Cardia acredita que a Ecoplan terá um crescimento modesto nas vendas em 2015, independente da situação do mercado, principalmente porque a equipe da empresa planeja uma ação de vendas online.
“Vamos efetuar esforços maiores, dar um impulso mais forte, além de fazer melhor divulgação. O caminho para vencer a crise é trabalhar e usar a criatividade. As empresas que antes investiam 1% do faturamento em marketing, agora devem injetar 1,5%”, diz.
Colaboraram para esta matéria
- Rogério A. A. Ferraz - diretor da Ferquin
- Roberto Cardia - gerente de marketing da Ecoplan