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Detectores de materiais agregam precisão e produtividade às obras

Ferramenta eletrônica permite identificar materiais ferrosos e não ferrosos em alvenarias, paredes de concreto e drywall. Conheça os diferentes modelos disponíveis no mercado

Publicado em: 22/05/2018

Texto: Juliana Nakamura

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Autonomia da bateria, facilidade de leitura dos dados e empunhadura ergonômica são alguns dos critérios que devem nortear a escolha do detector de material ideal para a sua obra (foto: Daria Bogomolova/shutterstock)

De modelos simples a gadgets sofisticados, os detectores de materiais são aliados importantes de quem constrói. Eles são utilizados por eletricistas, instaladores, marceneiros, carpinteiros, encanadores e empreiteiros para identificar barras de aço, tubos de PVC com e sem água, condutores elétricos e estruturas em madeira, paredes de alvenaria, concreto ou drywall. O uso adequado desses aparelhos portáteis é capaz de evitar transtornos gerados, por exemplo, pela perfuração indesejada de um cano ou de um cabo elétrico.

Veja especificação técnica de detectores de materiais

COMO FUNCIONAM?

Há duas tecnologias principais de detectores de materiais. A primeira, mais básica, funciona através da leitura eletromagnética de barras em aço. É conhecida como pacômetro, utilizado para identificar a interação entre as armaduras e a baixa frequência de um campo eletromagnético criado pelo aparelho.

A técnica mais avançada, capaz de identificar outros materiais além do aço, utiliza o escaneamento por radar, conhecido como ensaio de georadar ou GPR. Trata-se de um método geofísico que utiliza a propagação de ondas eletromagnéticas de alta frequência. “Quando o espectro atinge a interface entre materiais com diferentes permissividades dielétricas, parte da onda é refletida em direção à superfície e o restante é refratada”, explica o engenheiro Kirke Andrew Wrubel Moreira, diretor técnico comercial da Bruke no Brasil.

DETECTOR DE ARMADURAS E DE INSTALAÇÕES

Os modelos mais simples de detectores de materiais possuem limitações quanto à concentração de armaduras e nem sempre conseguem identificar outros materiais, como tubos de PVC e condutores elétricos. “Os aparelhos mais avançados com GPR geralmente não apresentam problemas de interferências com concentração de armaduras e são mais precisos na leitura de tubulações hidráulicas e elétricas, além de conseguirem verificar vazios com presença ou não de água”, compara Moreira.

Os aparelhos mais avançados com GPR geralmente não apresentam problemas de interferências com concentração de armaduras e são mais precisos na leitura de tubulações hidráulicas e elétricas
Kirke Andrew Wrubel Moreira

Com preços que vão de R$ 300 (modelos que só identificam metais) a R$ 3 mil (mais completos), os aparelhos se diferenciam com relação ao alcance, às funções disponíveis, além de recursos como luzes de LED, sinais de aviso etc. Os detectores mais simples conseguem ler a uma profundidade máxima de 10 cm. Os modelos mais avançados podem rastrear até 60 cm para identificar cabos energizados e são capazes de atender a um maior número de aplicações em diferentes substratos, em especial em sistemas de construção a seco.

“Quanto à precisão, tanto o escaneamento por radar quanto o pacômetro são bastante eficientes. Mas o sucesso da leitura depende da preparação correta dos locais de ensaio, calibração dos equipamentos e interpretação dos dados posterior às leituras”, alerta Kirke Moreira. Ele lembra que, não raramente, os usuários reclamam de falhas e imprecisão dos detectores, quando, na verdade, o problema está no uso por pessoas pouco habilitadas e treinadas.

CRITÉRIOS DE ESCOLHA

Quanto à precisão, tanto o escaneamento por radar quanto o pacômetro são bastante eficientes
Kirke Andrew Wrubel Moreira

Ao escolher um modelo de detector de materiais, além dos requisitos técnicos, deve-se observar a autonomia da bateria, a facilidade de leitura dos dados, a empunhadura ergonômica e o design compacto, o que proporciona mais facilidade de uso em áreas estreitas, de difícil acesso e com irregularidades.

Outros diferenciais, segundo Renato Vieira, da Bosch Brasil, são a calibração automática e a proteção contra pó e água, que têm influência direta na durabilidade do equipamento. Luciano Abelar, supervisor técnico da Stanley, sugere, ainda, observar a garantia oferecida, que pode variar de acordo com o fabricante do equipamento.

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Colaboração técnica

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Kirke Andrew Wrubel Moreira – Engenheiro civil com mestrado em Engenharia Mecânica e de Materiais pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. É diretor técnico comercial da Bruke no Brasil, especializada em inspeção de estruturas e ensaios não destrutivos.
Renato Vieira – Responsável de marketing da linha de medição da Divisão de Ferramentas Elétricas da Bosch Brasil.
Luciano Abelar – Supervisor técnico da Stanley.