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Dicas e recomendações para escolher guindastes móveis

Com grande capacidade de carga, equipamentos podem se movimentar sobre esteiras ou pneus e realizar diversos trabalhos. Usá-los com planejamento pode proporcionar mais segurança ao trabalhador

Publicado em: 14/05/2019Atualizado em: 03/06/2021

Texto: Juliana Nakamura

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A construção civil utiliza principalmente os guindastes sobre esteiras e os hidráulicos sobre rodas (Créditos: JVrublevskaya/ Shutterstock)

O maior grau de industrialização da construção civil registrada nos últimos anos fez com que os guindastes móveis se tornassem mais presentes nos canteiros de obras brasileiros. Com capacidade de carga que pode ir de 20 toneladas a mais de 100 toneladas, esses equipamentos são indicados para operações de içamento a grandes alturas, principalmente para o lançamento de peças pré-moldadas de concreto, movimentação de insumos como armações e blocos e em serviços de montagens de estruturas metálicas.

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PRINCIPAIS TIPOS DE GUINDASTES

A construção civil utiliza principalmente os guindastes sobre esteiras e os hidráulicos sobre rodas. Cada tipologia possui uma característica que faz o equipamento ser mais ou menos indicado para cada aplicação.

Os guindastes sobre esteiras, por exemplo, costumam ser especificados quando se necessita obter as maiores capacidades de carga. Mais robustos, esses modelos proporcionam muita estabilidade, sem perder a mobilidade em terrenos acidentados e em locais de difícil acesso.

Já os guindastes sobre caminhões ou chassis de tratores são indicados para situações que demandam prioritariamente mobilidade no canteiro. Um ponto forte desse tipo de guindaste é eliminar a necessidade de equipamentos especiais para o seu transporte até o local da obra.

O tipo de lança é outro ponto de diferenciação entre os guindastes. Há modelos com lança fixa, com lança treliçada e os com lança telescópica. Esses últimos, bastante usados, contam com lança composta por tubos encaixados um dentro do outro. Um mecanismo hidráulico (geralmente um pistão) estende ou retrai os tubos aumentando ou diminuindo o comprimento da lança. São modelos telescópicos os guindastes RT 530E-2, da Manitowoc, e TM 1250-5.1, da Liebherr, ambos desenvolvidos para trabalhos em terrenos acidentados.

Outra classificação usual dos guindastes refere-se ao porte da máquina. Modelos CT (compact truck) são indicados para serviços que envolvem cargas pequenas em pátios e galpões. Os guindastes RT (rough terrain) são voltados às aplicações em terrenos irregulares. Há, ainda, os modelos AT (all terrains), que, como o nome já indica, podem operar em vários tipos de terreno.

COMO ESCOLHER

A especificação de um guindaste deve levar em conta, antes de tudo, o tipo/tamanho da carga a ser içada. Outros aspectos fundamentais são a altura que a lança precisará atingir e as características do terreno onde o equipamento irá trabalhar.

Aspectos relacionados à segurança também devem ser considerados, uma vez que a operação de guindastes no canteiro possui uma série de riscos intrínsecos.

Ricardo Sávio, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional, destaca o risco de tombamento da máquina por falha no processo de estabilização e o risco de quebra da lança ocasionada pelo uso incorreto da máquina. “O uso de guindastes envolve, também, o risco de queda de objetos e esmagamento e de choque elétrico”, lembra.

Por isso mesmo, a operação de guindastes deve ser precedida de muito planejamento. “São esses estudos prévios que vão trazer a segurança para a operação com guindastes”, explica o engenheiro Carlos Gabos, líder da área de Movimentação de Carga e Pessoas da Odebrecht.

Segundo ele, nos casos mais simples, o planejamento pode ser feito com o preenchimento de um formulário, onde são anotados os valores de carga, a configuração do guindaste, a capacidade tabelada e os acessórios. “Nos casos mais complexos, esse planejamento requer um plano de rigging, incluindo desenho detalhado onde são previstos todos os movimentos dos guindastes, suas configurações, os detalhes de amarração e as folgas operacionais”, afirma Gabos.

Além disso, segundo Ricardo Sávio, é importante que o equipamento possua, no mínimo, as seguintes tecnologias embarcadas:

  • Limitador de momento de cargas (LMI)
  • Inclinômetro com controle de nível em dois eixos (x, y)
  • Indicador luminoso e sonoro, sirene, indicando desnivelamento, anemômetro
  • Operação à distância por controle remoto sem fio especialmente para guindaste de pequeno porte

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Colaboração técnica

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• Carlos Gabos – Engenheiro mecânico, líder da área de Movimentação de Carga e Pessoas da Odebrecht e gerente na Hoist Serviços e Treinamentos
luiz-borges
• Ricardo Sávio – Engenheiro civil, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional. É também consultor de rigger planejador na Setc Engenharia & Rigger