Epóxi e poliuretano garantem pisos duráveis e de baixa manutenção
Revestimentos à base de resinas oferecem diferentes graus de resistência e rigidez. Saiba como escolher a melhor opção
Foto: Doralin Samuel Tunas/Shutterstock)
Classificados como revestimentos de alto desempenho, os pisos de epóxi e de poliuretano são empregados em situações que exigem características como alta resistência química, ao impacto e à abrasão, além de durabilidade e baixa manutenção.
Esses materiais são amplamente empregados em ambientes como edifícios-garagem e concessionárias de veículos, áreas fabris e de logística, assim como em laboratórios, clínicas e hospitais. Eles também têm aplicação importante como revestimento de proteção em construções como tanques e diques de contenção expostos a produtos agressivos.
Pisos de epóxi
Pisos de poliuretano
Revestimento epóxi ou de poliuretano?
A durabilidade e o ótimo desempenho dos pisos com resinas epóxi ou de poliuretano estão diretamente relacionados à escolha dos produtos que melhor atendam às particularidades da obra.
As resinas de poliuretano e epóxi apresentam características distintas. “O poliuretano possui alta resistência à abrasão, boa resiliência (flexibilidade) e é resistente aos raios UV”, explica o engenheiro Wagner Gasparetto, diretor na LPE Engenharia. “Já o epóxi, em geral, é mais rígido, apresenta alta resistência química e mecânica e, é mais sensível à exposição à luz, sujeito a um amarelamento precoce quando exposto a raios solares. Por isso, o piso epóxi é mais indicado para uso em áreas internas”, continua ele.
A utilização de ambos os materiais se justifica quando a aplicação requer fácil assepsia, diversidade de cores, facilidade de execução, boa relação custo-benefício em comparação a outros sistemas de maior espessura, além de resistências mecânicas e químicas elevadas, entre outras propriedades.
Mas mesmo entre os dois grupos de materiais — epóxi e poliuretano — é possível encontrar muitas variações de resinas e combinações com diversos tipos de catalisadores que permitem compor uma ampla gama de soluções. “É possível ter formulações de resinas epóxi que alteram muito a resistência química. O mesmo pode ocorrer com as resinas de poliuretano. Nos casos em que a resistência ao choque é um requisito prioritário, por exemplo, é possível variar a espessura dos sistemas para aumentar o desempenho”, cita o engenheiro Michel Haddad, gerente técnico da Sika Brasil. Ele conta que, no caso dos poliuretanos, é possível encontrar resinas aromáticas (que mudam de cor quando expostas a raios UV) e alifáticas (que não alteram a cor quando expostas a raios UV).
Boas práticas de execução
Os revestimentos de poliuretano e epóxi podem compor diferentes sistemas de aplicação: pintura, autonivelante, multicamadas, argamassado, etc. Em todos os casos, contudo, uma etapa de alta criticidade é o preparo do substrato. “É preciso estar atento porque em pisos novos, muitas vezes são aplicados endurecedores que prejudicam a aderência. Já no caso de pisos antigos, a presença de umidade ou de contaminantes são causas comuns de problemas”, salienta Haddad.
“O substrato precisa ser submetido a um preparo mecânico para regularizar a base e ficar mais poroso. Além disso, epóxi e poliuretano exigem a aplicação de primer”, acrescenta Gasparetto. Ele conta que a melhor prática para a execução de pisos engloba todo o processo de aplicação, a começar pela visita ao local e pela vistoria do substrato (quando existente). “Em obras novas, deve-se verificar as características do substrato com o projetista do piso, viabilizando o planejamento do preparo da base de maneira eficiente”, continua o diretor da LPE Engenharia.
É fundamental, também, contratar empresas especializadas, com experiência na aplicação destes sistemas, que utilizem ferramentas e equipamentos adequados, além de produtos de qualidade comprovada. Para garantir durabilidade, é importante, ainda, observar as mudanças de utilização ao longo da vida dos pisos. “Além disso, é imprescindível seguir todas as orientações do fabricante quanto a produtos de limpeza e descontaminação, no caso de exposição a compostos químicos”, conclui Michel Haddad.
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Colaboração técnica
- Michel Haddad – Engenheiro civil, especialista em longevidade de edificações com MBA em gerenciamento de projetos. É membro da Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat Brasil). Professor no Instituto IDD e do Centro Universitário de Brasília, é gerente técnico da Sika Brasil.
- Wagner Gasparetto – Engenheiro civil com MBA em marketing pela FGV. É diretor na LPE Engenharia e Consultoria, especializada no segmento de pisos industriais e pavimentos de concreto.