menu-iconPortal AECweb

EPS pode contribuir para uma construção mais sustentável

O cuidado maior deve ser sempre com a correta reciclagem do elemento, cada vez mais usado na construção civil

Publicado em: 16/02/2016Atualizado em: 16/11/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket


Uso do EPS na construção é considerado relativamente novo (sima/shutterstock.com)

Usado como matéria-prima em diversas soluções da construção civil, o poliestireno expandido (EPS) é 100% reaproveitável. Conhecido popularmente como isopor, o composto pode ser classificado como sustentável por diversos fatores, desde que, é claro, seja devidamente encaminhado aos centros de reciclagem.

Ao ser descartado incorretamente, o EPS fica eternamente depositado na natureza, daí a importância de reciclá-lo
Albano Schmidt

“O elemento proporciona economia de energia em edificações, pois garante melhor conforto térmico aos ambientes. Além disso, deixa o projeto mais leve, necessitando de menor quantidade de insumos. Esses são exemplos de como o EPS contribui substancialmente para que toda a construção seja mais sustentável”, afirma o engenheiro Albano Schmidt, presidente da Associação Brasileira do Poliestireno Expandido (Abrapex).

Veja também: Canaleta em EPS preço

Produto derivado do petróleo, o isopor não é biodegradável, mas é inerte e não contamina o ar, a água ou o solo. O processo de fabricação consome poucos recursos naturais e gera baixo volume de resíduos, além de não utilizar o gás CFC, nocivo à camada de ozônio. “Ao ser descartado incorretamente, o elemento fica eternamente depositado na natureza, daí a importância de reciclá-lo”, ressalta Schmidt.

Leia também:

Vidro pode ser reciclado infinitamente

UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Na construção civil, o principal volume de isopor surge no momento de decorar o ambiente, pois o produto é usado para revestir e proteger eletrodomésticos. Solução que ganha espaço nas atuais edificações, os painéis EPS também são passíveis de reciclagem. Porém, esse trabalho ainda não acontece com frequência devido à tecnologia ser considerada relativamente nova e as construções que a utilizam serem recentes. “Daqui a alguns anos, quando esses prédios forem reformados ou desconstruídos, os painéis poderão ser reciclados”, afirma.

RECICLAGEM MECÂNICA OU QUÍMICA

A reciclagem do EPS vem evoluindo ao longo dos anos. Entre 2007 e 2012, o volume total de material encaminhado para ser reaproveitado aumentou em 460 toneladas. “Só no último ano, foram recicladas mais de 35 mil toneladas, o que representa cerca de 35% de tudo o que é colocado no mercado”, destaca Schmidt. “A meta é, até 2025, reaproveitar 100%”, completa.

Só no último ano, foram recicladas mais de 35 mil toneladas [de EPS], o que representa cerca de 35% de tudo que é colocado no mercado
Albano Schmidt

O composto pode passar por dois processos distintos de reciclagem: mecânico ou químico. No mecânico, o isopor coletado é misturado com o elemento virgem para compor diferentes tipos de produtos sem que ocorra o comprometimento da qualidade e das propriedades mecânicas.

Já a reciclagem química acontece em reatores que operam em regime de batelada. Essa tecnologia consolidou um teor de 20% de substituição de estireno virgem por EPS pós-uso, assegurando as propriedades originais do material. O produto final é vendido para aplicações em rodapés e perfis, vasos, decks de piscinas, entre outros. Também é possível misturar isopor reciclado com areia e cimento para transformá-lo em concreto leve, usado no preenchimento de lajes.

O engenheiro comenta que outra opção na reciclagem é transformar o EPS em poliestireno (PS), matéria-prima para a fabricação de canetas esferográficas e réguas, entre outros objetos. Para que possa ser reaproveitado, o isopor não pode estar contaminado, ou seja, misturado a outros resíduos, como tintas, óleos, graxas, concreto, solventes ou colas. “Se estiver nesse estado, demanda diferentes tecnologias para limpeza e não é possível reciclá-lo. O material acaba entrando, então para a classe de resíduos de construção”, conclui Schmidt.

Colaboração técnica

Albano Schmidt – Formado em Engenharia de Produção pelo Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP) e com pós-graduação em Administração de Empresas nos pelo Babson College/Wellesley – Massachusetts (EUA). Atualmente, ocupa o cargo de presidente da Associação Brasileira do Poliestireno Expandido (Abrapex). Atua ainda como presidente do Comitê Estratégico de Logística Reversa da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). É representante da Associação Sul Americana de Poliestireno Expandido (Asapex) junto à Associação Internacional de EPS (Inepsa). É diretor-presidente da Termotécnica.