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Equipamentos e soluções para dragagem de rios

Adaptar escavadeiras e bombas de mineração para a realização do procedimento é a solução de melhor custo-benefício

Publicado em: 17/08/2016

Texto: Redação PE

DesassoreamentoMaterial sedimentado dragado de rio (Foto: Bildagentur Zoonar GmbH / shutterstock.com)

A dragagem de rios – também conhecida como desassoreamento – é realizada para remover material sedimentado e melhorar o escoamento dos rios, córregos e canais. Esse trabalho requer planejamento para deixar os cursos d’água limpos e com maior capacidade de vazão nas épocas chuvosas, evitando enchentes.

A dragagem convencional com sistema mecanizado exige equipamentos apropriados. Normalmente se utiliza drag-line (escavadeira de cabo), escavadeira convencional ou escavadeira long reach. Recentemente, alguns especialistas passaram a incorporar também bombas com elevada capacidade de bombeamento, em geral aplicadas em bombeio de resíduos de mineração. “Essas bombas têm capacidade de dragar 800 metros cúbicos por hora, bombeando até 65% de sólidos”, explica Ilson Luschi, especialista em operações de dragagem.

Luschi descreve uma situação onde a bomba pode ser utilizada pendurada numa drag-line com a caçamba removida, embarcada numa balsa para fazer dragagem em um lado de 1 quilômetro quadrado. “Se a drag-line tiver boa capacidade para movimentar de um lado para outro e a bomba for de alta performance, pode fazer sucção de até 300 m³ de areia por hora, retirando em média 7 mil metros cúbicos de material em um dia”, informa Luschi.

DRAG-LINES

Para Luschi, as drag-lines são de longe os equipamentos com maior alcance à frente, por retirarem grande volume de material em menos tempo, gerando boa produtividade. No entanto, devido aos custos elevados, o Brasil ainda não conseguiu se modernizar em equipamentos específicos para dragagem. Assim, adaptar as máquinas a esses trabalhos tem sido a solução de melhor custo-benefício para prestadores de serviço e contratantes. “Uma máquina drag-line nova de 70 toneladas custa R$ 5 milhões e a de 200 toneladas chega a R$ 8,5 milhões”, informa Luschi.

ESCAVADEIRAS HIDRÁULICAS

As escavadeiras hidráulicas possuem alcance mais restrito; mesmo as máquinas de modelo long reach escavam à frente e abaixo da margem de onde trabalham. Se operar embarcada em uma balsa, retira material de um lado e dá tombo no outro, dentro do rio. “São necessárias até três escavadeiras para realizar esse trabalho, enquanto uma escava e dá tombo, as outras trabalham em linha fazendo o mesmo procedimento até o material ser completamente despejado na margem”, diz Luschi.

FROTA PARA MOVIMENTAÇÃO DO MATERIAL

Não basta remover o material. Ele precisa, também, ser destinado para aterro ou bota-fora. Mas antes é comum passar por um desaguamento à margem do rio por meio de um método conhecido como caixote, onde é amontoado, a água escoa de volta para o rio e os sólidos seguem para os caminhões.

De acordo com Luschi é importante que as caçambas sejam antiaderentes, para que não retenham material grudado e sejam esvaziadas em sua totalidade na descarga.

As pás-carregadeiras ou escavadeiras que fazem as tradicionais operações de carregamento desses caminhões não requerem adaptação nem configuração específica, apenas dimensionamento adequado para o tempo de produtividade estabelecido na rotina de trabalho. Na manutenção dos bota-foras ou aterros que recebem esse material também são utilizados tratores de esteira para espalhar e nivelar o local.

“Todos os equipamentos utilizados nesse trabalho devem ser definidos conforme o volume de material retirado do rio, prazo de trabalho, ponto de destinação, entre outros aspectos”, explica Luschi.

CONTAMINAÇÃO

A contaminação no sistema hidráulico é um dos problemas que mais atingem os equipamentos em trabalhos de desassoreamento, principalmente por estarem constantemente com a lança, a concha ou as esteiras expostas ao contato com a água de canais.

Alexandre de Jesus Vasconcelos, especialista em manutenção de equipamentos, explica que, quando as máquinas mergulham o braço para escavar o sedimento, normalmente entra areia no pistão e isso se alastra na parte hidráulica. “Algumas pessoas acoplam uma proteção sanfonada na haste da escavadeira, evitando a entrada de sujeira. Quando isso não é possível, é necessário submeter esses equipamentos a constantes revisões no sistema hidráulico e fazer um acompanhamento periódico para evitar deterioração dos comandos e da bomba hidráulica”, orienta.

Com relação às esteiras, se não tiverem contato com água, podem seguir os procedimentos de manutenção estabelecidos pelo fabricante. “Mas, se alguma parte delas ficar em contato com algum curso d’água, o desgaste se acelera e os motores de tração e deslocamento podem contaminar o sistema hidráulico”, conclui Vasconcelos.

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COLABORAÇÃO TÉCNICA

  • Ilson Luschi, especialista em operações de dragagem.
  • Alexandre de Jesus Vasconcelos, especialista em manutenção de equipamentos.