Escadas de madeira dão liberdade arquitetônica aos projetos
Versáteis, essas escadas são desenhadas em vários formatos. Além disso, a madeira é um material nobre, resistente e que valoriza residências ou escritórios
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Escada de madeira da Casa HAZP, projetada pelo Frederico Zanelato Arquitetos (Foto: Pedro Abude).
Por ser um material nobre, acaba se transformando em um item de decoração, enriquecendo o ambienteManoela Piton
Escadas de madeira já estiveram em alta há, aproximadamente, duas décadas. Hoje não são a primeira opção de muitos arquitetos pela necessidade de mão de obra especializada, afinal, nem todo mundo tem um excelente marceneiro por perto. Soma-se a isso, o custo elevado – que vai na contramão do desejo da maioria dos clientes.
Há, entretanto, algumas razões para se considerar a madeira na execução de escadas para ambientes internos. A estética que ela confere aos projetos é marcante. “Por ser um material nobre, acaba se transformando em um item de decoração, enriquecendo o ambiente”, afirma Manoela Piton, arquiteta do escritório Piton Arquitetura.
Edifício residencial Città Giardino, do Sito Arquitetura.
(Foto: Jomar Bragança)
A madeira resiste bem aos esforços de tração, compressão, torção e cisalhamento. E agrega conforto térmico aos ambientes. Além de nobre e resistente, é muito durável. “Se explorada racional e corretamente, é uma fonte renovável e também reaproveitável”, observa a arquiteta Fernanda Galina da Concept Arquitetura & Engenharia.
As escadas de madeira também são muito versáteis, pois, podem ser construídas em diversos formatos. “Podem ser desenhadas retas, em “L”, em “U”, caracol... Isso nos dá liberdade para projetar”, explica Manoela.
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DESVANTAGENS
A madeira de demolição confere visual rústico aos ambientes. (...) Madeiras com texturas mais lisas e sóbrias, combinadas com outros materiais como aço, vidro e concreto, proporcionam um resultado mais sofisticado e modernoFernanda Galina
Diferentemente das escadas em alvenaria, revestidas em pedra, as escadas de madeira demandam manutenção periódica. Com o tempo, o material se desgasta e requer a aplicação de um verniz para preservar sua vida útil.
Trata-se, também, de um material sujeito a ações externas, como clima (variação da umidade) e a ataques biológicos de insetos xilófagos, bactérias, fungos e cupins. Além disso, a madeira é altamente combustível, pode ser danificada em contato com água e tende a se contrair e expandir quando há variações de temperatura – tornando-se vulnerável a rachaduras.
A construção da escada de madeira exige, ainda, mão de obra especializada de um marceneiro, não podendo ser realizada pelo próprio pedreiro. “Isso evita desperdício de material e proporciona degraus firmes, nivelados e do mesmo tamanho”, afirma Fernanda.
Projeto residencial Terra Vista Trancoso, do SQ+
Arquitetos Associados (Foto: Xico Diniz)
ESTILOS
A variedade nos tipos de madeira – com cores e texturas diferentes – associada à criatividade do arquiteto permite inúmeras composições, fazendo com que a escada dialogue muito bem com diferentes elementos de decoração. Sua utilização pode conferir tradição, rusticidade ou modernidade ao ambiente – conforme o acabamento utilizado. “A madeira de demolição tem visual mais rústico. Materiais com texturas mais lisas e sóbrias, combinadas com outros materiais como aço, vidro e concreto, proporcionam um resultado mais sofisticado e moderno”, diz Fernanda.
O desenho também influencia no estilo da decoração. “Se for trabalhada com linhas retas e engastada na parede traz um ar mais contemporâneo; se tiver degraus e corrimão boleado, é um exemplo clássico; com toras de textura mais natural, a escada fica mais rústica”, explica Manoela.
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Da esquerda para direita: Hotel Spa NauRoyal, do escritório GCP (Foto: Nelson Kon); e Livraria Cultura de São Paulo,
projetada pelo studio mk27 (Foto: Fernando Guerra).
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Colaboraram para esta matéria
- Manoela Piton – é arquiteta formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), com curso de decoração Marchand'Art. Em 2007, estudou arquitetura na Universidad Politecnica de Valencia (UPV), na Espanha. Depois de passagens por escritórios de arquitetura na região de Campinas, mudou-se para São Paulo e criou, em 2012, seu próprio escritório, o Piton Arquitetura, especializado em layouts corporativos, residenciais e de interiores.
- Fernanda Galina – é arquiteta formada pela Universidade Paulista (UNIP), em 2003, com especialização em Projetos Sustentáveis pela FUPAM, em 2009. Após trabalhar em escritórios de arquitetura da região de Campinas, trabalhou no escritório AD Arquitetura, do arquiteto Alcindo Dell’Agnese e Associados, em São Paulo, onde coordenou projetos da área de Logística e Indústrias. Desde 2010, atua em seu escritório próprio, o Concept Arquitetura & Engenharia, com ênfase em projetos residenciais.