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Esquadria personalizada é solução para vãos com tamanho diferenciado

Para fabricação do caixilho especial, arquiteto deve passar informações sobre tipologia, dimensões do espaço e tipo de matéria-prima

Publicado em: 17/08/2016Atualizado em: 09/11/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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A indústria responsável por desenvolver o caixilho especial deve receber informações sobre a tipologia, dimensões do vão e tipo de matéria-prima (Foto: Acervo/ Joel Carlos Ferreira de Souza)

As dimensões dos vãos projetados pelos arquitetos nem sempre são condizentes com as das esquadrias disponíveis no mercado. A alternativa é recorrer aos caixilhos fabricados sob medida, também conhecidos como especiais. “Alguns profissionais utilizam o termo customizar para se referir ao produto. Entretanto, essa palavra tem sentido de personalização e, no caso das esquadrias, o que acontece é o desenvolvimento de projeto específico para cada necessidade”, explica o consultor Joel Carlos Ferreira de Souza, sócio-gerente da SSG Consultores.

Independentemente do seu material – aço, alumínio, PVC ou madeira –, grande parte das esquadrias padronizadas é voltada para obras residenciais. “Existem poucas opções que fogem do padrão de janela de quarto ou sala”, destaca o especialista.

Para desenvolver o caixilho especial, a indústria responsável precisa receber do arquiteto ou consultor informações sobre a tipologia, dimensões do vão e tipo de matéria-prima. “A especificação adequada resulta em produto final de qualidade. Se as necessidades são bem detalhadas, diminui-se a possibilidade de o fabricante incorporar soluções ou elementos supérfluos”, completa.

A especificação adequada resulta em produto final de qualidade. Se as necessidades são bem detalhadas, diminui-se a possibilidade de o fabricante incorporar soluções ou elementos supérfluos
Joel Carlos Ferreira de Souza

PROJETO

O projeto do caixilho especial, ou da esquadria personalizada, deve indicar quais componentes serão utilizados na fabricação. Quanto mais tecnológicas forem as ferragens, mais bem resolvidas se tornam as esquadrias. Os braços articulados permitem que a limpeza das janelas seja realizada sem necessidade de acessá-la externamente. As fechaduras de três pontos, por sua vez, garantem maior segurança. “Esses são dois exemplos que provam a importância dos acessórios”, diz Joel Ferreira, lembrando que cada tipo de matéria-prima conta com sua linha específica de componentes. Os catálogos dos fabricantes trazem essa distinção.

Em alguns casos, o arquiteto pede, ou o consultor propõe, reunir na mesma peça dois materiais distintos. Em edifícios com hall de entrada que apresenta pé-direito duplo, por exemplo, é indicada a esquadria de alumínio com alma de aço. Diferentemente do alumínio, o perfil de aço é capaz de vencer grandes vãos e garantir a estabilidade estrutural. A parte externa visível do conjunto continuará sendo o alumínio, mantendo a identidade visual da fachada.

O aço também está presente nas esquadrias de PVC. A resistência mecânica do plástico é baixa, por isso, todas as janelas fabricadas com esse material contam com alma metálica. “Perfis de madeira na face interna acrescentam requinte ao projeto de interiores, enquanto o alumínio do lado de fora resiste melhor às intempéries. Mix que agrada os arquitetos são os caixilhos em PVC com venezianas de madeira. Em projetos especiais, é totalmente possível mesclar duas matérias-primas com ótimos resultados estéticos, acústicos e térmicos”, ressalta o consultor.

A IMPORTÂNCIA DO VIDRO

O vidro tem função estrutural nos caixilhos. O material deve fazer parte do projeto e estar corretamente especificado, com informações sobre dimensionamento, tipo de beneficiamento e aplicação. “A preocupação na instalação é grande porque boa parte dos vazamentos ocorre pelo vidro, principalmente, quando é usada a massa de vidraceiro”, fala o especialista. Atualmente, a massa é aplicada somente em algumas esquadrias padronizadas mais simples e de aço. “Todas as outras têm os vidros colados e recebem guarnição”, complementa.

RELAÇÃO ARQUITETO E CONSULTOR

Quem define as dimensões do vão e a tipologia de janela é o arquiteto. A função do consultor é fazer com que o projeto da esquadria personalizada se torne executável e viável. “O arquiteto sabe das necessidades do projeto, porém pode não conhecer alguns tipos de esquadrias ou não ter informações sobre o que é possível fazer com um material ou outro”, observa.

Em projetos especiais, é totalmente possível mesclar duas matérias-primas com ótimos resultados estéticos, acústicos e térmicos
Joel Carlos Ferreira de Souza

Um bom exemplo é a bay window – janela que avança para fora da fachada –, elemento mais complexo de fechamento que pede soluções técnicas para evitar infiltrações. “Cabe ao consultor oferecer as alternativas técnicas. Em alguns casos extremos, quando se tem alto risco de problemas, é recomendada até a troca do tipo de solução, afirma o profissional. Os arquitetos costumam aceitar muito bem as alterações no projeto quando são motivadas por questões técnicas.

É comum que consultores ofereçam aos arquitetos a substituição de janelas de correr, consideradas as mais frágeis entre as tipologias, por outras mais atuais, como a integrada, a abre e tomba ou a alçante. Quando não há participação do consultor, o fabricante de esquadrias também costuma opinar. “Mas, em geral, a empresa indicará aqueles produtos que fazem parte de seu catálogo”, avalia.

NORMAS TÉCNICAS

A ABNT NBR 10821 - Esquadrias externas para edificações regula a fabricação de caixilhos de todos os tipos de materiais. A norma é dividida em sete partes – algumas ainda se encontram em consulta pública – e é abrangente, partindo do projeto e se estendendo até a instalação. “Já os vidros têm uma série de normas técnicas específicas, porém a mais importante é a ABNT NBR 7199 - Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil, que está na fase final de revisão”, finaliza Joel Ferreira.

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Colaboração técnica

Joel Carlos Ferreira de Souza – Administrador de empresas formado pela Faculdade de Administração de Empresas da Universidade São Marcos (1982). Respondeu pela área industrial e técnica da serralheria do Liceu de Artes e Oficio entre 1979 e 1998. É consultor do Instituto Brasileiro de Siderurgia desde 1999. Participa em comissões de elaboração de normas técnicas na área de componentes metálicos para construção civil e no desenvolvimento de programas de qualidade. A partir de 1993, assume a direção técnica e gerencial da SSG, empresa especializada em componentes metálicos para construção civil.