Estudo prevê aquecimento na venda de equipamentos apenas em 2016
Até dezembro, a aquisição de máquinas novas deve registrar queda de 6%. Já os rolos compactadores, motoniveladoras e pás carregadeiras foram os destaques deste ano
A comercialização de equipamentos para construção deve apresentar um déficit de cerca de 6% em 2014. Até dezembro está previsto mais de 67,7 mil máquinas vendidas contra 72 mil unidades no ano passado. A afirmação é do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, elaborado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.
A pesquisa abrange o segmento da “linha amarela”, como também máquinas como gruas, guindastes, plataformas aéreas, além de uma estimativa para tratores de roda e caminhões rodoviários demandados pelo setor da construção. A Sobratema garante que a queda em 2014 é decorrente de alguns fatores, como a desaceleração da economia brasileira, políticas públicas dos investimentos em infraestrutura e o período eleitoral.
Até o final deste ano, o mercado da linha amarela deve registrar uma queda de 12,7% em suas vendas. As demais categorias compostas por gruas, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e tratores de pneus, devem perder 14,8% de mercado. Para piorar, a venda de guindastes caiu 46,3% em comparação com 2013. Essa margem é similar em relação as retroescavadeiras que sofreu retração de 42,6%.
Por outro lado, o setor teve um aumento na comercialização de rolos compactadores (13,2%), motoniveladoras (8,3%), e pás carregadeiras (5,2%), além dos caminhões rodoviários demandados pelo setor da construção (6,8%). “Credito esse crescimento ao MDA- Ministério de Desenvolvimento Agrário. A queda na venda de equipamentos só não foi maior por conta do programa de compra de máquinas, feito pelo governo”, afirma Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.
Dependência do crescimento econômico
“2014 foi um ano ruim e atípico para nosso mercado. Mas não tenho dúvidas que, em longo prazo - daqui a um ou dois anos pelo menos - o crescimento deve voltar ao setor.
O estudo Sobratema apresenta projeções para a venda de equipamentos até 2019. Afonso Mamede, presidente da associação, garante que a melhora da comercialização de máquinas novas retorne em 2016:
“2014 foi um ano ruim e atípico para nosso mercado. Mas não tenho dúvidas que, em longo prazo - daqui a um ou dois anos pelo menos - o crescimento deve voltar ao setor. No entanto, tudo isso depende, principalmente, da implantação de novas obras, de novos projetos de infraestrutura e da melhora no mercado da construção civil”, afirma Mamede.
O estudo mostra que a frota de máquinas com 10 anos de uso continuarão a crescer na margem de 6% e 7% ao ano até 2019. Já os equipamentos com até 4 anos de uso, a estimativa é de uma retração até 2016 e retomada apenas em 2017.
“Enquanto há máquinas novas, muitas empresas não vão investir em outros equipamentos , diz Daniel. “Outro fator difícil é que de janeiro a setembro de 2014, a queda de importação caiu 27% em relação ao ano passado”, completa.
A compilação e análise dos dados conta com as consultorias econômicas do jornalista e economista Brian Nicholoson e do professor Rubens Sawaya, da PUC-SP. O estudo retrata a importância econômica do setor, além de ser um instrumento de planejamento útil para as empresas da área.
Colaboraram para esta matéria
- Afonso Mamede– Presidente da SOBRATEMA
- Eurimilson Daniel– Vice-presidente da SOBRATEMA