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Fachadas microclimáticas controlam incidência de luz solar na edificação

Composto por membranas têxteis perfuradas, o sistema cria sombreamento sem prejudicar a iluminação e a circulação de ar

Publicado em: 19/09/2016

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

A fachada microclimática é um sistema composto por uma membrana perfurada instalada no exterior da edificação para reduzir a transmissão de calor do ambiente externo para o interno decorrente da incidência direta da luz do sol. O material, que não é aderido à fachada, fica tensionado por perfis metálicos a uma distância mínima de 10 cm da superfície da construção.

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Foto: Leonardo Finotti, Projeto: Arena Pantanal - GCP Arquitetos

A membrana da fachada microclimática é elaborada por uma combinação de matérias-primas que também favorece a ventilação e iluminação. “É um elemento arquitetônico composto por tecidos tensionados em poliéster de alta tenacidade e revestidos com compostos de PVC. Sua estrutura perfurada permite controlar a passagem de luz, de calor e de ar, oferecendo conforto térmico, proteção solar e estética diferenciada”, explica o engenheiro têxtil Andreas Max Schultheiss, diretor da Toldo-Vela Brasil.

VERSATILIDADE

A fachada microclimática é tensionada por meio de um sistema de perfis metálicos estáticos de aço inox ou de alumínio. Devido à característica têxtil e leve, a membrana proporciona uma instalação rápida e pode se adaptar a diferentes geometrias de fachadas.

Essa flexibilidade permite que a solução possa ser especificada em uma grande variedade de projetos. “A fachada microclimática pode ser aplicada em retrofits ou em edificações novas, sobre superfícies de quaisquer dimensões e formas geométricas, sem sobrecarregar as estruturas das edificações”, conta Schultheiss.

A fachada microclimática pode ser aplicada em retrofits ou em edificações novas, sobre superfícies de quaisquer dimensões e formas geométricas, sem sobrecarregar as estruturas das edificações
Andreas Max Schultheiss

Além disso, o sistema também pode ser instalado sobre diferentes tipos de materiais. “Superfícies de alvenaria, metálicas e revestidas com vidros podem receber uma fachada microclimática sem problemas”, assegura Rodrigo Lourenço Dezotti, supervisor comercial da Serge Ferrari Brasil.

SUSTENTABILIDADE

As fachadas microclimáticas podem ajudar o projetista a atender aos critérios para certificações de sustentabilidade para edificações, como o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). O principal é o conforto térmico, já que o sistema promove o sombreamento da fachada. “A energia solar incidente na fachada microclimática é dissipada por reflexão e por absorção, reduzindo a transmissão dessa energia para o interior do edifício”, esclarece Paulo Vinicius Jubilut, diretor comercial da Remaster.

Consequentemente, a fachada microclimática gera economia no consumo de energia da edificação, reduzindo a necessidade de uso de ar-condicionado. Outra vantagem do sistema é a baixa geração de resíduos, já que a maioria dos componentes é incorporada ao edifício.

A energia solar incidente na fachada microclimática é dissipada por reflexão e por absorção, reduzindo a transmissão dessa energia para o interior do edifício
Paulo Vinicius Jubilut

ACABAMENTO E TRATAMENTO

Existem diferentes tipos de membrana para fachadas microclimáticas, variando de acordo com a tonalidade do material e da sua abertura de luz (porosidade). Esses dois fatores são determinantes para o desempenho térmico da solução, influenciando o índice de bloqueio de raios UV e o controle da passagem de raios solares, respectivamente.

Em relação às cores, soma-se também o tratamento com partículas metálicas ou perolizadas. “Ele permite a adequação de controle de Absorção Solar (SA), Reflexão Solar (SR) e Transmissão Solar (ST) de acordo com a necessidade do projeto”, diz Schultheiss.

A membrana também recebe tratamento retardante a chamas e proteção contra a ação de raios UV, fungos, entre outros agentes agressivos. A instalação tensionada do material deve proporcionar estabilidade mecânica dimensional capaz de impedir a ocorrência de deformações.

Em relação à estética, além da variedade de cores, as membranas podem ainda receber impressão de imagens.

Um bom estudo de cargas de vento e resistência dos pontos de fixação é necessário para se ter uma fachada microclimática eficiente e durável
Rodrigo Lourenço Dezotti

INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

A instalação da membrana deve ser executada por uma equipe especializada e atender aos cálculos previstos no projeto. “Um bom estudo de cargas de vento e resistência dos pontos de fixação é necessário para se ter uma fachada microclimática eficiente e durável”, sinaliza Dezotti.

“As empresas contam com mão de obra especializada conhecedora das cargas máximas de tensão que as membranas podem suportar e que exercem nos elementos periféricos, como cabos e perfis”, acrescenta Schultheiss.

Após a instalação, a fachada microclimática exige baixa manutenção, sendo que a membrana recebe um verniz protetor que garante durabilidade estética a longo prazo. A limpeza regular é sugerida para conservar o tecido, e sua periodicidade varia de acordo com a região em que está aplicada. “Essa limpeza é bastante simples, sendo feita com o uso de água e detergente neutro esfregados com um material não abrasivo em toda a sua extensão”, conclui Dezotti.

Colaboração técnica

Andreas Max Schultheiss – Formado em Engenharia Técnica Têxtil pela Faculdade Senai-SP, participou de projetos em tensoestruturas para a Copa de 2014 e para os Jogos Olímpicos Rio-2016, entre outros. É diretor da Toldo-Vela Brasil
Paulo Vinicius Jubilut – Diretor comercial da Remaster
 
Rodrigo Lourenço Dezotti – Supervisor comercial da Serge Ferrari Brasil