Fôrmas de madeira viabilizam estruturas com geometria recortada
Com peças produzidas no canteiro ou pré-fabricadas, sistema é ideal para projetos com poucos pavimentos-tipo
Fôrmas podem ser fabricadas no canteiro pela construtora ou pré-fabricadas, adquiridas em pacotes que incluem projeto e assistência técnica de montagem (foto: Aisyaqilumaranas/shutterstock)
Produzidas com chapas de madeira compensada plastificada ou resinada e estruturadas com sarrafos fixos e componentes metálicos, as fôrmas de madeira são dimensionadas em função das características da estrutura de concreto executada.
As chapas de madeira compensada são formadas por finas lâminas coladas em camadas sucessivas, com as fibras dispostas na direção perpendicular à da camada anterior – configuração que aumenta a resistência do conjunto. Essas chapas são revestidas com filmes de densidades que variam de 110 g/m² a 250 g/m², conforme o fabricante. “Quanto mais espesso for o filme que envolve a chapa, maior será a possibilidade de reutilizações”, explica Osvaldo Gamboa, diretor técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe).
“As chapas podem ser encontradas com dimensões de 1,22 m x 2,44 m e em espessuras de 4 mm, 6 mm, 9 mm, 12 mm, 15 mm, 18 mm e 21 mm. O uso predominante para a confecção de fôrmas de madeira é o de 18 mm”, explica Gamboa.
DIMENSIONAMENTO
As fôrmas de madeira geralmente são especificadas para projetos com muitos detalhes de encaixes entre pilares, vigas e lajes. De modo geral, as empresas fornecedoras de fôrma elaboram os projetos de fabricação e entregam a fôrma pré-fabricada sob medida para montagem na obra, incluindo a assistência técnica de montagem.
De acordo com Gamboa, o custo–benefício compensa para as obras de edifícios residenciais com ciclo de execução semanal de pavimentos-tipo. “Para os demais pavimentos atípicos, são realizados estudos de reaproveitamentos das fôrmas de madeira e fornecimento complementar, devido às alterações de estrutura, num custo bem satisfatório”, explica. Rubens Monge, engenheiro da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), acrescenta que, para aplicação em apenas uma obra, as fôrmas de madeira tendem a ser mais econômicas que as metálicas.
As fôrmas de madeira não são tão vantajosas, no entanto, em estruturas de concreto de grande porte, como obras de infraestrutura e industriais. “Nessas situações, a estruturação das fôrmas precisa ser exageradamente reforçada para suportar as pressões do concreto, sendo assim, as fôrmas metálicas modulares são mais indicadas”, diz o diretor da Abrasfe.
FABRICAR NO CANTEIRO OU COMPRAR?
Se a opção for produzir as fôrmas no canteiro de obras, será necessário comprar todos insumos, contratar um projeto bem detalhado, incluindo assistência técnica para fabricação. “Os projetos de fabricação das fôrmas de madeira para concreto requerem grande experiência na sua elaboração e dimensionamento para resistir aos esforços”, afirma Gamboa.
A obra não terá custos com o transporte, que é necessário no caso de fôrma comprada pronta, e poderá produzir sob medida de aplicação. Por outro lado, é necessário dispor de instalações de marcenaria adequadas no canteiro para a fabricação da fôrma, além das ferramentas necessárias.
Quem optar por fôrmas pré-fabricadas, receberá o pacote completo, que normalmente inclui os projetos, o material e a fabricação, o frete de entrega e a orientação técnica de montagem. Será preciso apenas uma pequena área no canteiro para recebimento e armazenamento antes da montagem.
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Osvaldo Gamboa, diretor técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe)
Rubens Monge, engenheiro da Associação Brasileira de Cimento Portland