Georadar localiza interferências subterrâneas com precisão
O equipamento detecta tubulações não metálicas em solos e estruturas geológicas por meio de ondas eletromagnéticas
Antes das escavações, muitas vezes, pela diversidade de redes de infraestrutura subterrânea, é necessário realizar o mapeamento do que há no solo. Para isso, entra em cena o georadar, também conhecido como GPR. Trata-se de um equipamento eletrônico com capacidade de investigar terrenos e materiais com precisão por meio da reflexão de ondas eletromagnéticas produzidas pelo sistema.
A função principal do GPR é descobrir objetos enterrados no subsolo como: tubos metálicos e não metálicos, esgotos, cabos, dutos de cabos, espaços vazios, fundações, reforço de aço no concreto, entre outros.
A grande vantagem desse equipamento em relação a outras tecnologias é justamente a capacidade de detectar estruturas enterradas não detectáveis por outros aparelhos do gênero como tubulações não metálicas, PVC, fibra óptica, concreto, ferro fundido e aço.
Os georadares com melhor penetração no solo são utilizados em estruturas geofísicas, leitos rochosos, estratificação do solo e grutas, onde a frequência eletromagnética é maior que possibilitam melhor resolução, mas com menor alcance de profundidade. As frequências com resoluções mais elevadas variam entre 400 e 2500 MHZ, enquanto a pior definição alterna entre 10 e 200MHZ.
Detecção de redes
A escolha da antena é baseada, essencialmente, em função das dimensões e profundidade dos objetos refletores, além dos parâmetros elétricos do terreno. Jorge Dequech, diretor da Sondeq, explica o processo de como é detectada uma rede:
“É bem simples: se houver uma tubulação enterrada no momento em que o solo é scaneado, aparecerá uma imagem em forma de parábola, exatamente onde está o objeto”, explica Jorge. Ele reforça que a penetração da onda eletromagnética é apresentada na forma de um cone.
No entanto, Maximiliano Simão, geofísico da NeoGeo Geotecnologia, diz que em rochas com materiais argilosos, a dificuldade de atuação do GPR é maior: “A detecção de qualquer material que não tenha contraste eletromagnético é um pouco mais complicada, mas ele consegue encontrar”, diz. “Pode ocorrer um erro de profundidade também. Mas quem contrata o serviço, já sabe dessa possível variável”, completa.
Em locais onde ocorrem materiais de baixa condutividade, o sinal de radar pode atingir profundidades superiores a 50 metros. Por outro lado, argilas condutivas e água podem reduzir sensivelmente a penetração do sinal de radar a profundidades inferiores a 1 metro.
Recomendações técnicas
Apesar das empresas NeoGeo Geotecnologia e Sondeq garantirem que os novos modelos do equipamento estão mais fáceis para se trabalhar, eles descordam sobre qual deveria ser o profissional ideal para operar o georadar. Maximiliano aconselha que esse operador seja da área de geofísica:
“É um equipamento fácil para quem é da área de geofísica. É praticamente impossível o manuseio desse equipamento por um leigo. Não adianta ter um GPR se não há o devido aprofundamento de análise. É preciso saber conceitos de geofísicas, além de passar por um curso com profissionais da área”.
Por outro lado, Jorge, da Sondeq, acredita que um treinamento básico seja o suficiente para o uso da máquina:
“Os equipamentos estão cada vez mais fáceis, leves e práticos para operação. Antigamente, saber conceitos de geofísica era essencial para a interpretação de uma imagem captada por um GPR. Hoje, o resultado pode ser interpretado imediatamente, por um operador com treinamento básico”. As análises de resultados são fornecidas em 2D ou 3D, depende da necessidade de aplicação.
A Sondeq disponibiliza para o mercado brasileiro o georadar RD1000+, que segundo a marca, detecta objetos metálicos e não metálicos em até 8 metros de profundidade, além de contar com uma tela LCD de 7,25 polegadas e teclado a prova d’ água. Ele é montado em carrinho desmontável para transporte e possui peso operacional de 23 quilos. O equipamento conta ainda com recursos como gravação das imagens em cartão de memória e software para interpretação e elaboração de relatórios.
A NeoGeo Geotecnologia foi criada para atender a crescente demanda por trabalhos que envolvem estudos de geofísica rasa, diagnóstico e licenciamento ambiental, além de serviços de engenharia e recuperação hidroambiental.
Colaboraram para esta matéria
- Jorge Dequech– diretor da Sondeq
- Maximiliano Simão – geofísico da NeoGeo Geotecnologia
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