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Instalação de cobertura de policarbonato exige conhecimento

Mais leve do que o vidro, o material permite a execução de coberturas retas ou curvas, devendo seguir o projeto e os procedimentos técnicos precisos

Publicado em: 29/09/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Cobertura de policarbonato
A leveza é um dos grandes atrativos do policarbonato (Foto: Santiparp Wattanaporn/Shutterstock)

Em pequenas ou grandes áreas, as coberturas de policarbonato em chapas compactas ou alveolares exigem projeto e instalação cuidadosa, realizada por equipe capacitada. “Até porque, no Brasil, não há normas técnicas para o uso das chapas de policarbonato na construção civil. Mas, na Europa e Estados Unidos, o produto é tratado por uma série de normas, que estabelecem critérios para a instalação”, diz o engenheiro Sérgio Freitas, especialista no material e titular da Freitas Comércio.

A escolha do instalador, segundo ele, deve levar em conta fatores como a verificação de obras já feitas; tempo de existência; quadro de funcionários e localização da empresa. “É interessante que o contratante faça uma pesquisa de satisfação com alguns clientes e, também, nos sites de reclamação, além de avaliar a conduta do profissional do atendimento”, diz.

Características técnicas

A leveza é um dos grandes atrativos do policarbonato. Na comparação, o vidro laminado – indicado para coberturas – pesa entre 20 e 25 kg/m². Já a chapa de policarbonato compacto pesa na faixa de 3,6 a 4,8 kg/m² e o alveolar de 1,3 a 1,7 kg/m².

Todo e qualquer material que transmite luz também transmite calor. Diante disso, foram desenvolvidos os vidros refletivos para melhorar a eficiência térmica e, também, o policarbonato refletivo nas cores prata e branco perolizado
Sérgio Freitas

Há, contudo, o mito de que o policarbonato aquece o ambiente mais do que o vidro. “Todo e qualquer material que transmite luz também transmite calor. Diante disso, foram desenvolvidos os vidros refletivos para melhorar a eficiência térmica e, também, o policarbonato refletivo nas cores prata e branco perolizado”, explica Freitas.

Dúvida recorrente no mercado é quanto à resistência do material à chuva de granizo. De acordo com o especialista, as chapas de policarbonato compactas resistem a toda e qualquer chuva de granizo. “No entanto, as alveolares só resistem às pedras de gelo pequenas, de até 2 cm, conforme ensaio de resistência a impacto”, completa. Ainda assim, o policarbonato é mais resistente ao impacto do que o vidro: o compacto chega a ser 250 vezes mais resistente e o alveolar 30 vezes mais.

Quando o projeto prevê cobertura curva, se for utilizado vidro será preciso curvar em fábrica a partir de um molde, sob encomenda. O policarbonato é curvado a frio sobre a estrutura de aço galvanizado, aço carbono ou alumínio, na própria obra.

Instalação

Cabe ao instalador desenvolver o projeto executivo e em 3D da cobertura, o que envolve as medidas e, se possível, fotos do local. “A estrutura em aço é usada em projetos mais robustos de cobertura, a partir de 5 x 5 m. Mas, optamos pelo alumínio em qualquer tipo de obra, especialmente as que tenham problemas de umidade ou maresia”, afirma Fabio José Brito, diretor da Iguatemi Coberturas, alertando que o projeto deve prever o mínimo de 10% de inclinação da cobertura, para o escoamento da água de chuva.

O policarbonato é um termoplástico que sofre dilatação com o calor. Para que as chapas possam dilatar, são cortadas com a folga necessária antes da instalação na estrutura metálica. O distanciamento padrão entre as placas do material compacto é de 3 mm e, entre os apoios, de 600 mm. Para o alveolar, sobe para 6 mm e 700 mm.

“Na face inferior no perfil, onde será apoiada a chapa, é fixada borracha, ou fita de espuma (polietileno expandido), ou fita dupla-face. Na face superior, que irá prender a chapa, é colocada barra de alumínio trapézio com gaxetas de vedação. A chapa de policarbonato fica, assim, inserida e segura no meio do conjunto”, explica Brito.

A limpeza das coberturas de policarbonato é simples, feita com sabão neutro, esponja macia e bastante água.

Cuidados

Por se tratar de um material leve e com facilidade de riscar, o procedimento correto é fixar as chapas na estrutura e somente depois retirar o filme de proteção do policarbonato. Além disso, no momento da instalação profissional não pode pisar no material, mas se movimentar através da estrutura. “Como se trata de trabalho em altura, existem riscos. Daí a necessidade de se fazer os cursos de NR-35 e, também, da NR-11 (transporte de materiais)”, recomenda Brito.

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Como se trata de trabalho em altura, existem riscos. Daí a necessidade de se fazer os cursos de NR-35 e, também, da NR-11
Fabio José Brito

Há instaladores no mercado que adotam silicone para a vedação das chapas, o que Brito considera um erro, pois, com a dilatação do policarbonato, o silicone não resistirá ao longo do tempo. Quando ocorrem infiltrações em coberturas, a principal causa está no encontro da estrutura de aço ou alumínio com as paredes. “Isso é corrigido com a instalação de rufo e aplicação de silicone, lembrando que entre as placas existe a vedação de borracha”, comenta.

É preciso que o instalador atente para o lado correto das chapas, que deve estar com a proteção UV para o lado de cima, para evitar o amarelamento do material. “É preciso, ainda, que siga à risca as recomendações do fabricante de espaçamento para o apoio entre as placas, sempre de acordo com a espessura”, orienta Brito.

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Colaboração técnica

Sérgio Freitas
Sérgio Freitas – É Engenheiro Mecânico formado pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (1982). Foi gerente Nacional de Produtos/Vendas, da Day Brasil, por 20 anos, e diretor Comercial da Bemetal ao longo de 10 anos. Atualmente, é proprietário da Freitas Comércio.
Fabio José Brito
Fabio José Brito – Iniciou sua trajetória como técnico em eletrônica e, posteriormente, atuou na área de fachadas e revestimentos, tornando-se representante comercial. Com experiência de mais de 30 anos, é diretor da empresa Iguatemi Coberturas.