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Integração do CTR Eletrônico ao Sigor está na pauta do SindusCon-SP

Assunto foi discutido com candidatos à Prefeitura de São Paulo em encontros realizados pelo Sindicato

Publicado em: 29/11/2016

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Sistema de transporte de resíduos da construção civil (Sergey Malov/ Shutterstock.com)

Com intenção de discutir o futuro da construção civil na capital paulista, o SindusCon-SP (Sindicato da Construção do Estado de São Paulo) realizou uma série de encontros com os candidatos à Prefeitura da cidade. No primeiro evento, que aconteceu em 14 de julho, o convidado foi o atual prefeito Fernando Haddad.

São Paulo concentra 30% da atividade da construção civil nacional. Se a cidade aderir ao Sigor, será positivo para todos
Francisco Antunes de Vasconcellos Neto

Entre as reivindicações feitas pelo sindicato ao chefe do poder executivo municipal estava a integração do Controle de Transporte de Resíduos da Construção Civil (CTR Eletrônico) com o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduos Sólidos (Sigor). “São Paulo concentra 30% da atividade da construção civil nacional. Se a cidade aderir ao Sigor, será positivo para todos”, destaca o engenheiro Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, vice-presidente da entidade.

ENTENDENDO AS FERRAMENTAS

Basicamente, o CTR Eletrônico é uma ferramenta utilizada para declarar a quantidade de resíduos gerada na obra. No sistema online, também são cadastrados o responsável pelo transporte e o local de descarte. Já o Sigor é resultado do trabalho realizado pelo SindusCon-SP em conjunto com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Apesar de os dois softwares serem parecidos e se complementarem, seus objetivos não são os mesmos. "O Sigor foi pensado para gerar informações que podem ser estudadas e usadas no estabelecimento de políticas públicas, além de indicar quais iniciativas do poder estadual estão dando certo e quais precisam ser ajustadas”, explica o engenheiro.

Ao analisar a questão dos resíduos de maneira ampla, o Sigor consegue identificar se os materiais gerados em determinado município são levados para aterros da própria cidade ou se acabam indo para centros urbanos da vizinhança. Entretanto, é preciso que as prefeituras façam sua adesão ao sistema.

O Sigor foi pensado para gerar informações que podem ser estudadas e usadas no estabelecimento de políticas públicas, além de indicar quais iniciativas do poder estadual estão dando certo e quais precisam ser ajustadas
Francisco Antunes de Vasconcellos Neto

Apesar de o lançamento do Sigor pelo Governo do Estado ter acontecido no final de 2014, o software começou a ganhar força no início deste ano. Até o momento, apenas dez cidades utilizam a ferramenta, entre as quais estão Santos, Catanduva, Jundiaí, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.

Na capital paulista o sistema ainda não está em vigor, possivelmente porque a cidade espera, primeiro, colocar o CTR Eletrônico para funcionar, na opinião do vice-presidente do SindusCon-SP.

Após o encontro com Haddad, a diretoria do sindicato foi convidada a reunir-se com a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) para melhor discutir o assunto.

NOVIDADE AINDA GERA DÚVIDAS

Desde a sua implantação, o CTR Eletrônico vem apresentando alguns pontos que dificultam a realização da gestão de resíduos pelas construtoras. Os problemas são simples e em geral de natureza operacional. “O software passou por uma série de testes antes de ser colocado em operação, mas, no momento da utilização, é comum o usuário ter algumas dúvidas”, conclui Vasconcellos.

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Colaboração técnica

Francisco Antunes de Vasconcellos Neto – Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Arquiteto e Urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, com MBA em Economia pela Faculdade Getulio Vargas (FGV-SP). É diretor executivo da DOX Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Imobiliário e vice-presidente do SindusCon-SP. É também membro do Conselho Estratégico do Programa Construção Sustentável da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e Membro da Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS).