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Isolamento térmico de coberturas

O especificador precisa ter noções de desempenho térmico de edificações e propriedades dos materiais

Publicado em: 24/02/2010

Texto: Redação AECweb

O especificador precisa ter noções de desempenho térmico de edificações e propriedades térmicas dos materiais de construção

Isolamento térmico de coberturas

Redação AECweb


Para garantir o conforto térmico nos ambientes, existem soluções construtivas de isolação para cada tipo de cobertura. “O isolamento térmico para coberturas, diferente que o de paredes, é o elemento em que a aplicação de isolantes térmicos resulta, sempre, em melhoria do desempenho térmico da edificação, qualquer que seja a condição do clima local”, afirma Maria Akutsu, pesquisadora do Laboratório de Conforto Ambiental do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

De acordo com a pesquisadora, o isolamento térmico cumpre, indiretamente, o papel de isolação acústica. “A aplicação de material isolante térmico pode resultar em um pequeno aumento da isolação acústica, dependendo de como e onde foi aplicado. Os materiais isolantes térmicos do tipo resistivo são bons absorvedores acústicos, mas não funcionam como isolantes. Um bom isolante acústico deve apresentar massa elevada, razão pela qual as barreiras radiantes também não são bons isolantes acústicos”, diz.

Isolamento térmico de coberturas

ESPECIFICAÇÃO

O isolamento térmico não necessita de um projeto específico e, sim, de conhecimentos aprofundados sobre as condições do clima local e como cada elemento da edificação irá responder às condições de exposição. “O especificador precisa ter noções de desempenho térmico de edificações e propriedades térmicas dos materiais de construção”, diz Maria Akutsu, acrescentando que existem normas técnicas que são muito úteis nesse contexto, como a de desempenho térmico das edificações, eficiência energética de edificações e de especificações de produtos isolantes térmicos.

A manta aluminizada é um produto novo no mercado brasileiro, também conhecido como subcobertura, que deve ser adotado de forma coerente com as características climáticas do local. Nos países de clima temperado, a preocupação maior é reduzir ao máximo as perdas de calor, enquanto que no Brasil, é minimizar os ganhos de calor. “O equacionamento para a solução do isolamento térmico de coberturas é mais complexo no Brasil, por isso pode-se dizer que, nesse sentido, contamos com especialistas mais avançados que os do exterior”, observa.

Os produtos conhecidos como subcoberturas, importados do exterior, eram aplicados, aqui, de forma inadequada. “No caso em que apenas uma das faces do produto era aluminizada, esta era aplicada voltada para cima, sendo que o ideal voltada para baixo. Isso para garantir os benefícios de sua baixa emissividade, reduzindo a quantidade de energia irradiada para o ambiente interno”, alerta, esclarecendo: “se voltada para cima, rapidamente a superfície será recoberta por poeira, perdendo a sua alta refletância à radiação térmica”.

A vida útil do sistema depende do tipo de isolante térmico, da sua correta aplicação e da manutenção do edifício. “Os isolantes do tipo resistivo devem ser protegidos da ação da água, assim como as barreiras radiantes de corrosões”, diz, explicando que os materiais utilizados como isolantes térmicos em coberturas são os ‘resistivos’, que apresentam baixa condutividade térmica, e as ‘barreiras radiantes’, de baixa emissividade.

APLICAÇÃO

A forma de aplicação depende do tipo de material. “Entre os materiais de baixa condutividade térmica estão as lãs minerais, o poliestireno expandido ou extrudado, e as espumas de poliuretano ou polipropileno. Todos eles podem ser aplicados sobre o forro, em forma de mantas ou de placas, ou entre duas telhas metálicas, formando o que se conhece como ‘telha sanduíche’. O poliuretano expandido pode ser jateado sob ou sobre o telhado”, ensina. Segundo ela, esses materiais devem ser protegidos da umidade, pois a absorção de água reduz a capacidade de isolação térmica.

“No caso de uma laje exposta, o material mais indicado é o poliestireno extrudado, que apresenta baixa absorção de água, porém deve ser protegido da incidência de radiação solar, mais especificamente, da radiação ultravioleta, pela colocação de brita ou argila expandida sobre ele”, recomenda. “Os materiais de baixa emissividade são apresentados em forma de mantas com superfície em alumínio. Estes devem ser aplicados, sempre deixando um espaço de ar antes e depois do mesmo, pois a isolação térmica ocorre como conseqüência da baixa emissividade da superfície e da alta refletância à radiação térmica”.

Quanto à sustentabilidade dos materiais utilizados no sistema, a pesquisadora constata que é difícil classificá-los sob essa ótica, porém: o uso de isolantes térmicos em coberturas promove a sustentabilidade, na medida em que se elimine a necessidade de condicionamento térmico, ou quando a sua utilização for imprescindível, reduzindo a demanda por cargas térmicas de resfriamento ou de aquecimento de ambientes”, conclui Maria Akutsu.

Redação AECweb