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Manutenção e limpeza de calhas são fundamentais para evitar obstruções

Desprezar os cuidados que mantêm o desempenho do sistema pode ser o gatilho para o surgimento de diferentes patologias, como infiltrações e problemas nos revestimentos

Publicado em: 17/12/2018Atualizado em: 28/03/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Limpeza das calhas deve ser realizada periodicamente (shutterstock.com / Radovan1)

As calhas são importantes elementos que compõem a cobertura da edificação. Além de coletar e escoar a água da chuva que cai sobre o telhado, evitam infiltrações e ajudam na conservação da pintura das paredes externas. Porém, como o sistema está constantemente exposto às intempéries e poluição atmosférica, é necessária a realização de manutenções periódicas para que todas as suas funções continuem sendo desempenhadas de maneira adequada.

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“É de suma importância que as calhas estejam sempre livres e desobstruídas. A falta de limpeza pode causar entupimentos nos coletores e tubos de descida, reduzindo a capacidade de vazão ou até mesmo impedindo o escoamento. Isso resulta na sobrecarga dos sistemas coletores e estruturas, deformando-os e reduzindo o tempo de vida útil”, alerta Joaquim Coelho, diretor Comercial da Astra.

A periodicidade recomendada de limpeza e manutenção varia de seis meses a um ano, dependendo das características do ambiente onde está a edificação. Em áreas com elevados índices pluviométricos, por exemplo, a indicação é que seja realizada com maior frequência. O mesmo acontece em unidades cercadas por construções mais altas, que podem gerar resíduos que se acumulam nos telhados vizinhos.

As intervenções regulares também são aconselhadas em empreendimentos próximos de árvores, com o objetivo de retirar folhas e galhos que se acumulam na calha. “Nesses casos, podem ser usadas telas ou sistemas anti-folha para reduzir o risco de entupimento dos condutores. Além disso, a solução evita a passagem de sujeira nos casos de captação de água para reúso”, sugere Coelho.

É de suma importância que as calhas estejam sempre livres e desobstruídas. A falta de limpeza pode causar entupimentos nos coletores e tubos de descida, reduzindo a capacidade de vazão ou até mesmo impedindo o escoamento
Joaquim Coelho

BOAS PRÁTICAS

A manutenção começa com a retirada de resíduos maiores, como folhas de árvores. Para isso, o ideal é que sejam utilizadas pá e escada suficientemente alta que permita alcançar a calha com facilidade.

Após remover manualmente a sujeira mais pesada, o trabalho continua com uso de mangueiras para retirada dos resíduos remanescentes. Nesse momento, o jato d’água pode ser utilizado para verificar se existe alguma obstrução nos tubos de queda. “Caso algum entupimento seja constatado, a situação é resolvida descendo um peso de areia ensacada pela abertura do cano”, recomenda Coelho.

Para evitar que obstruções voltem a ocorrer no futuro, podem ser instaladas telas de arame no interior dos tubos. “Elas são inseridas em cada tubo de queda e precisam ser suficientemente empurradas até que fiquem firmes”, explica Coelho. A solução evita que gravetos e outros resíduos entrem no tubo de queda e o entupam. Durante todo o procedimento, os equipamentos de segurança, como luvas e linhas de vida, não devem ser menosprezados.

Leia também: O que é manutenção preventiva, preditiva e corretiva?

SUBSTITUIÇÃO DA CALHA

A substituição total da calha pode ser necessária quando existirem erros na etapa de projeto da cobertura. “Se dimensionadas de maneira equivocada não suportam a carga de chuva e têm dificuldades para dar vazão suficiente aos fluidos, causando sobrecarga, transbordo ou infiltrações”, comenta Coelho.

PEÇAS COMPLEMENTARES

Além das calhas, costumam ser usados rufos metálicos no sistema de escoamento das águas pluviais. “Porém, para as telhas de fibrocimento existem complementos fabricados a partir do mesmo material, que dão um perfeito acabamento no telhado e evitam infiltrações inesperadas, pois seu design acompanha a ondulação da telha. A recomendação é procurar utilizar tais peças levando em consideração o modelo adquirido”, explica Marcos Barragam Staubus, coordenador Nacional de Produtos CRFS da Brasilit, lembrando que também fazem parte do conjunto as cumeeiras, o espigão, shed, entre outros.

De acordo com Staubus, essas peças complementares são importantes para o acabamento e detalhes nas coberturas, geralmente demandando o mesmo tipo de cuidados aplicados nas telhas de fibrocimento. “São extremamente resistentes e têm vida útil de décadas, entretanto, pedem algumas manutenções que prolongam e melhoram seu bom desempenho”, destaca.

Improvisações não são bem-vindas
Marcos Barragam Staubus 

A falta de manutenção dos itens causa problemas estéticos, principalmente nos meios urbanos, onde a poluição do ar, a fuligem em suspensão e os fungos acabam se depositando em toda a cobertura. Normalmente, parte desses resíduos fica retida nos poros da superfície cimentícia, causando o escurecimento das peças de fibrocimento. “Os materiais podem receber a aplicação de tintas. Quando isso acontece, a recomendação é que passem pela repintura após algum tempo”, fala Staubus.

Na limpeza da cobertura, o profissional responsável tem de ficar atento para nunca transitar sobre o telhado sem uso de pranchões, que distribuem o peso. “Isso evita danos à estrutura e, principalmente, preserva a integridade dos trabalhadores que executam a tarefa”, adverte Staubus. O trânsito de maneira inadequada tem o potencial de trincar ou até mesmo romper as peças complementares.

“Neste contexto, a medida correta é sua substituição”, recomenda Staubus, informando que os produtos empregados precisam ser completamente compatíveis com o restante do sistema. “Improvisações não são bem-vindas”, ressalta. Durante a limpeza, é preciso sempre prestar atenção no sentido do jato d’água, evitando apontá-lo contra as sobreposições das telhas. Caso contrário, podem ocorrer vazamentos para baixo da cobertura.

TECNOLOGIAS

As calhas em PVC têm elevada resistência aos efeitos do tempo. “É um material totalmente reciclável e natural. Na sua fabricação são utilizados sal e derivados de petróleo ou resíduos vegetais, como cana-de-açúcar. Os produtos que usam essa matéria-prima oferecem bom desempenho em vedação e durabilidade”, explica Coelho. O material tem em sua composição um componente que evita o amarelamento e mantém sua cor original por mais tempo.

“Como o PVC quase não sofre degradação, a vida útil da calha é imensurável quando instalada de maneira correta e quando recebeu suas manutenções de modo consciente”, diz Coelho.

 

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Colaboração técnica

Joaquim-Coelho
Joaquim Coelho  – Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), tem MBA Executivo – Marketing INPG. Ocupa o cargo de diretor Comercial da Astra.
Marcos-Barragam-Staubus
Marcos Barragam Staubus  – Arquiteto e Urbanista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ingressou na Brasilit como supervisor Técnico da Regional Sul, no ano de 2009. Foi promotor Técnico Comercial e atua, desde 2015, como supervisor Comercial e de Depósito para Rondônia e Acre. Atualmente, é coordenador Nacional de Produtos CRFS.