Máquinas de obra trabalham melhor com freios em bom estado
A conservação e o uso correto do sistema de frenagem, além de evitar acidentes, garante maior tempo de vida útil a máquinas e caminhões
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
A troca do óleo do sistema de freio deve ser realizada dentro dos prazos corretos (foto: MR.YURANAN LAKHAPOL/shutterstock)
Um dos principais “protagonistas” da segurança operacional e da mobilidade dos equipamentos para construção é, sem dúvida, o sistema de freios. A produtividade das operações de escavação, carregamento e transporte de materiais está ligada ao estado de conservação desses componentes, já que o sistema de frenagem é um dos que mais se desgastam. A depreciação dos freios compromete o rendimento e altera o consumo produtivo dos equipamentos.
Em máquinas de terraplenagem, por exemplo, não se pode estabelecer a quantidade de horas de vida útil dos freios, devido às características das operações. Adotar algumas medidas para retardar o envelhecimento dos freios, além de um planejamento para a manutenção dos componentes, é um fator primordial para o bom funcionamento e a durabilidade.
De acordo com especialistas, deve-se manter o sistema regulado e realizar a troca do óleo sempre nos prazos corretos, seguindo o recomendado pelo fabricante. Se houver demora nesse procedimento, ocorrem desgastes prematuros nos componentes causados pelo excesso de atrito.
Para evitar esse tipo de problema, os proprietários devem realizar inspeções periódicas nas folgas entre os discos. Quando vencer o período estabelecido pelo fabricante, é fundamental que se faça a substituição de todos os discos do sistema.
Uma forma de antecipar possíveis panes no sistema de freios é encomendar, junto a um laboratório especializado, uma análise de uma amostra do óleo lubrificante. Dessa maneira, é possível obter um laudo que aponte possíveis desgastes em determinados componentes a partir dos tipos de materiais abrasivos contidos no líquido.
CUIDADOS OPERACIONAIS
Nas operações nos canteiros, é recomendável a utilização do freio somente quando for preciso parar o equipamento por completo, devendo ser evitados alguns vícios dos operadores, como o costume de descansar o pé sobre o pedal do freio ou acioná-lo sem motivo. Nesse caso, o conselho é manter desligado o sistema de neutralização e usar somente o freio motor.
Conforme a necessidade da velocidade imposta pelo operador, ele poderá programar a marcha máxima da máquina, como a terceira ou a segunda velocidade, e a máquina exigirá menos dos freios nos momentos de parada.
O superaquecimento e o tempo de exposição a altas temperaturas também são fatores de grande desgaste dos freios. Isso ocorre devido ao uso excessivo da frenagem e, quando o equipamento esquentar muito, é essencial mudar os procedimentos operacionais.
Uma das maneiras de identificar falhas decorrentes do aquecimento é analisar as características do óleo. Quando queimado, ele perde a coloração e o odor originais. Ruídos ou vibrações são também indicadores a ser levados em consideração, pois fazem com que a vida útil desses componentes seja reduzida.
Já no caso dos caminhões basculantes, o desgaste dos freios é maior em manobras e aplicações nas quais o sistema é acionado com uma frequência elevada sem que a velocidade do veículo seja suficiente para dissipar rapidamente o calor gerado pelo atrito.
A carga também pode interferir nesse desgaste. O sistema de freios de caminhões deve ser usado conforme a necessidade, caso contrário danifica os discos e as lonas, principalmente quando se trafega com peso acima da capacidade. Durante o carregamento do caminhão, a distribuição de peso deve ser feita de maneira uniforme na caçamba, caso contrário poderá provocar danos nos pneus e na suspensão.
A resposta e o tempo de frenagem são “termômetros” mais evidentes para saber as condições de rendimento. É possível fazer uma avaliação por meio de testes de vazamento de pressão. Com um manômetro (instrumento utilizado para medir a pressão de fluidos ou gases) instalado em um dos circuitos, pode-se obter uma avaliação sobre o desempenho e verificar se existe queda de pressão.
Colaboração técnica
- Luiz Sangiovanni – Gerente de serviços da Technico, revendedora de equipamentos das marcas Case, Dynapac, Hyster e Romanelli para os estados da Bahia e de Sergipe.