Mármore: conheça os tipos, onde usar e cuidados no assentamento
Conheça os tipos de mármore, os acabamentos que podem receber e as vantagens e desvantagens dessa nobre rocha

Importado ou nacional, o mármore é rocha que, depois de tratada, aplica-se a projetos de arquitetura, desde piso e parede a bancadas de banheiro e cubas. No Brasil, as principais jazidas estão em Minas Gerais, Paraná e Espírito Santo, porém, em menor número do que as de granito.
É inevitável comparar essas duas pedras ornamentais, em vários aspectos técnicos e de uso. “O mármore é mais frágil, o que determina sua menor resistência a riscos. Por ser poroso, absorve gordura e mancha em contato com alguns alimentos”, diz o engenheiro Mario Sergio Montemurro, sócio proprietário da Potenza Mármores.
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Tipos de mármore
A beleza do mármore é única, principalmente no tipo mais caro e raro que é aquele integralmente branco. Esse é o tom dos elementos que constituem a rocha, com veios e desenhos criados por impurezas naturais.
Entre os mármores brancos, destacam-se as versões Carrara, Pighês, Calacata, Thassos, Polaris, Perlino e Moura. Há, no entanto, pedras de tons e padrões de veios variados, dependendo do país de origem. São grupos com denominações referentes às cores:
- Travertino, Crema Marfil e Botticino – Bege;
- Ônix – Cinza;
- Marrom Imperador – Marrom;
- Nero Marquina e Nero Portoro – Preto;
- Cristallo, Rosso Alicante e Rosa Imperial – Rosa;
- Napoleon Bordeaux e Coralito – Vermelho;
- Rosso Lepanto – Roxo;
- Verde Guatemala, Verde Alpi e Verde Rajastan – Verde.

Montemurro comenta que o Carrara é o mais resistente entre todos. Já o Nero Marquina é tão poroso que, num lavatório, vai manchando ao longo do tempo. Para evitar, é preciso impermeabilizar com hidro óleo fugante em períodos curtos, entre seis e 12 meses.
O mármore mais utilizado aqui e no exterior é o Travertino, encontrado nas versões romano clássico e Navona, além do Bege Bahia, também conhecido como Travertino Nacional.
Acabamentos do mármore
O engenheiro elenca os tipos de acabamentos aplicados, observando que 98% do mercado dá preferência ao mármore polido e o restante ao levigado. Os demais acabamentos são mais bem aceitos pelo granito, inclusive o uso como pedra bruta. “É possível aplicá-los no mármore, mas o resultado é ruim para uso em arquitetura, ninguém quer”, informa.
- Polido – polimento que protege e dá brilho ao mármore;
- Levigado – polimento superficial que deixa a peça acetinada, mas abre mais seus poros;
- Escovado – a escova aplicada à pedra cria textura na forma de suaves ondulações, com brilho;
- Bruto – sem qualquer tratamento;
- Jateado – similar ao bruto, mas muito áspero.

Vantagens do mármore
Os mármores têm como principais vantagens:
- Nobreza do material, agrega beleza e elegância aos ambientes;
- Variedade de cores e padrões;
- Maior resistência se comparado ao porcelanato;
- Elevada durabilidade, que resulta em ótimo custo-benefício em relação a outros materiais;
- Permite restauro, em caso de trinca;
- Layout limpo, com poucos e imperceptíveis rejuntes;
- Facilidade de limpeza.
Desvantagens do mármore
Por outro lado, o mármore apresenta algumas desvantagens:
- Material poroso — A maioria dos mármores comercializados para uso na arquitetura são polidos, procedimento que fecha os seus poros, tornando-os menos suscetíveis a manchas. “Ainda assim, se cair sobre ele vinho ou molho de tomate, por exemplo, vai manchar. É preciso limpar imediatamente para não danificar a pedra”, diz.
- Mais mole do que o granito — O mármore pode riscar se uma panela ou outro utensílio for arrastado sobre a superfície. Essas são razões pelas quais o engenheiro não recomenda o uso de mármore em bancada de cozinha.
- Características — Tonalidade, veios e até a resistência da pedra variam de acordo com a área da jazida. Por isso, o engenheiro desaconselha a utilização, em reformas, de mármore e granito de igual padrão ao existente num ambiente. “Jamais será idêntico”, fala.
- Piso de mármore exige cuidado — Principalmente com os calçados, para evitar riscos. “Na limpeza, jamais devem ser empregados produtos ácidos ou esponjas que possam arranhar o mármore. Indico o básico: detergente neutro e pano”.

Onde usar o mármore
- Revestimento de paredes;
- Revestimento de piso, porém, em ambientes internos de baixa circulação. Não deve ser utilizado em áreas de alto tráfego, como shopping centers;
- Em banheiros e lavabos, no piso, parede e bancada, com o cuidado de evitar determinadas versões e o uso em cubas.
Onde evitar o uso do mármore
- Em bancadas de cozinha;
- No piso de casas de praia, no lugar do mármore que a areia pode riscar, o granito escovado é uma boa opção e tendência atual, ou o quartzito, que tem a resistência do granito e a aparência do mármore;
- Não deve ser empregado em áreas externas, sujeitas a intempéries. Material poroso, acaba encardindo com o passar do tempo.
Cuidados no assentamento do mármore
Para aplicação do mármore no revestimento de piso e parede, é fundamental realizar uma boa impermeabilização do contrapiso, para evitar eflorescência e as decorrentes manchas na peça. Cuidado adicional é aplicar impermeabilizante também na face da peça, resultando em dupla proteção.
“O assentamento deve ser feito com argamassas colantes específicas para mármore. São brancas e com custo mais elevado, mas com ótimo desempenho em relação a arranque e durabilidade”, explica. O rejunte é o mesmo dos utilizados no assentamento de qualquer outro revestimento de piso.
Colaboração técnica
- Mario Sergio Montemurro – É Engenheiro de Materiais formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2010). Sócio proprietário da Potenza Mármores, fundada em 2011, em São Paulo.