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Método Parede de Concreto viabiliza a construção de moradias populares no RJ

O sistema é adotado nas obras de revitalização do Complexo da Penha para otimizar o prazo de execução

Publicado em: 14/02/2014

Texto: Redação PE


A construção de blocos habitacionais no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tinha um desafio em particular: noventa dias para erguer duas torres residenciais (quarenta unidades habitacionais com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço). Para otimizar o processo, o consórcio Upen, liderado pela construtora Andrade Gutierrez (AG), adotou um sistema de montagem de fôrmas e concretagem in loco.

Trata-se do sistema Parede de Concreto, que, de acordo com especialistas, representa um ganho na produtividade que pode chegar a 85% em relação aos sistemas convencionais, além de reduzir custos em até 16%.

Embora esse método construtivo seja bastante utilizado nos empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, a execução está sendo uma experiência relativamente nova para o Upen. A obra faz parte do projeto de revitalização da região, que prevê a construção de áreas educacionais, e de lazer e de novos conjuntos habitacionais para abrigar parte dos 50.000 moradores.

O sistema Parede de Concreto possibilita agilidade, custo adequado e qualidade na execução de unidades habitacionais, visando o remanejamento de famílias de regiões de risco, ou em projetos de revitalização de favelas. Outro benefício do método é a minimização dos impactos ambientais, pois ele quase não gera entulhos e o desperdício é praticamente zero.

O desafio na prática

Como se tratava de uma metodologia nova adotada pelo consórcio, a execução começou praticamente do zero. A construtora precisou contratar e desenvolver projetos, comprar e fabricar as fôrmas de alumínio, além de articular serviços e materiais com a cadeia específica para esse sistema.

O passo seguinte é a realização de toda a armação estrutural, incluindo as instalações elétricas e boa parte da hidráulica. A junção das fôrmas é feita manualmente por meio de encaixes e parafusos.

O concreto é o componente principal do sistema, por isso, antes mesmo de ele ser lançado às fôrmas, é necessário garantir a sua qualidade. Para isso, são feitos ensaios e testes em um laboratório montado dentro do próprio canteiro.

As amostras ou corpos de prova são recolhidos no canteiro e levados ao laboratório. Após serem desmoldados, são realizadas a cura e a retificação, e, depois disso, a ruptura. Nessa etapa, é possível constatar a carga suportada pela amostra e, de acordo com o resultado, a amostra é liberada.

Assim que aprovado para uso, o material é despejado no vão das fôrmas, que, em menos de 24 horas, são liberadas e podem ser reutilizadas em outro pavimento. Em apenas um dia, as paredes estão prontas para receber o acabamento.