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Mito ou verdade? Veja 4 curiosidades sobre as estruturas metálicas

A obra fica mais cara com essa solução? Ela é indicada apenas para comércios e indústrias? O conforto termoacústico é prejudicado? Entenda

Publicado em: 15/12/2017Atualizado em: 24/01/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Estruturas metálicas agilizam a obra e podem ser empregadas em todos os tipos de ambiente (crédito: shutterstock.com / SUMITH NUNKHAM)

Cada vez mais presente em projetos comerciais, industriais, pontes e estádios de futebol, a estrutura metálica ainda desperta dúvidas no meio da construção civil. Embora muitas de suas vantagens já sejam conhecidas – como ser um sistema construtivo mais rápido e com menor necessidade de mão de obra –, ainda se comenta muito sobre suas dificuldades de aplicação ou riscos de corrosão – mas a maioria dos relatos costuma ser infundado.

A seguir, apontamos o que é mito e o que é verdade envolvendo essa tecnologia construtiva que, tudo indica, veio para ficar.

Qualquer projeto pode ser concebido com estrutura metálica.

Verdade. Com o dimensionamento correto para cada situação, todas as obras podem utilizar essa solução, como grandes edifícios, pontes, coberturas de estádios e ginásios poliesportivos. Porém, atualmente, as estruturas metálicas estão atendendo, majoritariamente, obras industriais e comercias. “Ainda temos o desafio na área residencial, na qual o fluxo de construção é um pouco diferente de outros setores”, ressalta Humberto Napoli Bellei, especialista da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais e professor titular do Centro Universitário de Belo Horizonte.

O custo total da obra fica mais caro com estrutura metálica.

Mito. O investimento inicial realmente é mais alto quando comparado ao de outras estruturas. Entretanto, ao analisar todo o contexto, o custo-benefício acaba compensando. “Muitos outros fatores precisam entrar nessa conta, como a velocidade de execução e finalização da estrutura; consequente antecipação de receitas no caso de empreendimentos comerciais e industriais; redução de custos fixos; equipe de colaboradores mais enxuta e qualificada, o que implica em montante menor de acertos trabalhistas; menor quantidade de juros a serem pagos nos casos em que é necessário algum tipo de financiamento para a construção, entre outros”, afirma Gregório Sandro Vieira, professor do magistério superior da Universidade Federal de Uberlândia e pesquisador da Universidade de Brasília.

A mão de obra é menor, mas custa mais.

Verdade. Assim como em qualquer setor, quanto mais qualificado o profissional, maior será o custo dele. Todavia, como já citado, isso não significa que a obra fique mais cara, pois entram em consideração fatores como a velocidade da obra, a redução do desperdício de material, entre outros. “O profissional qualificado produz mais, mais rápido, com maior precisão e com menor desperdício de material. Uma análise desse conjunto de fatores poderia deixar de maneira mais evidente as vantagens de se trabalhar com pessoal mais qualificado”, reforça Gregório.

O conforto termoacústico é menor nas estruturas metálicas.

Mito. A estrutura metálica pouco importa no isolamento térmico e acústico. “Aqui se faz necessário um bom projeto dos complementares visando o atendimento das normas de desempenho”, pondera Humberto. O conforto termoacústico está relacionado aos sistemas de fechamento da estrutura. “Utilizando-se materiais adequados nos fechamentos laterais, fechamentos internos e coberturas, o usuário da edificação não tem desconforto em relação à temperatura ou propagação de sons e ruídos”, explica Gregório.

Proteção extra
Contar com um projetista é fundamental para a segurança da estrutura. “É realmente necessário ter conhecimento das possíveis soluções que estão ligadas ao sistema estruturado em aço. Trabalhar com pessoal que tenha experiência neste tipo de construção em todas as etapas do processo, desde os projetos de fabricação e montagem, projetos complementares, confecção dos elementos estruturais, execução da montagem da estrutura e dos sistemas de vedação, entre outras. Um sistema industrializado não dá margem a improvisos e amadorismo”, reforça Gregório.
Durante a fase de projeto, é essencial identificar quais elementos atuarão sobre as estruturas, como a maresia (em ambientes litorâneos), que acelera o processo de corrosão. A exposição a alta temperatura também pode ser danosa ao sistema metálico. A princípio, o sistema metálico é vulnerável, mas existem diversas maneiras de protegê-lo de acordo com a necessidade do projeto.

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Colaboração técnica

Humberto Napoli Bellei – Possui graduação em engenharia civil pelo Centro Universitário de Volta Redonda(1997), especialização em Engenharia de segurança do trabalho pelo Centro Universitário de Volta Redonda(2000), especialização em MBA em Gerencia de projetos pelo Fundação Getúlio Vargas(2009), mestrado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica(2006) e aperfeiçoamento em Curso de extensão em pontes metálicas pelo Centro Universitário de Volta Redonda(2000). Atualmente é especialista da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais e professor titular do Centro Universitário de Belo Horizonte. Tem experiência na área de Engenharia Civil.
Gregório Sandro Vieira – Possui graduação em Engenharia Civil / UFG pela Universidade Federal de Goiás (2006), mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Goiás (2010) e doutorado em Estruturas e Construção Civil pela Universidade de Brasília (2016). Atualmente é professor do magistério superior da Universidade Federal de Uberlândia e pesquisador da Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Estruturas Metálicas, atuando principalmente nos seguintes temas: Cálculo e detalhamento de Estruturas em Aço; Estruturas de Aço em Perfis Formados a Frio; Efeito do Vento em Edificações; Mecânica das Estruturas.