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Modernização de elevadores requer planejamento e equipe especializada

Procedimento pode ser parcial ou total. Investimento depende da capacidade de carga do elevador, da velocidade e do número de paradas. Veja outras informações

Publicado em: 22/11/2017Atualizado em: 17/10/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Elevadores precisam de frequentes manutenções para manter seu funcionamento e segurança. No entanto, com o passar do tempo, as peças vão se desgastando e torna-se necessário modernizar o equipamento. O procedimento de atualização deve ser cuidadosamente planejado e executado, a fim de evitar problemas durante ou após a reforma.

“Uma das principais etapas, desconhecida pela maioria dos envolvidos, é a escolha do profissional que especificará os itens a serem substituídos. Esse responsável irá assessorar o condomínio/administrador no tipo de reforma ou modernização necessária para cada situação”, informa o engenheiro Marco Aurélio Santos Caminha Junior, vice-presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos Seção Rio Grande do Sul (Abemec-RS).

Os consultores da área de transporte vertical atuam, juntamente com o cliente, na elaboração do projeto de modernização. Amparados pelas normas técnicas, esses profissionais têm a capacidade de indicar quais elementos do sistema precisam ser substituídos com urgência e aqueles que podem ser trocados em um segundo momento. “Porém, sempre considerando que o foco principal é o incremento da segurança e conforto dos usuários”, afirma Caminha.

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As modernizações totais de elevadores podem deixar o aparelho parado por até 120 dias (Dmitry Kalinovsky /Shutterstock.com)

EMPRESAS ADEQUADAS

Depois de o consultor elaborar o projeto, começa a busca por empresas que executem a tarefa. É recomendável dar preferência àquelas que tenham em seus quadros técnicos profissionais legalmente habilitados nos conselhos regionais. E, também, verificar há quanto tempo a prestadora de serviços está no mercado e seu registro junto aos órgãos de fiscalização.

É importante que a contratada tenha adequada estrutura de pós-venda, possibilitando rápido atendimento ao cliente. “Assim, fica garantida a realização do serviço com responsabilidade técnica”, comenta o especialista. Construtoras e incorporadoras, normalmente, subcontratam empresas especializadas. Mas, muitas vezes, acabam se esquecendo do consultor”, complementa.

A fabricante do elevador também pode ser envolvida no processo. “Deve ser questionada sobre o interesse de participar ou não da modernização do equipamento”, fala o engenheiro. É comum que a empresa tenha em seus arquivos todo o projeto de fabricação e montagem do sistema. Assim, costumam contribuir com informações importantes para a atualização do maquinário.

TIPOS DE INTERVENÇÕES

As intervenções técnicas mais comuns no processo de modernização são as relacionadas ao desempenho do equipamento, como a substituição de comando (parte lógica de processamento do elevador). Existem também as alterações simplesmente estéticas e funcionais, como a troca da cabina ou a substituição de portas de pavimento manuais por automáticas.

COMO DEVO ESCOLHER O NOVO ELEVADOR

De acordo com Caminha, há uma gama muito grande de tipos, itens opcionais e fabricantes. Assim, é necessário cuidado nesse momento. Não se pode considerar somente o preço do produto, pois existem elevadores que, inicialmente, são mais baratos, mas, ao longo da vida útil, acabam sendo muito mais onerosos devido às manutenções.

O consultor tem condições de auxiliar o comprador nessa aquisição, colaborando de maneira imparcial para a tomada de decisão. “O profissional poderá mostrar tecnicamente a diferença entre os equipamentos e empresas disponíveis na região”, diz Caminha. Outra recomendação antes da compra é analisar a velocidade de atendimento do fabricante no caso de necessidade futura de troca das peças.

PARTICIPAÇÃO DE ARQUITETOS

Nem sempre escritórios de arquitetura precisam ser consultados antes da modernização dos elevadores. “Dependerá muito do tipo de reforma. Se for mais voltada para a área de máquinas, comandos ou dispositivos de segurança não há necessidade dessa consultoria”, indica o engenheiro. Entretanto, se a atualização for somada a reformas prediais, passa a ser recomendada a presença de arquiteto na equipe para auxiliar o condomínio na nova estética.

Comprar um elevador para edificação nova é mais acessível do que para um prédio existente
Marco Aurélio Santos Caminha Junior 

EXECUÇÃO

A etapa de execução começa com a fabricação dos equipamentos, que, depois de prontos, são entregues na edificação. É nessa fase que os usuários sentem os maiores transtornos, em vista do equipamento parado para obra.

Na fase final, depois da reforma, são feitos os ajustes dos novos componentes. “Conforme o artigo técnico ‘Startup de Elevadores’, publicado pela Abemec-RS em abril de 2013, nos primeiros anos ainda é possível perceber uma menor performance dos elevadores novos, uma vez que o equipamento é montado e ajustado em cada edificação, ou seja, não vem pronto de fábrica como um carro”, analisa o especialista.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS

Dependendo do tipo, idade do equipamento e da modernização a ser executada, podem ser necessárias adequações nas estruturas e sistema elétrico do prédio. “Por exemplo, a troca de máquina de tração pode requerer reforço estrutural na laje da casa de máquinas. Já a substituição dos painéis de comando demandará revisão da proteção elétrica predial para atendimento de norma e, também, para proteger o equipamento conforme projeto do fabricante”, informa Caminha.

TEMPO DE EXECUÇÃO

Calcular o tempo demandado na execução do serviço é algo relativo e que está diretamente ligado ao tipo de obra/projeto. A modernização pode ser parcial – aproveitando componentes do equipamento que não interfiram no desempenho ou segurança – ou total, quando nada do sistema já existente é reutilizado. Outra variável que interfere na equação é o tamanho dos elevadores.

Modernizações de pequeno porte, como mudanças estéticas de cabina ou intervenção técnica para substituição do comando e botoeiras de pavimento, podem parar o sistema entre 15 e 30 dias. Já atualizações parciais que envolvem obras grandes, por exemplo, troca de máquinas ou portas de pavimento, demoram até 90 dias.

“Nas modernizações totais, o tempo sem elevador pode chegar a 120 dias. Isso porque, é necessária a desmontagem integral do equipamento existente, recebimento dos componentes do novo elevador e todo o processo de montagem”, enumera o profissional.

CUSTOS

Determinar o custo total da modernização também é tarefa que varia bastante de um caso para outro. Entre os principais elementos que interferem nos valores estão o tamanho do elevador (capacidade de carga), a velocidade e o número de paradas.

“Comprar um elevador para edificação nova é mais acessível do que para um prédio existente”, diz o engenheiro. Isso acontece porque, ao adquirir o equipamento pela primeira vez, só estão inclusos os custos de compra e instalação do sistema. Na modernização total, com a troca de todo o maquinário, estão envolvidos os custos de desmontagem do sistema antigo e ajustes no projeto do novo.

PASSADO E PRESENTE

Existem várias diferenças entre os sistemas de elevadores antigos (30-40 anos) e os mais atuais. Entre as particularidades estão as alterações na interação com o usuário, como o uso de tecnologias adicionais de segurança e de componentes que conseguem obter maior eficiência energética.

“Grande diferencial dos equipamentos atuais são os inversores de frequência. Com a utilização desse componente no comando dos elevadores foi possível melhorar a gestão da energia elétrica utilizada pelos motores, acarretando grande economia. Também se conseguiu obter melhorias no conforto e precisão na partida e parada da cabina”, destaca o engenheiro.

Alguns elevadores antigos de grande porte e velocidade também garantiam certo conforto na partida e parada, porém com consumo de energia que hoje não é mais concebível. “Hoje, por exemplo, temos elevadores com sistemas chamados de regeneradores de energia, que ‘devolvem’ a eletricidade que seria desperdiçada pelo movimento de inércia gravitacional para a rede do condomínio”, finaliza Caminha.

Colaboração técnica

Marco Aurélio Santos Caminha Junior – Engenheiro mecânico, empresário, perito e especialista em elevadores, escadas, esteiras rolantes e plataformas de acessibilidade de passageiros. Ocupa os cargos de vice-presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos do RS e conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Industrial do CREA-RS. Coordenou as equipes que estiveram à frente de grandes obras de modernização, entre elas, a instalação dos 23 elevadores do estádio Beira Rio, usado na Copa. Liderou a execução das complexas obras de substituição dos elevadores mais rápidos e altos do Rio Grande do Sul, entre 2012 e 2014. É, também, diretor executivo da EOS - Engenharia Otimizada de Serviços.